Porfiria. Conheça mais esta doença.
O que é porfiria1?
Porfiria1 é um grupo de distúrbios raros, hereditários ou adquiridos, que se manifestam como problemas na pele2 e/ou no sistema nervoso central3 e que se devem a alterações enzimáticas no processo de formação do heme (grupamento químico contendo um átomo de ferro que se junta às porfirinas para formar a hemoglobina4 e a mioglobina). Existem diferentes tipos de porfirias5, classificadas de acordo com as deficiências enzimáticas do processo de síntese do heme. Porfiria1 (do grego porphýra = pigmento roxo) faz referência à coloração arroxeada dos fluidos corporais dos pacientes durante um ataque da doença. As porfirias5 hereditárias são transmitidas de geração a geração.
Quais são as causas da porfiria1?
A porfiria1 se transmite de uma geração à geração seguinte, num mecanismo herdado que envolve certas enzimas participantes do processo de síntese do heme. Normalmente, o corpo produz o heme num processo dividido em diversas etapas, que produz a porfirina. A fisiopatogenia da doença provavelmente está ligada aos precursores da porfirina, o ácido δ-aminolevulínico (ALA) e porfobilinogênio (PBG). Os portadores de porfiria1 têm uma deficiência de certas enzimas necessárias para que esse processo se desenvolva normalmente, o que causa o acúmulo de quantidades anormais de porfirina no corpo. Sabe-se que drogas, infecções6, álcool e hormônios, como o estrogênio, podem desencadear ataques de porfiria1.
Quais são os principais sinais7 e sintomas8 da porfiria1?
São três os sintomas8 que formam o conjunto sintomático9 típico de porfiria1:
- Dor ou cólicas10 abdominais.
- Sensibilidade à luz.
- Problemas com o sistema nervoso11 e os músculos12 (convulsões, distúrbios mentais, lesões13 nos nervos).
As porfirias5 agudas, de origem hepática14, afetam primariamente o sistema nervoso11, resultando em dor abdominal, vômitos15, neuropatia16 aguda, convulsões e distúrbios mentais. Se houver acometimento do sistema nervoso autônomo17, pode ocorrer constipação18, elevação ou queda da pressão arterial19, taquicardia20 e outras arritmias21 cardíacas. Em casos mais graves, pode ocorrer distúrbio eletrolítico, paralisia22 do bulbo23 cerebral e distúrbio psiquiátrico grave. Os ataques da doença podem ser desencadeados por diversas drogas e por outros agentes químicos ou alimentos. Os pacientes com porfirias5 hepáticas24 têm risco aumentado de terem câncer25 de fígado26. As porfirias5 eritropoiéticas afetam primariamente a pele2, levando à fotossensibilidade, bolhas, necrose27 da pele2, prurido28, edema29 e aumento do crescimento de pelos. Em algumas formas de porfiria1, o acúmulo de precursores do heme excretados podem mudar a cor da urina30, para um vermelho escuro ou púrpura31. Também pode haver acúmulo dos precursores nos dentes e nas unhas32, levando-os a adquirir uma coloração avermelhada. Alguns sintomas8 da porfiria1 (pressão arterial19 baixa, desequilíbrio eletrolítico grave e choque33) podem representar risco de vida.
Como o médico diagnostica a porfiria1?
A porfiria1 pode ser diagnosticada por meio da espectroscopia e exames de sangue34, urina30 e fezes. Para detectar a porfiria1, podem ser necessários repetidos exames durante um ataque e ataques subsequentes, já que os níveis podem estar normais ou próximos ao normal entre os ataques. As amostras, então, devem ser colhidas durante uma crise porque, caso contrário, um resultado falso negativo pode ocorrer. Podem também ser solicitados alguns exames para diagnóstico35 dos órgãos afetados, como os estudos da condução nervosa para neuropatias ou uma ultrassonografia36 para o fígado26, etc. Exames bioquímicos básicos podem ajudar a identificar a doença no fígado26, carcinoma37 hepático e outros problemas nos órgãos. Outros exames podem ser realizados na tentativa de diagnosticar a porfiria1, suas características e consequências, tais como perfil de gases no sangue34, painel metabólico, níveis de porfirina no sangue34, ultrassonografia36 do abdome38, análise de urina30.
Como o médico trata a porfiria1?
Porfiria1 aguda: se o ataque foi causado por drogas ou hormônios, a descontinuação do uso destas substâncias é essencial. A infecção39 é uma das causas mais comuns de ataques e requer pronto e vigoroso tratamento. A hematina e o arginato de heme devem ser aplicados bem no começo de um ataque, porque a eficácia dele tanto depende do indivíduo como da demora em iniciar o tratamento. Essas não são drogas curativas, mas podem reduzir o tempo e a intensidade dos ataques. A dor, frequentemente severa e fora de proporção com os sinais7 físicos, quase sempre requer o uso de opiáceos. Também as náuseas40 podem ser muito fortes e às vezes não são tratáveis. O tratamento das convulsões que geralmente acompanham essa doença pode ser problemático: barbitúricos devem ser evitados e devem-se tentar outros medicamentos anticonvulsivos, como a gabapentina, por exemplo. As crises ocasionadas por flutuações hormonais em mulheres podem ser tratadas com contraceptivos orais e hormônios luteinizantes. Uma dieta rica em carboidratos é geralmente recomendada; em ataques severos. Nas porfirias5 eritropoiéticas, as erupções de pele2 requerem que a pessoa evite a exposição ao sol e que use um filtro solar regularmente. A transfusão41 de sangue34 pode ser usada para suprimir a produção de heme pelo indivíduo doente.
Quais são os cuidados especiais que devem ser tomados com os pacientes que têm porfiria1?
Pacientes de porfiria1 devem usar uma identificação o tempo inteiro, em que mencionem a sua condição de portadores da doença, já que talvez eles não possam explicá-la quando estão em uma crise e já que algumas drogas são absolutamente contraindicadas.
Deve-se evitar o álcool, as drogas, as lesões13 na pele2, a luz solar e seguir uma dieta com grandes quantidades de carboidratos.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.