É possível acabar com o câncer?
A realidade do câncer1
Não há duvidas de que os casos de câncer1 estão aumentando em todo o mundo. Nos Estados Unidos, segundo a American Cancer1 Society, o risco de desenvolver câncer1 em algum momento de nossas vidas já é de 42% em homens e 38% em mulheres; no Reino Unido a taxa já é de 54% dos homens e 48% das mulheres, segundo o Cancer1 Research UK. E os casos estão em ascensão, numa taxa de 3% a cada ano. No Brasil, não só o câncer1 está extremamente difundido, mas também cada vez mais comum. O Instituto Nacional do Câncer1 (INCA) estima que 600.000 novos casos serão diagnosticados em 2016, um número maior que nos anos anteriores.
Uma das razões desse aumento (mas não a única) é que os seres humanos, em média, vivem muito mais tempo atualmente do que antes. Quanto mais tempo o organismo vive, mais provável é que uma das suas células2 sucumba a uma mutação3 causadora de câncer1. Se as pessoas querem viver mais de 70 anos, então temos que aceitar que, mais cedo ou mais tarde, terão uma quase certeza de terem algum tipo de câncer1, porque suas células2 não são capazes de manter o seu DNA durante todo esse tempo.
Alguns pesquisadores informam que todas as pessoas com mais de 40 anos portam uma mutação3 que pode causar câncer1 em algum momento. Isso pode parecer alarmante, mas os mecanismos de defesas naturais geralmente destroem as células2 mutantes antes que elas possam se transformar em um tumor4. O câncer1 é também abundante entre animais domésticos, selvagens ou marinhos e a taxa de mortalidade5 deles é semelhante à que ocorre nos seres humanos, descontando o fato de que os animais não se tratam.
Quanto maior o ser e quanto maior o seu número de células2, maior a possibilidade de ter câncer1. No entanto, há exceções. Alguns animais grandes parecem não ter câncer1 ou só tê-los muito raramente: apenas cerca de 5% de elefantes morrem de câncer1 e a doença é rara entre certas espécies de baleias e leões marinhos, apesar de serem animais com um número muito grande de células2. Por que será que tantos humanos desenvolvem a doença em algum momento de suas vidas?
Por que o câncer1?
Para entender por que o câncer1 existe, precisamos voltar a um processo fundamental que ocorre no nosso corpo: a divisão celular. Todo câncer1 é um problema da divisão e da multiplicação celular. Cada ser humano começa como uma única célula6 que, dentro de alguns dias já se transformou em uma bola contendo algumas centenas de células2. Ao atingir a idade adulta, essa célula6 inicial se dividiu tantas vezes que os cientistas não conseguem concordar, mesmo com a aproximação de alguns trilhões, em quantas células2 o corpo humano7 contém.
A divisão celular normal é muito controlada, mas o câncer1 quebra todas as regras dessa divisão e as células2 se multiplicam descontroladamente. Normalmente, a maioria delas tem uma duração determinada, e as células2 velhas ou danificadas são destruídas, mas ocasionalmente uma delas se mantém reproduzindo, criando mais e mais novas células2. O câncer1 ocorre quando uma célula6 aparentemente normal se divide fora de controle, resultando num tumor4.
A ameaça inicialmente vem da pequena quantidade de células2 corrompidas, mas ao longo do tempo, uma destas células2 pode crescer e se dividir em dezenas de milhares de células2 cancerosas. As células2 cancerosas continuam produzindo mutações e a aumentando sua diversidade. Eventualmente, pode haver bilhões de células2 em um tumor4, de incontáveis tipos diferentes.
As células2 cancerosas não são todas iguais: sempre que uma célula6 cancerosa se divide, ela sofre novas mutações. Em outras palavras, elas “evoluem”, a ponto que se pode dizer que não há, num tumor4 canceroso, duas células2 que sejam iguais. Normalmente elas crescem mais rapidamente que as demais. No entanto, o corpo humano7 tem como detectar essas mutações celulares anormais por meio de sistemas biológicos que intervêm para destruir as células2 mutantes, antes que elas possam causar danos. Mas o fato de que os tumores estão constantemente mudando sua composição genética é uma das razões pelas quais eles são tão difíceis de serem eliminados. Os seres humanos são vulneráveis ao câncer1 precisamente porque são grandes e complexos.
Como tratar o câncer1?
É vital compreender as causas do câncer1 para encontrar novos tratamentos, no entando, por enquanto fundamental que nos concentremos na prevenção do câncer1, afinal, já conhecemos certos fatores de risco, como fumar ou expor-se a queimaduras solares. Os Estados Unidos registraram um declínio de 25% na taxa de mortalidade5 nas últimas duas décadas, mais da metade impulsionado por atividades de prevenção e pelas modernas técnicas de diagnóstico8 precoce. Quase um terço das mortes por câncer1 nos Estados Unidos tem sido atribuído ao tabagismo e o tabaco é, entre todas, a causa mais evitável de câncer1.
Em teoria, poderíamos criar drogas que imitem o que se passa com os elefantes (em que só 5% sofrem de câncer1, contra 1 em cada 5 humanos, apesar de serem animais com grande quantidade de células2). Tais medicamentos estão sendo testados no momento. Se os elefantes raramente têm câncer1, apesar de serem muito grandes, baleias que podem viver por 200 anos parecem ter ainda menos. Isto é surpreendente porque, em teoria, esses animais deveriam ter um elevado risco de câncer1 – e isso pode ajudar nas pesquisas sobre novos tratamentos. Por outro lado, os ratos, que são criaturas pequenas, são extremamente propensos ao câncer1, apesar de viverem vidas curtas e terem muito menos células2 do que os seres humanos.
Leia mais sobre os diferentes tipos de câncer1: "Câncer1 de mama9", "Câncer1 do colo do útero10", "Câncer1 Colorretal", "Câncer1 de pulmão11", "Câncer1 de próstata12", "Câncer1 de fígado13" e "Câncer1 de pele14".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.