Herpes zóster. Como é esta doença?
O que é herpes zóster?
O herpes zóster, popularmente chamado de cobreiro, é uma virose causada por uma variante do herpesvirus (Herpesvirus varicellae), o mesmo vírus1 que causa a catapora2.
Normalmente abrigado em latência3 em gânglios4 nervosos do organismo, o vírus1 se reativa em pessoas com baixa defesa imunológica - como idosos, pessoas que estejam passando por uma fase de estresse, pacientes com AIDS - e provoca afecções5 na pele6, de maior ou menor gravidade. Ao contrário do herpes simples, é pouco frequente que o herpes zóster tenha reincidência7 e quando o faz geralmente atinge a mesma região do corpo afetada na primeira vez.
Quais são as causas do herpes zóster?
O vírus1 causador geralmente permanece em latência3 no interior de gânglios4 do sistema nervoso8, mantido sob controle do sistema imunológico9, no entanto, quando as defesas naturais se debilitam, ocorre a proliferação dos vírus1 e a deflagração da doença.
Embora aparentado com o vírus1 que causa o herpes simples, ele é diferente dele.
Como se contrai o herpes zóster?
Após a varicela10 (catapora2), algumas pessoas não adquirem imunidade11 total ao vírus1. Ele permanece inativo nos gânglios4 nervosos e é reativado em momentos de baixa imunidade11 do indivíduo, produzindo a doença.
O contágio12, por sua vez, pode se dar pelo contato direto com as secreções das vesículas13 e é favorecido quando a pessoa receptora está com a imunidade11 baixa. É mais comum em adultos e idosos e muito raro em crianças.
Quais são os sintomas14 do herpes zóster?
Em geral, a crise se inicia com dor na pele6, em um lado do corpo, no lugar do trajeto do nervo afetado. Esta dor ocorre de um a quatro dias antes do surgimento das lesões15 da pele6 ou da boca16 e pode ser acompanhada de febre17, mal-estar, cefaleia18, ardência ou coceira. Neste período, dependendo da região afetada, os sintomas14 da herpes zóster podem ser confundidos com dor de dente19, otite20, infarto do miocárdio21 ou apendicite22.
As manifestações cutâneas23 mostram várias vesículas13 no trajeto nervoso, até a linha média do corpo, as quais eclodem sobre uma base eritematosa24 (pele6 vermelha). Posteriormente (3 ou 4 dias) essas vesículas13 se transformam em pústulas25 e ulceram e dentro de 7 a 10 dias, as lesões15 dão origem a crostas, frequentemente seguidas da formação de cicatrizes26. Algumas vezes, as vesículas13 podem faltar e os pacientes apresentam apenas os demais sintomas14.
A doença em si é autolimitada e em geral desaparece entre 15-20 dias, mas a dor pós-herpética pode ser muito intensa e durar muito tempo (meses ou mesmo anos).
Sabe-se de pacientes que cometeram suicídio como resultado dessa dor aguda, embora isso seja muito raro. Como sequelas27, podem permanecer paralisia28 facial, deficiência auditiva, vertigem29 e outros sintomas14 auditivos e vestibulares30. Pode ocorrer também envolvimento ocular, incluindo cegueira.
Se a ponta do nariz31 for envolvida, isso significa que o ramo nervoso nasociliar, do V par craniano, foi acometido. Neste caso, o encaminhamento para um oftalmologista32 é obrigatório, pois prenuncia comprometimento ocular. O paciente deve procurar este especialista para avaliar um possível comprometimento dos olhos33.
Lesões15 orais indicam o envolvimento do nervo trigêmeo34. O comprometimento da maxila35 pode levar à desvitalização dos dentes da região afetada.
Como o médico diagnostica o herpes zóster?
Em geral, o exame clínico é suficiente para o diagnóstico36 da herpes zóster, porque o aspecto das lesões15 é bastante característico. O resultado do exame de material colhido das vesículas13 é inespecífico, sendo o mesmo para a varicela10, o herpes simples e o herpes zóster.
Como é o tratamento do herpes zóster?
Ainda não há uma cura conhecida para o herpes zóster. O tratamento usual visa a redução da dor e da queimação, através da prescrição de analgésicos37. O tratamento de base é feito com medicamentos antivirais que, em muitos casos, diminuem a progressão da doença e reduzem a probabilidade de neuralgia38 pós-herpética (dor pós-herpética). Alguns médicos receitam corticoides para reduzir a inflamação39 dos nervos, no entanto, essa medicação pode diminuir significativamente a resistência à infecção40 em pessoas já debilitadas.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.