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Asfixia: conceito, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção

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O que é asfixia1?

Em seu funcionamento normal o organismo deve estar permanentemente tomando oxigênio do ambiente e eliminando o gás carbônico. Essa troca do oxigênio pelo gás carbônico se dá nos alvéolos pulmonares2. A asfixia1 (ou sufocação) acontece nas situações em que o oxigênio é impedido de chegar aos alvéolos3. A asfixia1 (ou sufocação) é a síndrome4 causada pela insuficiência5 de oxigenação do organismo, a qual, se prolongada, conduz à morte. A privação de oxigênio pode dar-se de forma completa ou incompleta, rápida ou lenta, externa ou interna e pode acontecer tanto por falta de oxigênio no ambiente como por obstrução mecânica das vias respiratórias ou por impossibilidade de realizar a inspiração6 ou a expiração7. Uma condição a mais é aquela em que, por razões químicas ou mecânicas, embora o oxigênio chegue aos alvéolos3, não consegue realizar as trocas gasosas necessárias.

No passado, a asfixia1 já foi usada como meio de se executar a pena de morte e atualmente ainda é usada para a prática de suicídios e de homicídios. As ameaças de morte por asfixia1 também são usadas às vezes como meios de tortura.

Quais são as causas da asfixia1?

O impedimento para que o oxigênio chegue aos alvéolos3 ou não seja trocado pelo gás carbônico pode ter várias causas, dentre elas: causas químicas, afogamento, enforcamento, parada dos músculos respiratórios8 como acontece, por exemplo, em algumas doenças nervosas degenerativas9, envenenamento, aspiração de substâncias nocivas, broncoaspiração10 de vômitos11 ou objetos estranhos, falta de oxigênio como, por exemplo, se o indivíduo fica em um ambiente sem ventilação12, impossibilidade de inspirar ou expirar, como acontece nos casos de paralisia13 dos músculos respiratórios8 ou esmagamento do tórax14, etc.

Quais são os principais sinais15 e sintomas16 da asfixia1?

Os sinais15 e sintomas16 da deficiência ou falta de oxigênio depende de sua intensidade, duração e instalação mais ou menos aguda ou crônica, bem como de sua causa. Um grande número de casos de asfixia1 acontece por razões mecânicas agudas, como aspiração de corpo estranho por crianças, e se constituem em urgências médicas. Nesses casos deve-se cuidar da permeabilidade17 das vias respiratórias antes mesmo que da função cardíaca. Em geral, ela pode ser mais rapidamente fatal que os eventos cardíacos.

Os principais sinais15 e sintomas16 gerais da falta ou insuficiência5 de oxigênio são: palidez, dilatação das pupilas, respiração ruidosa, tosse, cianose18 na face19 e nas extremidades. Se a asfixia1 for duradoura ela pode causar inconsciência20 com parada cardíaca e respiratória, cianose18 e, finalmente, morte.

Como o médico diagnostica a asfixia1?

Muitas vezes o diagnóstico21 de asfixia1 pode ser feito pela simples observação do paciente. O paciente habitualmente exibe uma grande ânsia por ar e uma grande agitação, além dos sintomas16 próprios antes descritos. É comum que a respiração da pessoa asfixiada por causas mecânicas, enquanto ela for possível, emita sons estranhos, alguns deles audíveis pelos circunstantes, outros só audíveis na ausculta22 pulmonar com estetoscópio.

O que você pode fazer em casos de asfixia1 por aspiração de corpos estranhos?

Um grande número de casos de asfixia1 é causado pela aspiração acidental de objetos estranhos. Quase sempre você terá que prestar os primeiros socorros, antes da chegada do auxílio médico. Em se tratando de uma criança pequena, abra-lhe a boca23 e tente extrair o corpo estranho, com muito cuidado para não empurrá-lo ainda mais para baixo. Coloque-a de cabeça24 para baixo, sacuda a criança e bata-lhe nas costas25, com a mão26 aberta. Isto talvez ajude a expulsar o objeto estranho. Sendo um adulto, coloque-se por trás da vítima e passe-lhe o braço em volta da cintura; feche o seu punho e coloque-o logo acima do umbigo27, cubra o punho com a outra mão26 e pressione firmemente para dentro e para cima; repita essa operação tantas vezes quantas forem necessárias; se a respiração não se restabelecer e a vítima estiver com as extremidades arroxeadas, faça respiração boca23 a boca23. Nunca abandone a vítima para pedir auxílio; peça a outras pessoas para fazerem isso.

Como o médico trata a asfixia1?

Algumas formas de asfixia1 são desde logo mortais; outras representam quadros de urgência28 e devem ser atendidas com prontidão. A forma mais banal e comum de asfixia1 é aquela causada pela aspiração de corpo estranho pelas vias respiratórias. Em muitas situações em que há dificuldades ou impossibilidades das trocas se processarem, o médico pode promover um suprimento de oxigênio numa concentração e pressão maior que a encontrada no ambiente, geralmente por meio de respiradores artificiais. Nos casos em que a asfixia1 se deva a obstruções das vias respiratórias, o paciente corre risco de vida e o médico ou a pessoa que o assiste têm de tomar medidas de urgência28. Se a obstrução for apenas parcial, o fator obstrutivo talvez possa ser retirado por broncoscopia29. Em alguns casos, uma cirurgia pode ser necessária.

Como prevenir a asfixia1?

Evitar ou tratar as doenças ou situações que dificultem ou impeçam a respiração normal.

Quais são as complicações possíveis da asfixia1?

As asfixias prolongadas não fatais podem deixar sequelas30 neurológicas graves. As asfixias que ocorrem durante o parto, antigamente mais frequentes que na atualidade, podem também resultar em sequelas30 neurológicas motoras ou intelectuais ou em epilepsia31.

ABCMED, 2014. Asfixia: conceito, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/566162/asfixia-conceito-sinais-e-sintomas-diagnostico-tratamento-e-prevencao.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Asfixia: 1. Dificuldade ou impossibilidade de respirar, que pode levar à anóxia. Ela pode ser causada por estrangulamento, afogamento, inalação de gases tóxicos, obstruções mecânicas ou infecciosas das vias aéreas superiores, etc. 2. No sentido figurado, significa sujeição à tirania; opressão e/ou cobrança de posições morais ou sociais que dão origem à privação de certas liberdades.
2 Alvéolos Pulmonares: Pequenas bolsas poliédricas localizadas ao longo das paredes dos sacos alveolares, ductos alveolares e bronquíolos terminais. A troca gasosa entre o ar alveolar e o sangue capilar pulmonar ocorre através das suas paredes. DF
3 Alvéolos: Pequenas bolsas poliédricas localizadas ao longo das paredes dos sacos alveolares, ductos alveolares e bronquíolos terminais. A troca gasosa entre o ar alveolar e o sangue capilar pulmonar ocorre através das suas paredes. DF
4 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
5 Insuficiência: Incapacidade de um órgão ou sistema para realizar adequadamente suas funções.Manifesta-se de diferentes formas segundo o órgão comprometido. Exemplos: insuficiência renal, hepática, cardíaca, respiratória.
6 Inspiração: 1. Ato ou efeito de inspirar(-se). 2. Entrada de ar nos pulmões através das vias respiratórias. 3. Conselho, sugestão, influência. 4. No sentido figurado, significa criatividade, entusiasmo. Pessoa ou coisa que inspira, estimula a capacidade criativa. 5. Ideia súbita e espontânea, geralmente brilhante e/ou oportuna.
7 Expiração: 1. Ato ou efeito de expirar. 2. Expulsão, pelas vias respiratórias, do ar dos pulmões. 3. Fim ou termo de prazo estipulado ou convencionado.
8 Músculos Respiratórios: Neste grupo de músculos estão incluídos o DIAFRAGMA e os MÚSCULOS INTERCOSTAIS.
9 Degenerativas: Relativas a ou que provocam degeneração.
10 Broncoaspiração: Aspiração de conteúdo gástrico ou corpo estranho na árvore traqueobrônquica, podendo causar traqueobronquite, pneumonite, infecções pulmonares e obstrução das vias aéreas por aspiração de material sólido.
11 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
12 Ventilação: 1. Ação ou efeito de ventilar, passagem contínua de ar fresco e renovado, num espaço ou recinto. 2. Agitação ou movimentação do ar, natural ou provocada para estabelecer sua circulação dentro de um ambiente. 3. Em fisiologia, é o movimento de ar nos pulmões. Perfusão Em medicina, é a introdução de substância líquida nos tecidos por meio de injeção em vasos sanguíneos.
13 Paralisia: Perda total da força muscular que produz incapacidade para realizar movimentos nos setores afetados. Pode ser produzida por doença neurológica, muscular, tóxica, metabólica ou ser uma combinação das mesmas.
14 Tórax: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original Sinônimos: Peito; Caixa Torácica
15 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
16 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
17 Permeabilidade: Qualidade dos corpos que deixam passar através de seus poros outros corpos (fluidos, líquidos, gases, etc.).
18 Cianose: Coloração azulada da pele e mucosas. Pode significar uma falta de oxigenação nos tecidos.
19 Face: Parte anterior da cabeça que inclui a pele, os músculos e as estruturas da fronte, olhos, nariz, boca, bochechas e mandíbula.
20 Inconsciência: Distúrbio no estado de alerta, no qual existe uma incapacidade de reconhecer e reagir perante estímulos externos. Pode apresentar-se em tumores, infecções e infartos do sistema nervoso central, assim como também em intoxicações por substâncias endógenas ou exógenas.
21 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
22 Ausculta: Ato de escutar os ruídos internos do organismo, para controlar o funcionamento de um órgão ou perceber uma anomalia; auscultação.
23 Boca: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
24 Cabeça:
25 Costas:
26 Mão: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
27 Umbigo: Depressão no centro da PAREDE ABDOMINAL, marcando o ponto onde o CORDÃO UMBILICAL entrava no feto. OMPHALO- (navel)
28 Urgência: 1. Necessidade que requer solução imediata; pressa. 2. Situação crítica ou muito grave que tem prioridade sobre outras; emergência.
29 Broncoscopia: Método de diagnóstico que permite observar através dos brônquios utilizando um dispositivo óptico (fibroendoscópio), obter biópsias e realizar culturas de secreções.
30 Sequelas: 1. Na medicina, é a anomalia consequente a uma moléstia, da qual deriva direta ou indiretamente. 2. Ato ou efeito de seguir. 3. Grupo de pessoas que seguem o interesse de alguém; bando. 4. Efeito de uma causa; consequência, resultado. 5. Ato ou efeito de dar seguimento a algo que foi iniciado; sequência, continuação. 6. Sequência ou cadeia de fatos, coisas, objetos; série, sucessão. 7. Possibilidade de acompanhar a coisa onerada nas mãos de qualquer detentor e exercer sobre ela as prerrogativas de seu direito.
31 Epilepsia: Alteração temporária e reversível do funcionamento cerebral, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos. Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se. Quando restritos, a crise será chamada crise epiléptica parcial; quando envolverem os dois hemisférios cerebrais, será uma crise epiléptica generalizada. O paciente pode ter distorções de percepção, movimentos descontrolados de uma parte do corpo, medo repentino, desconforto no estômago, ver ou ouvir de maneira diferente e até perder a consciência - neste caso é chamada de crise complexa. Depois do episódio, enquanto se recupera, a pessoa pode sentir-se confusa e ter déficits de memória. Existem outros tipos de crises epilépticas.
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