Polipose nasal é o mesmo que pólipos nasais?
O que é polipose nasal?
A polipose nasal ou nasossinusal é uma doença inflamatória crônica benigna da mucosa1 nasal que afeta a cavidade do nariz2 e os seios paranasais3 e que se manifesta clinicamente pelo aparecimento de formações polipoides, geralmente bilaterais, que levam à obstrução nasal, rinorreia4 (corrimento nasal), hiposmia (diminuição do olfato) ou anosmia (ausência de olfato) e sinusites de repetição.
O que é um pólipo5 nasal?
Pólipos6 nasais são pequenos crescimentos benignos de tecido7 inflamado na camada mucosa1 do nariz2 ou dos seios paranasais3, que fazem saliências para dentro deles. Começam perto dos seios8 etmoidais, situados na parte superior interna do nariz2 e se espalham para áreas abertas. Eles podem variar em tamanho, formato, coloração e localização, serem uni ou bilaterais e podem se localizar em diferentes regiões do nariz2 e dos seios8 da face9. Podem ser únicos ou múltiplos ou se confluírem formando verdadeiros “cachos”.
Não se deve confundir polipose nasal com pólipos6 nasais. Nem todos os pólipos6 nasais são uma polipose nasal. Há massas nasais unilaterais e até mesmo lesões10 malignas na cavidade nasal11 e nos seios8 da face9 que devem ser diferenciadas das poliposes. Na polipose nasal, os pólipos6 são bilaterais e quando aumentam de tamanho eles podem causar obstrução nasal, alterações no olfato e bloquear a drenagem12 natural dos seios8 da face9.
Quais são as causas da polipose nasal?
Geralmente a polipose nasal está associada com alergias. Entretanto, também há casos em que fungos estão presentes provocando uma reação inflamatória crônica na mucosa1 do nariz2 e seios paranasais3 e casos de doenças genéticas associadas. Assim, pessoas com dificuldades para respirar, infecções13 crônicas dos seios nasais14, asma15, fibrose cística16, doença mucociliar17 e rinite18 alérgica têm maior propensão a terem pólipos6 nasais.
Qual é a fisiopatologia19 da polipose nasal?
Frequentemente, a polipose nasal vem junto com as alergias, mas a fisiopatogenia da polipose nasal e sua correlação com alergia20 ainda são alvos de controvérsia. A presença de um processo inflamatório crônico21 na submucosa nasal parece ser um elemento comum a todos os casos de polipose. Entretanto, nem todas as doenças inflamatórias crônicas da mucosa1 nasal cursam com polipose. A diminuição do fluxo aéreo com redução do oxigênio tissular22 ocorre na maioria dos casos, mas também não é um fator estritamente necessário na patogenia da polipose.
Atualmente, a polipose nasal é considerada uma doença inflamatória de causa multifatorial. Fatores locais como infecção23 bacteriana ou alterações estruturais como desvios de septo e variações anatômicas do meato médio resultam em uma resposta inflamatória local. Uma predisposição genética também pode estar implicada nesta patogenia.
Na polipose, os eosinófilos24 aumentam em número e provocam uma alteração nas células25 da mucosa1 do nariz2 e seios8 da face9. Isso faz com que haja uma desorganização no funcionamento da bomba de sódio e potássio que existe naturalmente em nossas células25. Com isso, o sódio que normalmente está presente no meio extracelular em maior quantidade acaba entrando pela membrana plasmática26 das células25 e carreia consigo a água. Esta água promove um inchaço27 nas células25 que acabam por desenvolver os pólipos6. Um grupo de pólipos6 recebe o nome de polipose, visto que se assemelha às formações marinhas (pólipos6 marinhos).
Quais são as principais características clínicas da polipose nasal?
Os principais sintomas28 das poliposes nasais são: obstrução nasal crônica e hiposmia ou anosmia. Outros sintomas28 podem incluir alterações no paladar29, tosse, secreção nasal, secreção constante na garganta30, dores de cabeça31, sensação de pressão facial, dentre outros. Em alguns casos mais severos de poliposes nasais, o paciente inclusive pode apresentar alguns distúrbios do sono, por não respirar adequadamente pelo nariz2.
Como o médico diagnostica a polipose nasal?
Uma história clínica cuidadosa pode captar os principais sintomas28 e detectar outras condições tais como asma15, sinusites de repetição e reações a medicações. Ao exame físico pode-se observar um alargamento da pirâmide nasal. Na endoscopia32 nasal pode-se observar os pólipos6, tumores acinzentados, de consistência amolecida, lisos e brilhantes.
A polipose nasal é praticamente sempre bilateral, causando obstrução nasal. O exame de imagem preferencial é a tomografia computadorizada33, porque auxilia na avaliação da extensão da doença. No caso de pacientes asmáticos devem ser feitos também radiografias ou tomografias computadorizadas de tórax34. Nos casos suspeitos de fibrose cística16 deve ser feita pesquisa de cloro e sódio no suor.
Um diagnóstico35 diferencial deve ser feito com tumores mesenquimais36, anormalidades anatômicas nasossinusais, papiloma invertido, angiofibroma juvenil e tumores epiteliais.
Como o médico trata a polipose nasal?
O tratamento consiste em medidas básicas para se evitar a inflamação37 crônica da mucosa1 do nariz2 e seios paranasais3, como as lavagens nasais com soro38 fisiológico39, várias vezes ao dia e medicações, geralmente anti-inflamatórios nasais apresentados em “spray”, mas que também podem ser em comprimidos ou injeções.
Entretanto, o tratamento clínico quase nunca é eficiente, pois os remédios e o soro38 fisiológico39 não conseguem chegar aos locais dos pólipos6. Nestes casos uma cirurgia pode ser indicada para remoção e limpeza destes pólipos6, além de uma abertura dos seios8 da face9 para que as lavagens e as medicações possam chegar aos locais de inflamação37. Contudo, a cirurgia também não oferece a cura definitiva e apenas oferece um melhor controle terapêutico, fazendo com que a doença fique controlada por um tempo maior. Muitas vezes, mesmo após a cirurgia, as medicações podem continuar sendo prescritas.
Como evolui a polipose nasal?
As poliposes nasais não têm uma cura definitiva, o tratamento de controle deve ser realizado pelo resto da vida.
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, da Fundação Otorrinolaringologia, do International Archives of Otorhinolaryngology e do Brazilian Journal of Otorhinolaryngology.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.