Síndrome de Wernicke-Korsakoff
O que é a síndrome1 de Wernicke-Korsakoff?
Síndrome1 de Wernicke-Korsakoff é uma combinação da encefalopatia2 de Wernicke com a psicose3 de Korsakoff, uma sequela4 neurológica da encefalopatia2 de Wernicke crônica. A encefalopatia2 de Wernicke é uma doença neurológica e a psicose3 de Korsakoff é uma desordem mental do tipo demencial que incide em um paciente até então sadio.
O complexo de sintomas5 tendo as mesmas causas e manifestações costuma ser mais apropriadamente designado de síndrome1 de Wernicke-Korsakoff.
Quais são as causas da síndrome1 de Wernicke-Korsakoff?
A encefalopatia2 de Wernicke é causada principalmente pela deficiência severa de vitamina6 B1 (tiamina). A psicose3 de Korsakoff é uma sequela4 neurológica da encefalopatia2 crônica de Wernicke. Na maior parte das vezes, a deficiência de vitamina6 B1 é causada pelo alcoolismo crônico7, mas outras causas podem existir, tais como mal-absorção da tiamina, deficiência nutricional, encefalite8 herpética, hiperêmese gravídica, cirurgia bariátrica9, AIDS, tuberculose10 e outras doenças sistêmicas.
Saiba mais sobre "Psicose3", "Aids", "Tuberculose10", "Encefalites11", "Alcoolismo", "Hiperêmese gravídica" e "Cirurgia bariátrica9".
Qual é o mecanismo fisiopatológico da síndrome1 de Wernicke-Korsakoff?
As alterações patológicas descritas por Wernicke foram hemorragias12 na substância cinzenta ao redor do terceiro e quarto ventrículos e do aqueduto de Sylvius13. Entre 1887 a 1891, o psiquiatra russo S. S. Korsakoff ressaltou a relação entre a polineuropatia descrita por Wernicke e a desordem de memória em alcoolistas. Ficou elucidado mais tarde que ambas condições são "duas faces de uma mesma doença". O postulado de que uma única causa é responsável pela encefalopatia2 de Wernicke e pela psicose3 de Korsakoff foi feito inicialmente por Murawieff em 1897.
Há vários modelos propostos para a compreensão dos déficits neuropsicológicos, no entanto, a hipótese neurobiológica predominante advoga uma disfunção cerebral generalizada.
Quais são as principais características clínicas da síndrome1 de Wernicke-Korsakoff?
A tríade clássica da encefalopatia2 descrita por Wernicke é composta de (1) oftalmoplegia, (2) ataxia14 e (3) distúrbios mentais e de consciência. Os demais sintomas5 podem ser nistagmo15, visão16 dupla, queda da pálpebra, marcha atáxica, confusão mental e síndrome1 de abstinência alcoólica. Esses sintomas5 coexistem com estupor progressivo, evoluindo para coma17 e morte.
A demência18 de Korsakoff se caracteriza por amnésia19 anterógrada e retrógrada, fabulações (inventar histórias) e alucinações20. Esses sintomas5 usualmente têm início abrupto, ocorrendo mais frequentemente em combinação de uns com os outros. Aos sinais21 e sintomas5 da síndrome1 de Wernicke-Korsakoff geralmente se associam os do alcoolismo crônico7 e, eventualmente, os da abstinência alcoólica.
Leia sobre "Nistagmo15", "Diplopia22", "Ataxia14", "Síndrome1 de abstinência", "Coma17", "Amnésias23", "Alucinações20" e "Alcoolismo".
Como o médico trata a síndrome1 de Wernicke-Korsakoff?
O tratamento da síndrome1 de Wernicke-Korsakoff deve visar controlar os sintomas5 e prevenir que a doença continue progredindo. A vitamina6 B1 pode ser administrada por via oral, muscular ou venosa e melhora os sintomas5 de confusão mental ou delírio24, as dificuldades com a visão16, o movimento dos olhos25 e a falta de coordenação muscular. No entanto, não costuma melhorar a perda de memória e do intelecto que ocorre com a psicose3 de Korsakoff. Para prevenir mais perda da função cerebral e danos aos nervos, o uso de álcool deve ser prontamente interrompido.
Como evolui a síndrome1 de Wernicke-Korsakoff?
Se não for corretamente tratada, a síndrome1 de Wernicke-Korsakoff se agrava progressivamente e pode ser fatal. Com o tratamento, é possível controlar ou mesmo interromper alguns sintomas5, como o movimento descoordenado e as dificuldades de visão16. Alguns outros sintomas5, especialmente a perda de memória e habilidades de pensamento, podem se tornar permanentes. Transtornos relacionados ao uso de álcool também podem ocorrer.
Como prevenir a síndrome1 de Wernicke-Korsakoff?
Algumas atitudes podem prevenir a síndrome1 de Wernicke-Korsakoff: não beber álcool ou beber com moderação, ter alimentação suficiente e equilibrada e suplementar a ingesta de tiamina.
Quais são as complicações possíveis da síndrome1 de Wernicke-Korsakoff?
As possíveis complicações da síndrome1 de Wernicke-Korsakoff são: quadro de abstinência alcoólica, quedas, neuropatia26 alcoólica permanente, perda definitiva de habilidades de pensamento e de memória e tempo de vida encurtado.
Leia também sobre "Como melhorar a memória", "Quando a perda de memória não é normal" e "Exercite seu cérebro27".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.