Qual a importância do exame de urina?
A urina1 é uma das principais vias de excreção do organismo e o exame dela pode oferecer informações importantes sobre o estado fisiológico2 do organismo, sobre a presença e a evolução de muitas doenças sistêmicas, sobre a avalição de certos tratamentos e sobre o estado funcional dos rins3.
O exame de urina4 é um dos exames complementares coadjuvantes5 mais utilizados na clínica. A análise da urina1 pode ser feita quanto à quantidade; densidade; pH; aspecto físico (cor, transparência, cheiro, etc.); presença ou não de elementos e sedimentos anormais e de germes; composição bioquímica e pesquisa microscópica.
Muitas substâncias são encontradas regularmente na urina1, em taxas fisiológicas6 normais, mas podem estar aumentadas em determinadas condições patológicas, entre as quais se conta a glicose7, a ureia8, a creatinina9, o ácido úrico, o sódio, o cloreto, o potássio, o cálcio, o magnésio, a amônia, o fosfato e o sulfato.
Um exame simples de urina1 ajuda a diagnosticar uma ampla gama de enfermidades, além de poder revelar o sexo do bebê antes que a ultrassonografia10 possa fazê-lo. Este exame é conhecido como IntelliGender e ajuda a ver o sexo do bebê por volta da décima semana de gestação, com índice de acerto de 82%. Ele já é comercializado em alguns países, mas ainda não chegou ao Brasil.
Quais são os tipos existentes de exame de urina4?
Há três tipos de exames possíveis de urina1:
- Exame de urina4 tipo I ou EAS (elementos anormais e sedimentos).
- Urina1 de 24 horas.
- Cultura de urina1.
O exame simples de urina1 do tipo I pode oferecer informações muito importantes e decisivas sobre muitas enfermidades e sobre as condições renais. O exame de urina4 de 24 horas é cada vez menos utilizado, seja por causa da complexidade de sua realização, seja porque outros exames mais simples já são capazes de fornecer dados que antes só podiam provir dele.
A cultura da urina1, geralmente associada ao antibiograma, ajuda na identificação dos germes presentes na infecção11 urinária e na escolha dos antibióticos adequados para tratá-la.
Como deve ser feita a coleta da urina1 para ser examinada?
Para o exame de urina4 do tipo I deve-se observar:
- Não é necessário jejum.
- Devem ser coletados 40 a 50 ml de urina1, em um frasco limpo e seco (geralmente fornecido pelos laboratórios de análise).
- No caso das mulheres, a região da vulva12 deve estar bem higienizada para não ocorrer contaminação.
- A coleta deve ser feita pelo menos três dias após cessar a menstruação13.
- Dê preferência à primeira urina1 da manhã, mas isso não é obrigatório.
- Despreze o primeiro jato de urina1, porque ele lava as impurezas por ventura existentes na uretra14.
- Não utilize previamente qualquer creme ou pomada na região genital.
- A urina1 coletada deve ser entregue ao laboratório para análise o mais rápido possível, no máximo dentro de 1 ou 2 horas. Caso isso seja impossível, a urina1 deve ser mantida refrigerada, na geladeira.
Se a intenção for fazer cultura da urina1, alguns cuidados especiais devem ser estritamente observados:
- O recipiente em que a urina1 for colhida deve estar totalmente asséptico. Geralmente o próprio laboratório o fornece ou ele pode ser comprado em farmácias.
- Deve haver uma boa higienização da região periuretral, com bastante água e sabão, de modo a evitar qualquer contaminação. Nas mulheres, essa recomendação é ainda mais importante.
- A urina1 deve ser vertida diretamente da uretra14 para o frasco de coleta, sem contato com as regiões adjacentes.
- Deve-se dar preferência à primeira urina1 da manhã, desprezando-se o primeiro jato.
- A urina1 colhida deve ser rapidamente levada ao laboratório, dentro de uma hora. Melhor ainda se puder ser colhida no próprio laboratório.
- Nenhum antibiótico deve ter sido usado antes da coleta, sob pena de invalidar o exame.
Para o exame da urina1 de 24 horas devem ser observados os seguintes cuidados de coleta:
- Escolha o intervalo de tempo que lhe pareça mais adequado (por exemplo: de 7h às 7h do dia seguinte; de 8h às 8h do dia seguinte, etc.).
- Urine na hora que começar a contar o tempo. No dia seguinte, esvazie a bexiga15 no horário que termina o teste.
- Dê preferência a um domingo ou a um dia em que não tenha que sair de casa e que seja mais fácil coletar a urina1.
- Escolha um recipiente capaz de conter toda a urina1 do dia. Nos intervalos das micções16 mantenha o frasco em lugar fresco ou na geladeira.
- Caso haja perda de qualquer porção de urina1, despreze a urina1 já recolhida e recomece todo o processo.
- Em pacientes hospitalizados, essa coleta normalmente é feita de maneira mais automática, através de uma sonda urinária.
Quais são os aspectos macroscópicos da urina1 avaliados no exame?
- Volume: algumas vezes o médico pedirá ao paciente que colete toda a urina1 produzida durante 24 horas para, entre outras coisas, medir o seu volume. Algumas alterações renais e a desidratação17 alteram muito o volume urinário. O exame da urina1 de 24 horas serve também para determinar a filtragem renal18, a proteinúria19 e outras taxas urinárias.
- Cor: a urina1 normal tem uma cor que varia do amarelo citrino ao amarelo ouro, mas algumas patologias podem emprestar a ela uma cor avermelhada, âmbar ou escura (cor de vinho). Algumas medicações podem conferir à urina1 colorações bizarras (azuis, verdes, vermelhas, etc.), sem que isso tenha maiores significações clínicas.
- Transparência: o nível normal de transparência da urina1 pode ser alterado pela presença de pus20 ou de outros elementos anormais, tornando-a espessa, leitosa ou turva.
- Odor: o cheiro característico da urina1 é conferido a ela pela ureia8. A maior concentração da urina1, devido à desidratação17, torna seu odor mais intenso. Certas enfermidades como, por exemplo, o diabetes21, a fenilcetonúria22 e a presença de bactérias, que transformam a ureia8 em amônia, podem alterar muito o odor da urina1.
Análise química e microscópica da urina1:
A análise química da urina1 permite identificar e quantificar as substâncias presentes nela, o que ajuda no diagnóstico23 e avaliação de diversas enfermidades. A análise microscópica ajuda a identificar a presença de células24 e germes. Essas análises podem ser complementadas pela cultura da urina1. Nessa técnica, uma gota25 de urina1 é colocada em contato com um caldo de cultura que promove o crescimento de micro-organismos que posteriormente são identificados, bem como são reconhecidos e testados os antibióticos que os combatem. Uma cultura positiva, que tenha dado origem ao crescimento de bactérias, é altamente sugestiva de infecção11 urinária, já que os rins3 e a bexiga15 são ambientes normalmente estéreis.
Como avaliar os resultados do exame de urina4?
A significação dos resultados dos exames de urina1 deve ser julgada pelo médico que o solicitou, juntamente com o quadro clínico do paciente que motivou a solicitação do exame.
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Cleveland Clinic e do U. S. National Institute of Health.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.