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A gripe H1N1 (Gripe suína) chegou mais cedo. O que precisamos saber?

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O que é gripe1 H1N1 (gripe1 suína)?

A gripe1 H1N1, também conhecida como gripe1 influenza2 tipo A ou gripe1 suína, consiste em uma doença causada por uma mutação3 do vírus4 da gripe1 comum. Atualmente, ela está em foco pois vários casos desse tipo de gripe1 estão se espalhando pelo Brasil, a partir do estado de São Paulo.

O vírus4 H1N1 foi primeiramente descoberto em porcos, mas as mutações seguintes levaram-no a contaminar também os seres humanos e a se espalhar rapidamente pelo mundo. Entre 2009 e 2010 houve uma pandemia5 da doença. Todos os 207 países e demais territórios notificaram casos confirmados de gripe1 H1N1, com quase nove mil mortos. Já em março de 2016, o número de casos só no estado de São Paulo superou a quantidade de pessoas doentes em 2015 em todo o país, com 260 casos no estado até março, contra 141 em todo o Brasil durante 2015.

A Organização Mundial da Saúde6 afirma que a gripe1 H1N1 hoje está controlada, mas o aumento de casos no estado de São Paulo tem tornado a doença novamente um motivo de preocupação.

O surto de gripe1 H1N1 em São Paulo

O Sul e o Sudeste do Brasil vêm registrando um acentuado aumento do número de casos de H1N1, sendo que até o presente momento (05/04/2016) já ocorreram números de notificações e de mortes maiores que aqueles verificados durante todo o ano de 2015. Em geral, a maior incidência7 de casos ocorre no inverno, embora o presente surto tenha se iniciado ainda no outono.

A resposta para isso parece ser que brasileiros ou viajantes vindos de áreas endêmicas da doença tenham trazido o vírus4 para o hemisfério sul. Ademais, as alterações do clima provocadas pelo aquecimento global estão fazendo com que doenças cuja ocorrência ficava restrita a determinadas estações do ano passem a acontecer em qualquer época do ano.

Como a gripe1 H1N1 (gripe1 suína) é transmitida?

A transmissão da gripe1 H1N1 ocorre principalmente por meio de secreções respiratórias, como gotículas de saliva, tosse ou espirro, da mesma maneira que a gripe1 comum. Algumas pessoas podem se infectar entrando em contato com objetos contaminados, mas esse tipo de contágio8 é incomum.

O tempo de incubação9 da doença é de um a quatro dias. A pessoa infectada pode demorar de um a sete dias para ser capaz de transmitir o vírus4 a outras pessoas. A gripe1 H1N1 pode afetar pessoas de todas as idades, mas nos surtos antes aludidos o vírus4 infectou mais pessoas entre os cinco e os 24 anos e foram poucos os casos em pessoas acima dos 65 anos de idade. Também gestantes, portadores de doenças crônicas (diabetes10, asma11, doenças autoimunes12, etc.), crianças pequenas, pessoas com obesidade13 e com outros problemas respiratórios estão entre os grupos mais vulneráveis. Outros fatores de risco para o contágio8 são:

  • Permanecer em locais fechados e com aglomerações de pessoas.
  • Levar as mãos14 à boca15 ou ao nariz16 sem lavá-las antes.
  • Permanecer em contato próximo com uma pessoa doente.

Quais são as principais características clínicas da gripe1 H1N1 (gripe1 suína)?

Os sintomas17 da gripe1 H1N1 são bem parecidos com os da gripe1 comum e a transmissão também ocorre da mesma forma que naqueles casos. Os sinais18 e sintomas17 mais comuns são febre19 alta, tosse, dor de cabeça20, dores musculares, falta de ar, espirros, dor de garganta21, fraqueza, coriza22, congestão nasal, náuseas23, vômitos24 e diarreia25.

Como o médico diagnostica a gripe1 H1N1 (gripe1 suína)?

O diagnóstico26 é suspeitado pelo exame clínico, mas só pode ser confirmado pela realização de teste laboratorial específico.

Como o médico trata a gripe1 H1N1 (gripe1 suína)?

A gripe1 H1N1 pode ser tratada com medicações antivirais, como o fosfato de Oseltamivir (Tamiflu). Medicamentos antivirais são drogas (comprimidos, líquidos ou inaláveis) que evitam que os vírus4 se reproduzam. Eles devem ser iniciados em até 48 horas do início do aparecimento dos sintomas17 e devem ser usados por cinco dias. Além disso, o paciente deve fazer repouso, ingerir bastante líquido e ter boa alimentação.

Como evitar a gripe1 H1N1 (gripe1 suína)?

A vacinação é uma das maneiras de evitar a gripe1 H1N1. Existem dois tipos disponíveis da vacina27, a trivalente e a tetravalente. A vacina27 trivalente compreende duas cepas28 do vírus4 Influenza2 A e uma cepa29 do vírus4 Influenza2 B. Já a vacina27 tetravalente contém duas cepas28 do vírus4 Influenza2 A e duas cepas28 de Influenza2 B. A cepa29 para H1N1 está presente nas duas vacinas e não se modificou em relação à cepa29 de 2015, então a vacina27 de 2015 está sendo empregada na prevenção.

Outras medidas de prevenção são:

  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Lavar frequentemente as mãos14 com água e sabão. Após a lavagem, usar álcool em gel.
  • Dormir bem, pois um sono reparador ajuda a manter o bom funcionamento do sistema imune30, que é o sistema de defesa do organismo.
  • Praticar atividades físicas de maneira regular.
  • Controlar o estresse.
  • Ingerir muito líquido e preferir alimentos nutritivos.
  • Evitar beber água em bebedouros públicos. Utilize copo ou garrafa plástica de uso individual.
  • Não tocar superfícies que podem estar contaminadas com o vírus4 da gripe1.
  • Cobrir a boca15 com o braço ao tossir ou espirrar ou cobrir o nariz16 e a boca15 com um lenço de papel quando tossir ou espirrar, jogando o lenço no lixo após o uso.
  • Evitar ficar tocando nos olhos31, nariz16 ou boca15.
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal.
  • Evitar locais fechados e com muitas pessoas. A correria aos postos de vacinação e postos de saúde6 que está acontecendo em São Paulo, infelizmente, acaba contribuindo para a disseminação dos vírus4, pois esses locais fechados e com aglomerações são ideais para a transmissão da gripe1.
  • A pessoa que contrair a Influenza2 deve ficar em casa (não ir ao trabalho ou à escola), evitando o contato com outras pessoas para não infectá-las.

Quais são as complicações possíveis da gripe1 H1N1 (gripe1 suína)?

A gripe1 H1N1 pode levar a complicações de saúde6 muito graves, inclusive em pessoas jovens, tais como pneumonias, síndrome32 respiratória aguda grave (SRAG), complicações cardíacas e até mesmo a morte. Mas a maioria das pessoas que têm a gripe1 se recupera totalmente, sem maiores danos à saúde6.

 

ABCMED, 2016. A gripe H1N1 (Gripe suína) chegou mais cedo. O que precisamos saber?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/825539/a-gripe-h1n1-gripe-suina-chegou-mais-cedo-o-que-precisamos-saber.htm>. Acesso em: 10 out. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Gripe: Doença viral adquirida através do contágio interpessoal que se caracteriza por faringite, febre, dores musculares generalizadas, náuseas, etc. Sua duração é de aproximadamente cinco a sete dias e tem uma maior incidência nos meses frios. Em geral desaparece naturalmente sem tratamento, apenas com medidas de controle geral (repouso relativo, ingestão de líquidos, etc.). Os antibióticos não funcionam na gripe e não devem ser utilizados de rotina.
2 Influenza: Doença infecciosa, aguda, de origem viral que acomete o trato respiratório, ocorrendo em epidemias ou pandemias e frequentemente se complicando pela associação com outras infecções bacterianas.
3 Mutação: 1. Ato ou efeito de mudar ou mudar-se. Alteração, modificação, inconstância. Tendência, facilidade para mudar de ideia, atitude etc. 2. Em genética, é uma alteração súbita no genótipo de um indivíduo, sem relação com os ascendentes, mas passível de ser herdada pelos descendentes.
4 Vírus: Pequeno microorganismo capaz de infectar uma célula de um organismo superior e replicar-se utilizando os elementos celulares do hospedeiro. São capazes de causar múltiplas doenças, desde um resfriado comum até a AIDS.
5 Pandemia: É uma epidemia de doença infecciosa que se espalha por um ou mais continentes ou por todo o mundo, causando inúmeras mortes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a pandemia pode se iniciar com o aparecimento de uma nova doença na população, quando o agente infecta os humanos, causando doença séria ou quando o agente dissemina facilmente e sustentavelmente entre humanos. Epidemia global.
6 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
7 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
8 Contágio: 1. Em infectologia, é a transmissão de doença de uma pessoa a outra, por contato direto ou indireto. 2. Na história da medicina, aplica-se a qualquer doença contagiosa. 3. No sentido figurado, é a transmissão de características negativas, de vícios, etc. ou então a reprodução involuntária de reação alheia.
9 Incubação: 1. Ato ou processo de chocar ovos, natural ou artificialmente. 2. Processo de laboratório, por meio do qual se cultivam microrganismos com o fim de estudar ou facilitar o seu desenvolvimento. 3. Em infectologia, é o período que vai da penetração do agente infeccioso no organismo até o aparecimento dos primeiros sinais da doença.
10 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
11 Asma: Doença das vias aéreas inferiores (brônquios), caracterizada por uma diminuição aguda do calibre bronquial em resposta a um estímulo ambiental. Isto produz obstrução e dificuldade respiratória que pode ser revertida de forma espontânea ou com tratamento médico.
12 Autoimunes: 1. Relativo à autoimunidade (estado patológico de um organismo atingido por suas próprias defesas imunitárias). 2. Produzido por autoimunidade. 3. Autoalergia.
13 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
14 Mãos: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
15 Boca: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
16 Nariz: Estrutura especializada que funciona como um órgão do sentido do olfato e que também pertence ao sistema respiratório; o termo inclui tanto o nariz externo como a cavidade nasal.
17 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
18 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
19 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
20 Cabeça:
21 Garganta: Tubo fibromuscular em forma de funil, que leva os alimentos ao ESÔFAGO e o ar à LARINGE e PULMÕES. Situa-se posteriormente à CAVIDADE NASAL, à CAVIDADE ORAL e à LARINGE, extendendo-se da BASE DO CRÂNIO à borda inferior da CARTILAGEM CRICÓIDE (anteriormente) e à borda inferior da vértebra C6 (posteriormente). É dividida em NASOFARINGE, OROFARINGE e HIPOFARINGE (laringofaringe).
22 Coriza: Inflamação da mucosa das fossas nasais; rinite, defluxo.
23 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
24 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
25 Diarréia: Aumento do volume, freqüência ou quantidade de líquido nas evacuações.Deve ser a manifestação mais freqüente de alteração da absorção ou transporte intestinal de substâncias, alterações estas que em geral são devidas a uma infecção bacteriana ou viral, a toxinas alimentares, etc.
26 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
27 Vacina: Tratamento à base de bactérias, vírus vivos atenuados ou seus produtos celulares, que têm o objetivo de produzir uma imunização ativa no organismo para uma determinada infecção.
28 Cepas: Cepa ou estirpe é um termo da biologia e da genética que se refere a um grupo de descendentes com um ancestral comum que compartilham semelhanças morfológicas e/ou fisiológicas.
29 Cepa: Cepa ou estirpe é um termo da biologia e da genética que se refere a um grupo de descendentes com um ancestral comum que compartilham semelhanças morfológicas e/ou fisiológicas.
30 Sistema imune: Sistema de defesa do organismo contra infecções e outros ataques de micro-organismos que enfraquecem o nosso corpo.
31 Olhos:
32 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
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