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Julho Verde: Mês de luta contra o Câncer de Cabeça e Pescoço

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O que é o câncer1 da cabeça2 e pescoço3?

Câncer1 de cabeça2 e pescoço3 é um grupo heterogêneo de tumores que afetam estruturas anatômicas localizadas na cabeça2 e pescoço3, como cavidade oral4, nasofaringe5, orofaringe6, hipofaringe7, laringe8, cavidade nasal9, seios paranasais10, glândulas salivares11 e tireoide12, as quais envolvem funções da fala, deglutição13, respiração, paladar14, olfato e outras.

Quais são as causas do câncer1 da cabeça2 e pescoço3?

Geralmente, o câncer1 de cabeça2 e pescoço3 começa nas células15 escamosas que revestem as superfícies mucosas16 úmidas no interior da cabeça2 e pescoço3. Também pode começar nas glândulas salivares11, mas cânceres das glândulas salivares11 são relativamente raros.

O fumo e o álcool são os principais fatores envolvidos com o câncer1 de cabeça2 e pescoço3, especialmente os tumores da cavidade oral4, orofaringe6, hipofaringe7 e laringe8. Os indivíduos que combinam os dois fatores têm até 200 vezes maior chance de desenvolver câncer1 que os que não fumam, nem bebem.

Outros fatores conhecidos são as infecções17 virais, exposição ocupacional (ao pó de madeira, por exemplo, e outros), exposição à radiação, fatores dietéticos (consumo de certas conservas, por exemplo) e tendência genética. Outros fatores podem ser uma dieta rica em gorduras, o hábito do chimarrão (pode aumentar em até 2 vezes o risco de câncer1 de laringe8) e a má higiene oral. O papilomavírus humano (HPV) também é um fator de risco18 para alguns tipos de cânceres de cabeça2 e pescoço3, particularmente câncer1 de orofaringe6.

Quais são as principais características clínicas do câncer1 de cabeça2 e pescoço3?

Os sintomas19 do câncer1 de cabeça2 e pescoço3 dependem do órgão afetado, mas costumam ser vagos, de início, e por isso podem levar a um atraso no diagnóstico20. No entanto, algumas queixas mais típicas podem ser destacadas.

No câncer1 de seios nasais21 há feridas duradouras que não cicatrizam, sangramento nasal ou obstrução nasal permanente. No câncer1 da nasofaringe5 há nódulos ou massas no pescoço3 em 90% dos casos, otites22 crônicas, cefaleia23 e alterações neurológicas. No câncer1 de orofaringe6 há também dificuldades de engolir e dor no ouvido. No câncer1 de laringe8 observa-se rouquidão e tosse. No câncer1 da cavidade oral4 ocorrem feridas ou elevações que não cicatrizam, alterações dentárias incomuns ou dificuldade em fixar próteses dentárias.

Como o médico diagnostica o câncer1 de cabeça2 e pescoço3?

A suspeita de câncer1 de cabeça2 e pescoço3 pode ser feita por meio dos sinais24 e sintomas19, mas para se estabelecer um diagnóstico20 definitivo é necessário fazer-se uma biópsia25 ou punção da lesão26 suspeita. O patologista27 deverá examinar o material coletado do paciente ao microscópio à procura de células15 malignas compatíveis com o diagnóstico20 suspeitado. A maioria dos casos de câncer1 de cabeça2 e pescoço3 é de carcinoma28 epidermoide. Após o estabelecimento do diagnóstico20, o médico deve passar ao estadiamento (extensão) da doença, para o qual são pedidos exames complementares.

Como o médico trata o câncer1 da cabeça2 e pescoço3?

O tratamento do câncer1 de cabeça2 e pescoço3 depende da extensão e localização do tumor29 e do seu estadiamento, além da idade do paciente e de seu estado geral de saúde30, e necessitará de uma equipe multidisciplinar que, conforme o caso, deve envolver oncologista, cirurgião de cabeça2 e pescoço3, radioterapeuta, profissionais da odontologia, nutrição31, psicologia, enfermagem e fonoaudiologia.

Como em quase todo tipo de câncer1, os pilares do tratamento do câncer1 de cabeça2 e pescoço3 são a cirurgia, a radioterapia32 e a quimioterapia33. Hoje, dispõe-se de drogas inteligentes, direcionadas contra o tumor29, que podem poupar os pacientes dos efeitos adversos da quimioterapia33. O tratamento visa o controle da doença e a manutenção de uma boa qualidade de vida para o paciente.

Como evolui o câncer1 da cabeça2 e pescoço3?

A evolução do câncer1 de cabeça2 e pescoço3 depende da extensão da doença e da presença de doenças associadas, se houver. Sempre que possível, busca-se o tratamento de preservação dos órgãos afetados.

Como prevenir o câncer1 da cabeça2 e pescoço3?

A principal medida de prevenção do câncer1 de cabeça2 e pescoço3 é evitar o tabagismo e o etilismo. É essencial também manter uma boa higiene bucal, ter os dentes tratados e fazer uma consulta odontológica de controle a cada ano. Uma dieta saudável, rica em vegetais e frutas também é capaz de prevenir o câncer1 de cabeça2 e pescoço3.

Para evitar-se o câncer1 de pele34 na região de cabeça2 e pescoço3 deve-se evitar a exposição ao sol em horários de alta radiação ultravioleta ou utilizar filtro solar e chapéu de aba longa.

É importante evitar a infecção35 pelo HPV oral porque certos tipos de cânceres da cabeça2 e pescoço3 são associados a este vírus36.

Quais são as complicações possíveis do câncer1 de cabeça2 e pescoço3?

Os tumores ou os tratamentos instituídos para combater o câncer1 de cabeça2 e pescoço3, como as cirurgias e as irradiações, podem levar a dificuldades de fala ou deglutição13 e alterar significativamente a aparência das pessoas.

 

ABCMED, 2016. Julho Verde: Mês de luta contra o Câncer de Cabeça e Pescoço. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/cancer/1271823/julho-verde-mes-de-luta-contra-o-cancer-de-cabeca-e-pescoco.htm>. Acesso em: 18 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
2 Cabeça:
3 Pescoço:
4 Cavidade Oral: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
5 Nasofaringe: Nasofaringe ou cavum é a parte superior da faringe, localizada logo atrás do nariz e acima do palato mole. Nesta área, drenam as trompas de Eustáquio, comunicação entre o ouvido médio e a faringe, com a função de ventilar adequadamente as orelhas.
6 Orofaringe: Parte mediana da faringe, entre a boca e a rinofaringe.
7 Hipofaringe: Hipofaringe ou laringofaringe faz limites na borda superior da epiglote (limite superior) e na margem inferior da cartilagem cricoidea (limite inferior).
8 Laringe: É um órgão fibromuscular, situado entre a traqueia e a base da língua que permite a passagem de ar para a traquéia. Consiste em uma série de cartilagens, como a tiroide, a cricóide e a epiglote e três pares de cartilagens: aritnoide, corniculada e cuneiforme, todas elas revestidas de membrana mucosa que são movidas pelos músculos da laringe. As dobras da membrana mucosa dão origem às pregas vocais.
9 Cavidade Nasal: Porção proximal da passagem respiratória em cada lado do septo nasal, revestida por uma mucosa ciliada extendendo-se das narinas até a faringe.
10 Seios paranasais: Seios paranasais são cavidades preenchidas de ar localizadas no interior dos ossos do crânio e da face, que se comunicam com a cavidade nasal.
11 Glândulas salivares: As glândulas salivares localizam-se no interior e em torno da cavidade bucal tendo como objetivo principal a produção e a secreção da saliva. São elas: parótidas, submandibulares, sublinguais e várias glândulas salivares menores.
12 Tireoide: Glândula endócrina altamente vascularizada, constituída por dois lobos (um em cada lado da TRAQUÉIA) unidos por um feixe de tecido delgado. Secreta os HORMÔNIOS TIREOIDIANOS (produzidos pelas células foliculares) e CALCITONINA (produzida pelas células para-foliculares), que regulam o metabolismo e o nível de CÁLCIO no sangue, respectivamente.
13 Deglutição: Passagem dos alimentos desde a boca até o esôfago; ação ou efeito de deglutir; engolir. É um mecanismo em parte voluntário e em parte automático (reflexo) que envolve a musculatura faríngea e o esfíncter esofágico superior.
14 Paladar: Paladar ou sabor. Em fisiologia, é a função sensorial que permite a percepção dos sabores pela língua e sua transmissão, através do nervo gustativo ao cérebro, onde são recebidos e analisados.
15 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
16 Mucosas: Tipo de membranas, umidificadas por secreções glandulares, que recobrem cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
17 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
18 Fator de risco: Qualquer coisa que aumente a chance de uma pessoa desenvolver uma doença.
19 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
20 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
21 Seios Nasais: Extensões preenchidas de ar localizadas na parte respiratória da cavidade nasal dentro dos ossos frontal, etmóide, esfenóide e maxila. Variam em tamanho e forma entre indivíduos diferentes, e são revestidas por uma membrana mucosa ciliada da cavidade nasal.
22 Otites: Toda infecção do ouvido é chamada de otite.
23 Cefaleia: Sinônimo de dor de cabeça. Este termo engloba todas as dores de cabeça existentes, ou seja, enxaqueca ou migrânea, cefaleia ou dor de cabeça tensional, cefaleia cervicogênica, cefaleia em pontada, cefaleia secundária a sinusite, etc... são tipos dentro do grupo das cefaleias ou dores de cabeça. A cefaleia tipo tensional é a mais comum (acomete 78% da população), seguida da enxaqueca ou migrânea (16% da população).
24 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
25 Biópsia: 1. Retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico. 2. Exame histológico e histoquímico. 3. Por metonímia, é o próprio material retirado para exame.
26 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
27 Patologista: Estudioso ou especialista em patologia, que é a especialidade médica que estuda as doenças e as alterações que estas provocam no organismo.
28 Carcinoma: Tumor maligno ou câncer, derivado do tecido epitelial.
29 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
30 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
31 Nutrição: Incorporação de vitaminas, minerais, proteínas, lipídios, carboidratos, oligoelementos, etc. indispensáveis para o desenvolvimento e manutenção de um indivíduo normal.
32 Radioterapia: Método que utiliza diversos tipos de radiação ionizante para tratamento de doenças oncológicas.
33 Quimioterapia: Método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
34 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
35 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
36 Vírus: Pequeno microorganismo capaz de infectar uma célula de um organismo superior e replicar-se utilizando os elementos celulares do hospedeiro. São capazes de causar múltiplas doenças, desde um resfriado comum até a AIDS.
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