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Tumor de Wilms

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O que é tumor1 de Wilms?

O tumor1 de Wilms, também conhecido como nefroblastoma, é um tipo raro de câncer2 de rim3 (1/10.000) que afeta principalmente crianças de 3 a 4 anos, tornando-se muito menos comum após os 5 anos de idade e raríssimo em adultos. Na maioria dos casos, ele ocorre em apenas um dos rins4, embora às vezes possa ser encontrado em ambos os rins4 ao mesmo tempo.

O tumor1 foi assim nomeado após o cirurgião alemão Dr. Max Wilms (1867-1918) tê-lo descrito pela primeira vez.

Quais são as causas do tumor1 de Wilms?

Não é totalmente claro o que causa o tumor1 de Wilms mas, em alguns raros casos, a hereditariedade5 pode desempenhar um papel importante. De um modo geral, o câncer2 começa quando as células6 desenvolvem erros em seu DNA que permitem que elas cresçam e se dividam incontrolavelmente e continuem vivendo enquanto outras células6 morrem. No tumor1 de Wilms, este processo ocorre nas células6 do rim3. Em casos raros, os erros no DNA que levam ao tumor1 de Wilms são passados de pai para filho, no entanto, na maioria dos casos, não se observa esta conexão.

Alguns fatores de risco que podem levar ao tumor1 de Wilms incluem raça afro-americana, história familiar do tumor1 de Wilms e crianças com certas anormalidades ou síndromes congênitas7. A maioria deles (75%) ocorre em crianças normais, mas uma minoria (25%) está associada a outras anormalidades do desenvolvimento.

Quais são as principais características clínicas do tumor1 de Wilms?

Os sinais8 e sintomas9 do tumor1 de Wilms variam amplamente. Algumas crianças nem sequer apresentam sinais8 ou sintomas9 óbvios. Mas a maioria das crianças com tumor1 de Wilms experimenta um ou mais dos seguinte sinais8 ou sintomas9: uma massa abdominal que pode ser sentida à palpação10, inchaço11 e dor abdominal, febre12, sangue13 na urina14, náuseas15, vômitos16, prisão de ventre, perda de apetite, falta de ar e pressão alta.

Leia sobre "Dor abdominal", Sangue13 na urina14", "Falta de ar" e "Hipertensão17 na infância".

Como o médico diagnostica o tumor1 de Wilms?

A história clínica e o exame físico podem fornecer as primeiras pistas diagnósticas. Os exames de urina14 e sangue13 podem mostrar um problema renal18. O exame de urina19 é realizado para verificar a presença de sangue13 e/ou outras substâncias estranhas.

Os principais exames de imagens para o diagnóstico20 ou estadiamento do tumor1 de Wilms são ultrassonografia21, tomografia computadorizada22, ressonância magnética23, radiografia de tórax24 e cintilografia25 óssea.

A biópsia26 renal18 geralmente não é necessária porque os exames de imagem podem fornecer informações suficientes para definir se uma criança tem ou não um tumor1 de Wilms. No entanto, um diagnóstico20 de certeza só é feito quando uma amostra do tumor1 é removida e analisada por um patologista27.

Como o médico trata o tumor1 de Wilms?

Os tumores de Wilms são tratados por uma equipe multidisciplinar que inclua pediatras, cirurgiões, nefrologistas, urologistas e oncologistas, dentre outros profissionais. Os principais tipos de tratamento são cirurgia, quimioterapia28 e radioterapia29. A maioria das crianças passa por uma combinação desses tratamentos.

O objetivo da cirurgia é remover o tumor1, quando possível. Se por qualquer motivo isso não for possível, o médico pode usar quimioterapia28 ou radioterapia29, ou ambos, para tentar reduzir o tamanho do tumor1 antes da cirurgia.

Saiba mais sobre "Radioterapia29" e "Quimioterapia28".

Como em geral evolui o tumor1 de Wilms?

Ultimamente, os avanços no diagnóstico20 e tratamento do tumor1 de Wilms têm melhorado consideravelmente o prognóstico30 para crianças com esta doença. Com o tratamento adequado, a perspectiva futura para a maioria das crianças com tumor1 de Wilms é muito boa, com cerca de 90% dos pacientes sobrevivendo por pelo menos cinco anos, mas a remoção precoce tende a promover resultados ainda mais positivos.

Como prevenir o tumor1 de Wilms?

O tumor1 de Wilms em si mesmo não pode ser evitado. Contudo, se a criança estiver incluída nos fatores de risco para o tumor1 de Wilms, o médico pode recomendar ultrassonografias renais periódicas para procurar detectá-lo precocemente, em estágio inicial, quando o tratamento é bem mais satisfatório.

Veja também sobre "Câncer2 infantil", "Retinoblastoma", "Neuroblastoma" e "Leucemias".

 

ABCMED, 2018. Tumor de Wilms. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/1315803/tumor-de-wilms.htm>. Acesso em: 18 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
2 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
3 Rim: Os rins são órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
4 Rins: Órgãos em forma de feijão que filtram o sangue e formam a urina. Os rins são localizados na região posterior do abdômen, um de cada lado da coluna vertebral.
5 Hereditariedade: Conjunto de eventos biológicos responsáveis pela transmissão de uma herança a seus descendentes através de seus genes. Existem dois tipos de hereditariedade: especifica e individual. A hereditariedade especifica é responsavel pela transmissão de agentes genéticos que determinam a herança de características comuns a uma determinada espécie. A hereditariedade individual designa o conjunto de agentes genéticos que atuam sobre os traços e características próprios do indivíduo que o tornam um ser diferente de todos os outros.
6 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
7 Congênitas: 1. Em biologia, o que é característico do indivíduo desde o nascimento ou antes do nascimento; conato. 2. Que se manifesta espontaneamente; inato, natural, infuso. 3. Que combina bem com; apropriado, adequado. 4. Em termos jurídicos, é o que foi adquirido durante a vida fetal ou embrionária; nascido com o indivíduo. Por exemplo, um defeito congênito.
8 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
9 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
10 Palpação: Ato ou efeito de palpar. Toque, sensação ou percepção pelo tato. Em medicina, é o exame feito com os dedos ou com a mão inteira para explorar clinicamente os órgãos e determinar certas características, como temperatura, resistência, tamanho etc.
11 Inchaço: Inchação, edema.
12 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
13 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
14 Urina: Resíduo líquido produzido pela filtração renal no organismo, estocado na bexiga e expelido pelo ato de urinar.
15 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
16 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
17 Hipertensão: Condição presente quando o sangue flui através dos vasos com força maior que a normal. Também chamada de pressão alta. Hipertensão pode causar esforço cardíaco, dano aos vasos sangüíneos e aumento do risco de um ataque cardíaco, derrame ou acidente vascular cerebral, além de problemas renais e morte.
18 Renal: Relacionado aos rins. Uma doença renal é uma doença dos rins. Insuficiência renal significa que os rins pararam de funcionar.
19 Exame de urina: Também chamado de urinálise, o teste de urina é feito através de uma amostra de urina e pode diagnosticar doenças do sistema urinário e outros sistemas do organismo. Alguns testes são feitos em uma amostra simples e outros pela coleta da urina durante 24 horas. Pode ser feita uma cultura da urina para verificar o crescimento de bactérias na urina.
20 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
21 Ultrassonografia: Ultrassonografia ou ecografia é um exame complementar que usa o eco produzido pelo som para observar em tempo real as reflexões produzidas pelas estruturas internas do organismo (órgãos internos). Os aparelhos de ultrassonografia utilizam uma frequência variada, indo de 2 até 14 MHz, emitindo através de uma fonte de cristal que fica em contato com a pele e recebendo os ecos gerados, os quais são interpretados através de computação gráfica.
22 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
23 Ressonância magnética: Exame que fornece imagens em alta definição dos órgãos internos do corpo através da utilização de um campo magnético.
24 Tórax: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original Sinônimos: Peito; Caixa Torácica
25 Cintilografia: Procedimento que permite assinalar num tecido ou órgão interno a presença de um radiofármaco e acompanhar seu percurso graças à emissão de radiações gama que fazem aparecer na tela uma série de pontos brilhantes (cintilação); também chamada de cintigrafia ou gamagrafia.
26 Biópsia: 1. Retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico. 2. Exame histológico e histoquímico. 3. Por metonímia, é o próprio material retirado para exame.
27 Patologista: Estudioso ou especialista em patologia, que é a especialidade médica que estuda as doenças e as alterações que estas provocam no organismo.
28 Quimioterapia: Método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
29 Radioterapia: Método que utiliza diversos tipos de radiação ionizante para tratamento de doenças oncológicas.
30 Prognóstico: 1. Juízo médico, baseado no diagnóstico e nas possibilidades terapêuticas, em relação à duração, à evolução e ao termo de uma doença. Em medicina, predição do curso ou do resultado provável de uma doença; prognose. 2. Predição, presságio, profecia relativos a qualquer assunto. 3. Relativo a prognose. 4. Que traça o provável desenvolvimento futuro ou o resultado de um processo. 5. Que pode indicar acontecimentos futuros (diz-se de sinal, sintoma, indício, etc.). 6. No uso pejorativo, pernóstico, doutoral, professoral; prognóstico.
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