Anemia por deficiência de ferro ou anemia ferropriva
O que é anemia ferropriva1?
Como o próprio nome sugere, anemia ferropriva1 é uma forma de anemia2 que ocorre devido a uma deficiência de ferro. Estima-se que 90% de todas as anemias sejam causadas por deficiência de ferro.
Quais são as causas da anemia ferropriva1?
A anemia ferropriva1 é causada pela deficiência de ferro, que pode ocorrer em diversas situações: pessoas que têm uma dieta pobre em ferro, mulheres que menstruam exageradamente, mulheres grávidas, amamentando ou que tenham dado à luz recentemente, pessoas que tenham sido submetidas a grandes cirurgias ou a trauma físico importante e perdido muito sangue3, pessoas com doenças gastrointestinais desabsortivas, pessoas com úlcera péptica4, pessoas que tenham sido submetidas a procedimentos bariátricos ou a bypass gástrico, vegetarianos e outras pessoas cujas dietas não incluem alimentos ricos em ferro, crianças cuja dieta se baseia principal ou exclusivamente em leite, hemorragias5 crônicas, doações de sangue3 frequentes e hemólise6 intravascular7.
Enfim, a anemia ferropriva1 pode ser causada pela falta de ferro na alimentação (a causa mais frequente), diminuição da absorção do ferro pela mucosa intestinal8 e perdas recorrentes de sangue3.
Qual é a fisiopatologia9 da anemia ferropriva1?
O ferro é muito importante para manter várias funções do corpo, entre elas a produção de hemoglobina10, a molécula das hemácias11 sanguíneas, que transporta o oxigênio dos pulmões12 para os tecidos. O ferro também é necessário para manter saudáveis a pele13, o cabelo14 e as unhas15.
O ferro ingerido é absorvido pelo trato gastrointestinal, liberado na corrente sanguínea e transportado por uma proteína chamada transferrina até o fígado16, onde é armazenado como ferritina. Do fígado16 ele é liberado quando necessário para fazer novos glóbulos vermelhos na medula óssea17. Quando as células18 vermelhas do sangue3 cumprem seu ciclo de vida e não são mais capazes de funcionar (depois de cerca de 120 dias, mais ou menos), elas são reabsorvidas pelo baço19. O ferro liberado a partir destas células18 velhas também pode ser reciclado e reutilizado pelo corpo.
Quais são os principais sinais20 e sintomas21 da anemia ferropriva1?
Os principais sinais20 e sintomas21 da anemia ferropriva1 são palidez, fadiga22, falta de energia, falta de ar, cansaço aos esforços, tonturas23 e sensação de desmaios, dores no peito24, fraqueza generalizada, batimento cardíaco rápido, dores de cabeça25 e dores nas pernas, língua26 saburrosa ou lisa, unhas15 quebradiças ou perda de cabelo14, vontade incontrolável de comer terra, falta de apetite e diminuição do desejo sexual.
Como o médico diagnostica a anemia ferropriva1?
A anemia ferropriva1 é diagnosticada por exames de sangue3, que devem incluir, entre outros, um hemograma completo. Testes adicionais podem ser solicitados para avaliar os níveis de ferritina sérica, ferro e capacidade total de ligação da transferrina. Em um indivíduo que está anêmico em virtude de deficiência de ferro, esses testes mostrarão hemoglobina10 baixa, baixo volume celular médio, ferritina baixa, ferro sérico baixo, transferrina alta e saturação de ferro baixa. Ao microscópio, o sangue3 pode mostrar células18 vermelhas pequenas (anemia2 microcítica), a contagem de glóbulos brancos pode ser baixa e a contagem de plaquetas27 pode ser elevada ou alta.
Testes adicionais podem ser necessários e, conforme o caso, são solicitados exames tais como o de sangue3 oculto nas fezes, endoscopia28 digestiva alta, colonoscopia29, teste de urina30 ou avaliação ginecológica em mulheres com perdas sanguíneas menstruais aumentadas. Às vezes, é difícil diagnosticar a causa da deficiência de ferro, mas nem sempre uma anemia2 microcítica é devida à deficiência de ferro e pode incluir a talassemia31, várias hemoglobinopatias32, doenças herdadas do sangue3, infecções33, insuficiência renal34 ou doenças autoimunes35 crônicas.
Como o médico trata a anemia ferropriva1?
O tratamento da anemia ferropriva1 consiste, em primeiro lugar, na reposição das reservas orgânicas de ferro. Mesmo quando a causa da deficiência de ferro pode ser identificada e sanada, geralmente é necessário tomar um suplemento ferroso adicional, até que a deficiência seja corrigida. A ingestão de ferro pode ser aumentada com uma dieta rica em carnes vermelhas, órgãos como fígado16 de boi ou de galinha, aves, peixes, folhas verdes escuras, feijão e massas enriquecidas com ferro. Os sais de ferro podem ser administrados por meio de medicamentos.
O ferro é absorvido no intestino delgado36 e essa absorção pode ser prejudicada pelos antiácidos37 e, por isso, deve ser tomado distante deles, se for o caso. Em pacientes com deficiência de ferro severa, com perda crônica de sangue3 ou com problemas de absorção gastrointestinal, o médico pode recomendar injeção38 intravenosa de ferro. Em casos especialmente graves ou em pacientes que estejam sangrando, podem ser feitas transfusões de glóbulos vermelhos. As transfusões de glóbulos vermelhos só proporcionam uma melhoria temporária, sendo importante descobrir e tratar a causa da anemia2.
Como prevenir a anemia ferropriva1?
A principal prevenção da anemia ferropriva1 consiste em evitar uma alimentação pobre em ferro. Como o ferro de origem vegetal tem uma baixa absorção intestinal deve ser acrescentado a ele a vitamina39 C, pois esta vitamina39 aumenta a absorção do ferro na mucosa intestinal8. De maneira inversa, o cálcio, inclusive o de origem animal (leite, queijos, iogurtes, etc.), pode diminuir a absorção de ferro.
Quais são as complicações possíveis da anemia ferropriva1?
Não tratada, a anemia ferropriva1 pode ocasionar complicações cardiovasculares graves, como insuficiência cardíaca40, podendo levar ao óbito41. Em casos mais leves, o paciente pode ter a sua imunidade42 comprometida e as infecções33 podem ocorrer com maior frequência.
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites do U. S. National Institute of Health e da Mayo Clinic.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.