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Asma: definição, causas, sintomas, diagnóstico e tratamento

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O que é asma1 brônquica?

A asma1 brônquica é uma doença inflamatória crônica das vias respiratórias, que se expressa pela redução ou obstrução no fluxo do ar respirado, devido ao edema2 da mucosa3 dos brônquios4, à hiperprodução de muco nas vias aéreas e à contração da musculatura lisa dessa região. Além disso, pode ocorrer a presença de células5 inflamatórias nas vias aéreas, exsudação6 de plasma7, hipertrofia8 muscular, rolhas de muco e descamação9 do epitélio10. O estreitamento das vias aéreas geralmente é reversível, de forma espontânea ou através de medicações, mas pode também tornar-se irreversível, em pacientes com asma1 crônica. A asma1 brônquica pode se iniciar em qualquer momento da vida, mas na maioria das vezes começa na infância.

Quais são as causas da asma1?

A asma1 é causada por uma hipersensibilidade dos brônquios4, na maioria das vezes de causa hereditária. Sua fisiopatologia11 está relacionada à interação entre fatores genéticos e ambientais. Por um lado, cerca de um terço dos asmáticos possui um familiar (pais, avós, irmãos ou filhos) com asma1 ou com outra doença alérgica. Por outro lado, alguns fatores ambientais como alterações climáticas, contato com pólen, mofo, poeira, pelo de animais, fumaça, cheiros fortes, gripes e resfriados e ingestão de certos alimentos ou medicamentos podem atuar como precipitantes ou agravantes da enfermidade.

Quais são os sinais12 e sintomas13 da asma1?

Em geral os sintomas13 aparecem ciclicamente com períodos intermitentes14 de melhora e de piora. Eles se mostram como dificuldade respiratória, dor ou ardência no peito15 e chiado (sibilância). Além disso, quase sempre há tosse, expectoração16 com aspecto de "clara de ovo17". Esses sintomas13 podem aparecer a qualquer momento do dia, mas tendem a predominar pela manhã ou à noite. Quando se tornam especialmente intensos, de forma aguda, constituem o que se costuma designar de “crise de asma”.

Como o médico diagnostica a asma1 brônquica?

O diagnóstico18 da asma1 é principalmente clínico, baseado nos sinais12 e sintomas13 referidos pelo paciente. Ao exame físico o médico pode notar, principalmente durante as crises, a presença de sibilos nos pulmões19. Eles podem não existir nas pessoas asmáticas que estiverem fora das crises e o exame físico pode, inclusive, ser completamente normal. Exames complementares podem auxiliar no diagnóstico18. Dentre eles, a radiografia do tórax20, exames de sangue21 e a espirometria22, que identifica e quantifica a obstrução ao fluxo de ar e o teste de bronco-provocação, com substâncias pró-inflamatórias. O exame mais importante, no entanto, é a análise dos valores exalados de óxido nítrico, os quais permitem também avaliar a resposta ao tratamento.

Como o médico trata a asma1 brônquica?

O tratamento da pessoa asmática compreende dois momentos diferentes: o tratamento das crises e o tratamento da doença de base.

1. Tratamento das crises asmáticas

As medicações das crises graves e situações de emergência23 são diferentes das usadas para tratar a doença básica. No tratamento dos ataques graves usam-se normalmente corticosteroides (geralmente por administração sistêmica), agonistas adrenérgicos24 inalados e anticolinérgicos. Além disso, o paciente deve procurar manter a calma, permanecer em ambientes arejados, falar pouco e usar roupas largas, desde que não sejam de lã. Se as crises asmáticas durarem de dois a três dias os alvéolos25 ficam saturados de gás carbônico e isso prejudica as trocas gasosas pulmonares, podendo repercutir negativamente em todos os órgãos.

2. Tratamento da asma1

A pessoa asmática precisa manter certos cuidados com o ambiente, além de usar medicações e utilizar certas técnicas fisioterapêuticas, que se mostram bastante eficientes. Os medicamentos principais são de duas classes: os broncodilatadores26 e os anti-inflamatórios. O broncodilatadores26 dilatam as vias aéreas e devem ser utilizados quando o asmático está com falta de ar, chiado no peito15 ou crise de tosse. Os anti-inflamatórios, por sua vez, devem ser utilizados principalmente para evitar e prevenir as crises agudas. Essas duas classes de medicações são recursos de manutenção e podem ser usados de várias formas: nebulização27, spray, comprimido, xarope. Os corticoides são usados para combater a inflamação28. Tais medicamentos são utilizados com o intuito de prevenir as exacerbações da doença. Existem outras possibilidades mais recentes de tratamento, ainda menos consolidadas. Em certos casos pode ser necessário o uso de incentivadores respiratórios e respiradores mecânicos não-invasivos.

O tratamento fisioterápico contribui para melhorar a ventilação29, auxiliar no relaxamento da musculatura respiratória, higienizar as vias aéreas, melhorar a condição física e aprimorar a qualidade de vida dos indivíduos acometidos. Nas crianças, ele consiste em trabalhos de exercícios respiratórios, de desobstrução brônquica e drenagem30 postural, com estimulação da tosse se necessário e treino de padrão ventilatório. Em adultos, enfatiza os alongamentos globais, os exercícios aeróbicos, vários exercícios respiratórios e o acompanhamento do fluxo respiratório, entre outros.

Como prevenir a asma1 brônquica?

Não há como prevenir a existência da doença, mas sim as suas exacerbações. Como prevenção das crises o asmático pode utilizar corticosteroides, beta 2 agonistas de longa duração e antileucotrienos, além de ter um bom controle ambiental, evitando exposição aos desencadeadores conhecidos da crise asmática. Tudo isso deve ser feito com orientação médica.

Como evolui a asma1 brônquica?

O prognóstico31 dos asmáticos é bom, especialmente para as crianças. Após uma década, cerca de 54% delas não terão mais esse diagnóstico18. Nos asmáticos crônicos ocorre, com frequência, uma dilatação dos alvéolos25 que acaba por levar ao enfisema32 pulmonar. Em casos raros a asma1 pode levar à morte.

ABCMED, 2013. Asma: definição, causas, sintomas, diagnóstico e tratamento. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/372725/asma-definicao-causas-sintomas-diagnostico-e-tratamento.htm>. Acesso em: 18 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Asma: Doença das vias aéreas inferiores (brônquios), caracterizada por uma diminuição aguda do calibre bronquial em resposta a um estímulo ambiental. Isto produz obstrução e dificuldade respiratória que pode ser revertida de forma espontânea ou com tratamento médico.
2 Edema: 1. Inchaço causado pelo excesso de fluidos no organismo. 2. Acúmulo anormal de líquido nos tecidos do organismo, especialmente no tecido conjuntivo.
3 Mucosa: Tipo de membrana, umidificada por secreções glandulares, que recobre cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
4 Brônquios: A maior passagem que leva ar aos pulmões originando-se na bifurcação terminal da traquéia. Sinônimos: Bronquíolos
5 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
6 Exsudação: Líquido que, transudando pelos poros de uma planta ou de um animal, adquire consistência viscosa na superfície onde aparece.
7 Plasma: Parte que resta do SANGUE, depois que as CÉLULAS SANGÜÍNEAS são removidas por CENTRIFUGAÇÃO (sem COAGULAÇÃO SANGÜÍNEA prévia).
8 Hipertrofia: 1. Desenvolvimento ou crescimento excessivo de um órgão ou de parte dele devido a um aumento do tamanho de suas células constituintes. 2. Desenvolvimento ou crescimento excessivo, em tamanho ou em complexidade (de alguma coisa). 3. Em medicina, é aumento do tamanho (mas não da quantidade) de células que compõem um tecido. Pode ser acompanhada pelo aumento do tamanho do órgão do qual faz parte.
9 Descamação: 1. Ato ou efeito de descamar(-se); escamação. 2. Na dermatologia, fala-se da eliminação normal ou patológica da camada córnea da pele ou das mucosas. 3. Formação de cascas ou escamas, devido ao intemperismo, sobre uma rocha; esfoliação térmica.
10 Epitélio: Uma ou mais camadas de CÉLULAS EPITELIAIS, sustentadas pela lâmina basal, que recobrem as superfícies internas e externas do corpo.
11 Fisiopatologia: Estudo do conjunto de alterações fisiológicas que acontecem no organismo e estão associadas a uma doença.
12 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
13 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
14 Intermitentes: Nos quais ou em que ocorrem interrupções; que cessa e recomeça por intervalos; intervalado, descontínuo. Em medicina, diz-se de episódios de febre alta que se alternam com intervalos de temperatura normal ou cujas pulsações têm intervalos desiguais entre si.
15 Peito: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original
16 Expectoração: Ato ou efeito de expectorar. Em patologia, é a expulsão, por meio da tosse, de secreções provenientes da traqueia, brônquios e pulmões; escarro.
17 Ovo: 1. Célula germinativa feminina (haploide e madura) expelida pelo OVÁRIO durante a OVULAÇÃO. 2. Em alguns animais, como aves, répteis e peixes, é a estrutura expelida do corpo da mãe, que consiste no óvulo fecundado, com as reservas alimentares e os envoltórios protetores.
18 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
19 Pulmões: Órgãos do sistema respiratório situados na cavidade torácica e responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. São em número de dois, possuem forma piramidal, têm consistência esponjosa e medem cerca de 25 cm de comprimento. Os pulmões humanos são divididos em segmentos denominados lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos e o direito possui três. Os pulmões são compostos de brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares. Nos alvéolos se dão as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o meio ambiente e o corpo, com a entrada de oxigênio na hemoglobina do sangue (formando a oxiemoglobina) e saída do gás carbônico ou dióxido de carbono (que vem da célula como carboemoglobina) dos capilares para o alvéolo.
20 Tórax: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original Sinônimos: Peito; Caixa Torácica
21 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
22 Espirometria: Exame que permite aferir o fluxo de ar nas vias aéreas ou brônquios, comparando os resultados com os obtidos por pessoas saudáveis com a mesma idade e altura. Serve para a investigação de sintomas respiratórios; diagnóstico e avaliação de asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ou bronquite causada pelo cigarro; incapacidade funcional; avaliação pós-operatória e avaliação e diagnóstico de doenças respiratórias relacionadas ao trabalho. O exame têm duração média de 30 minutos.
23 Emergência: 1. Ato ou efeito de emergir. 2. Situação grave, perigosa, momento crítico ou fortuito. 3. Setor de uma instituição hospitalar onde são atendidos pacientes que requerem tratamento imediato; pronto-socorro. 4. Eclosão. 5. Qualquer excrescência especializada ou parcial em um ramo ou outro órgão, formada por tecido epidérmico (ou da camada cortical) e um ou mais estratos de tecido subepidérmico, e que pode originar nectários, acúleos, etc. ou não se desenvolver em um órgão definido.
24 Adrenérgicos: Que agem sobre certos receptores específicos do sistema simpático, como o faz a adrenalina.
25 Alvéolos: Pequenas bolsas poliédricas localizadas ao longo das paredes dos sacos alveolares, ductos alveolares e bronquíolos terminais. A troca gasosa entre o ar alveolar e o sangue capilar pulmonar ocorre através das suas paredes. DF
26 Broncodilatadores: São substâncias farmacologicamente ativas que promovem a dilatação dos brônquios.
27 Nebulização: Método utilizado para administração de fármacos ou fluidificação de secreções respiratórias. Utiliza um mecanismo vaporizador através do qual se favorece a penetração de água ou medicamentos na atmosfera bronquial.
28 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
29 Ventilação: 1. Ação ou efeito de ventilar, passagem contínua de ar fresco e renovado, num espaço ou recinto. 2. Agitação ou movimentação do ar, natural ou provocada para estabelecer sua circulação dentro de um ambiente. 3. Em fisiologia, é o movimento de ar nos pulmões. Perfusão Em medicina, é a introdução de substância líquida nos tecidos por meio de injeção em vasos sanguíneos.
30 Drenagem: Saída ou retirada de material líquido (sangue, pus, soro), de forma espontânea ou através de um tubo colocado no interior da cavidade afetada (dreno).
31 Prognóstico: 1. Juízo médico, baseado no diagnóstico e nas possibilidades terapêuticas, em relação à duração, à evolução e ao termo de uma doença. Em medicina, predição do curso ou do resultado provável de uma doença; prognose. 2. Predição, presságio, profecia relativos a qualquer assunto. 3. Relativo a prognose. 4. Que traça o provável desenvolvimento futuro ou o resultado de um processo. 5. Que pode indicar acontecimentos futuros (diz-se de sinal, sintoma, indício, etc.). 6. No uso pejorativo, pernóstico, doutoral, professoral; prognóstico.
32 Enfisema: Doença respiratória caracterizada por destruição das paredes que separam um alvéolo de outro, com conseqüente perda da retração pulmonar normal. É produzida pelo hábito de fumar e, em algumas pessoas, pela deficiência de uma proteína chamada Antitripsina.
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Comentários

23/08/2013 - Comentário feito por mario
Re: Asma: definição, causas, sintomas, diagnóstico e tratamento
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