Pernas com manchas amarronzadas? Pode ser dermatite ocre!
O que é dermatite1 ocre?
A dermatite1 ocre, ou dermatite1 de estase2, é uma doença inflamatória de pele3, caracterizada por múltiplas manchas marrom-amareladas, localizadas no terço distal4 da perna, na área maleolar interna e externa, no tornozelo5 e/ou no arco do pé.
Quais são as causas da dermatite1 ocre?
A dermatite1 ocre é uma consequência direta da insuficiência6 venosa. Comumente, está associada à ocorrência de varizes7.
Veja mais sobre "O que são as varizes7".
Qual é o mecanismo fisiológico8 da dermatite1 ocre?
A insuficiência6 venosa causa uma hipertensão9 nas veias10, resultando no extravasamento de sangue11 para o tecido subcutâneo12 desse paciente. A função perturbada do sistema valvular unidirecional no plexo venoso profundo das pernas resulta em um refluxo de sangue11 do sistema venoso13 profundo para o sistema venoso13 superficial, acompanhada de hipertensão9 venosa.
Esse mal funcionamento pode resultar em incompetência valvular, com extravasamento do conteúdo sanguíneo. A coloração amarronzada (”ferruginosa”) da pele3 se deve ao caminho que as hemácias14 percorrem para o interstício15 celular e é subsequente à liberação de ferritina no interstício15.
Quais são as principais características clínicas da dermatite1 ocre?
A dermatite1 ocre consiste em manchas marrom-amareladas muitas vezes confluentes entre si, não sensíveis e não dolorosas, localizadas na extremidade inferior das pernas e na região maleolar interna e externa, tornozelos e/ou peito16 dos pés. Em casos avançados, a inflamação17 pode se estender até logo abaixo do joelho. O tornozelo5 medial é mais frequentemente e severamente envolvido que seu homólogo contralateral. A parte dorsal do pé também pode estar envolvida, em casos graves.
Geralmente, tais manchas afetam pacientes de meia-idade em diante, raramente ocorrendo antes da quinta década de vida. Uma exceção a essa faixa etária seria representada por pacientes com insuficiência6 venosa adquirida devido a cirurgia, trauma ou trombose18. A infecção19 secundária pode causar crostas ou pústulas20 típicas.
Como o médico diagnostica a dermatite1 ocre?
O diagnóstico21 da dermatite1 ocre é eminentemente22 clínico, pela observação das lesões23. Ao exame físico, esses pacientes mostram manchas amarronzadas nas extremidades inferiores das pernas. Os exames de sangue11 podem ajudar a diagnosticar eventuais complicações como celulite24 e/ou sepse25 ou dermatite1 de estase2 devido à trombose18 venosa. Estudos radiológicos com Doppler podem ser úteis. Os estudos com Doppler venoso podem revelar trombose venosa profunda26 ou dano valvular grave.
Saiba mais sobre "Hipertensão porta27" e "Trombose venosa profunda26".
Como o médico trata a dermatite1 ocre?
A base principal do tratamento visa diminuir o impacto clínico da insuficiência6 venosa subjacente e do edema28. Isso é feito normalmente com terapia de compressão. Muitas vezes pode ser necessário fazer a ligadura cirúrgica dos vasos. A pigmentação da estase2, resultante da deposição de hemossiderina, é notoriamente difícil de tratar e normalmente não se resolve, mesmo quando a dermatite1 de estase2 subjacente é bem controlada.
O tratamento tópico29 da dermatite1 de estase2 tem muito em comum com o tratamento de outras formas de dermatite1 eczematosa aguda. As lesões23 úmidas podem ser tratadas com um agente de secagem, como o acetato de alumínio, por exemplo. Os corticosteroides tópicos de média potência são frequentemente usados para reduzir a inflamação17 e a coceira em crises agudas. Pacientes com dermatite1 crônica podem ser tratados com emolientes tópicos brandos para maximizar a umidade epidérmica.
Se hover ulceração30, o risco de infecção19 é muito grande e deve ser prevenido com o uso de um antibiótico tópico29.
Como prevenir a dermatite1 ocre?
As pessoas que sofrem de varizes7 devem evitar condições como a obesidade31, ortostatismo (ficar muito tempo de pé) e enfermidades que limitam a movimentação dos membros, que são agravantes para o surgimento da dermatite1 ocre.
Quais são as complicações possíveis da dermatite1 ocre?
A dermatite1 ocre já é a sequela32 cutânea33 mais precoce da insuficiência6 venosa crônica, mas pode ainda ser uma precursora de condições mais problemáticas, como ulceração30 venosa da perna, por exemplo. Outras complicações podem ser celulite24, aumento da incidência34 de dermatite1 alérgica de contato, lipodermatoesclerose e autoeczematização.
Leia sobre "Edema28", "Corticoides", "Prevenção de varizes7" e "Úlceras35 de perna".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.