Eficácia das vacinas atualmente em uso contra a COVID-19
Quais são as vacinas em uso contra a COVID-19?
As vacinas em estágios mais adiantados de pesquisa e produção são:
- A Coronavac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
- A Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, na Rússia.
- A chamada vacina1 de Oxford, produzida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca.
- A vacina1 americana, produzida pela Pfizer-BioNTech.
- A vacina1 também americana, produzida pela Moderna.
Mas as pesquisas sobre vacinas contra a Covid-19 atualmente realizadas no mundo todo são muito numerosas e a cada dia surge um novo produto, tornando impossível manter uma relação atualizada delas.
Veja mais: “Novas variantes do coronavírus”, “Excreção viral e transmissibilidade da COVID-19” e “Covid-19, gravidez2 e parto”.
O que é eficácia de uma vacina1?
Para se avaliar a eficácia de uma vacina1, os voluntários participantes da pesquisa são divididos em dois grupos, um que recebe a vacina1 e outro que recebe um placebo3. Se a vacina1 de fato oferecer imunidade4, deverá haver muito mais casos da doença no grupo placebo3 que no grupo vacinado (idealmente nenhum, embora esta situação seja extremamente rara). A eficácia é expressa em percentagem de casos entre os grupos que receberam a vacina1 e o placebo3. Por exemplo, se de 170 doentes nos dois grupos, apenas oito estavam no grupo vacinado e 162 estavam no grupo placebo3, temos uma eficácia de 95% (vacina1 da Pfizer).
Quando se diz que uma vacina1 tem uma taxa global de 50,38% de eficácia (Coronavac), isso não significa que metade dos vacinados vai pegar a doença e metade, não. Na verdade, o imunizante5 diminui em 50,38% a probabilidade de apresentar Covid-19. Se, por exemplo, dez pessoas de um grupo ficam doentes, com a vacina1 o número cairia para cinco.
Essa, contudo, é uma explicação muito simplificada porque a eficácia deve ser medida separadamente para cada sexo, cada grupo de idade, grupo de sintomas6, cada grau de gravidade da doença, para a eventualidade de mortes e para muitos outros fatores, podendo haver taxas de eficácia diferentes para cada um deles. Quando se fala em taxa global de eficácia, fala-se de uma média de todas elas.
Muito se tem falado sobre a taxa de eficácia das vacinas em uso contra a Covid-19. No entanto, em termos de saúde7 pública, ela não é o único dado que deve ser levado em consideração; importam também a efetividade e a eficiência. Explicando: para testar a eficácia recruta-se pessoas sadias que se apresentem voluntariamente para o estudo, tenham um nível de educação mínimo para responder às perguntas, acesso a telefone e que não tenham deficiências físicas. Se for aprovada a vacina1 é liberada para toda e qualquer pessoa, inclusive aquelas que haviam ficado fora dos testes.
Pode ser que haja mudanças nos resultados nas pessoas que foram excluídas: isso é efetividade. Eficiência é a relação custo-efetividade. Atualmente ainda não há como determinar e eficiência e a efetividade das vacinas disponíveis.
Qual é a taxa de eficácia das diversas vacinas contra a COVID-19?
Coronavac
A Coronavac, até o momento a vacina1 mais utilizada no Brasil, apresentou os seguintes dados: eficácia geral de 50,38%, num estudo com um número superior a 12 mil testados que haviam tomado duas doses da vacina1 ou do placebo3 havia mais de duas semanas. O grupo de vacinados constou de 4.653 pessoas e o de não vacinados de 4.599. Dos vacinados, 85 foram infectados e tiveram algum sintoma8 e, dos não vacinados, 167 também foram infectados e tiveram algum sintoma8. Assim, a Coronacac tem uma eficácia de 78% em relação a sintomas6 e de 100% em relação a mortes. Dos vacinados, 7 tiveram sintomas6 leves e nenhum precisou ser internado. Dos não vacinados, 31 tiveram sintomas6 leves e 7 precisaram ser internados. De acordo com esses dados, quem não tomar a vacina1 terá o dobro de chances de desenvolver a Covid-19 e cinco vezes mais chance de precisar de atendimento médico.
Sputnik V
Segundo artigo publicado na revista “The Lancet”, a eficácia imunizante5 da vacina1 Sputnik V foi de 91,6%, em duas doses. A análise incluiu dados de 19.866 voluntários, entre os quais foram confirmados 78 casos de Covid-19. O estudo também apontou que entre os 2.144 idosos com mais de 60 anos a taxa de eficácia foi de 91,8% e, portanto, não diferiu significativamente do grupo de 18 a 60 anos. O nível de anticorpos9 contra o vírus10 produzido pela vacina1 é 1,3 a 1,5 vezes maior do que o nível de anticorpos9 dos pacientes que se recuperaram da Covid-19. Se esses dados se confirmarem, a Sputnik V será uma das três vacinas no mundo com eficácia acima de 90%, ao lado da vacina1 da Pfizer/BioNTech, com 95%, e da Moderna, com 94,5%.
AstraZeneca
A revista “The Lancet” publicou também os resultados dos testes da Universidade de Oxford e mostrou que a vacina1 de Oxford/AstraZeneca reduz em 67% a transmissão do coronavírus e tem 76% de eficácia entre o 22º e o 90º dia após a aplicação da primeira dose e de 82,4% após a segunda dose, mantendo-se o intervalo de três meses entre as aplicações. Estudos preliminares mostraram que a vacina1 Oxford/AstraZeneca tem a mesma eficácia contra a variante britânica do vírus10, mas uma eficácia menor contra a variante sul africana. No entanto, a empresa disse acreditar que sua vacina1 poderá proteger contra infecções11 graves, visto que a atividade de anticorpo12 neutralizante era equivalente à de outras vacinas contra Covid-19 que demonstraram proteção contra casos mais sérios.
Pfizer
A vacina1 da Pfizer testou 42 mil pessoas, metade com a vacina1, e metade com o placebo3. Quando o teste chegou a 170 pessoas doentes, a empresa fez a comparação entre os grupos e constatou que dessas apenas oito estavam no grupo vacinado, e 162, no grupo placebo3. Isso resultou em uma eficácia de 95%.
Moderna
A Moderna alega uma eficácia de 94,1% da sua vacina1. O ensaio da Moderna reuniu 30 mil pessoas, divididas em dois grupos: um que recebeu a vacina1 e outro que recebeu um placebo3. A Covid-19 se manifestou em 185 pessoas do segundo grupo e em apenas 11 do primeiro. A Food and Drug Administration (FDA), agência americana responsável pela autorização da vacina1, já havia aprovado seu uso emergencial e informado que ela é altamente protetora para o coronavírus e não apresenta problemas de segurança.
Leia também “Tempo de permanência do coronavírus (SARS-CoV-2) nas diferentes superfícies”, “O uso de máscaras durante a pandemia13 de COVID-19” e “Orientações para isolamento domiciliar de casos suspeitos ou confirmados da COVID-19”.
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas principalmente dos sites da Fiocruz – Brasil e do Instituto Butantan.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.