Síndrome de Sheehan: como ela é?
O que é síndrome1 de Sheehan?
Síndrome1 de Sheehan é a denominação que se dá a uma forma rara de hipopituitarismo pós-parto. O hipopituitarismo (do grego: hipo = pouco + phýsis = físico) é uma condição endócrina caracterizada pela diminuição da secreção de um ou mais dos oito hormônios produzidos pela glândula2 pituitária, também chamada hipófise3 ou pineal. Essa glândula2 de secreção interna situa-se na base do cérebro4, encaixada numa reentrância do osso esfenoide5, a sela túrcica6. A primeira descrição dessa doença foi feita em 1937, por Harold Leeming Sheehan, 20 anos depois que o médico alemão Morris Simmonds descreveu a síndrome1 clínica do hipofuncionamento da hipófise3.
Quais são as causas da síndrome1 de Sheehan?
A síndrome1 de Sheehan ocorre em decorrência do choque hipovolêmico7 provocado pela intensa perda de sangue8 que pode acontecer por complicações durante ou após o parto, o que leva a uma deficiente irrigação sanguínea da glândula2 hipofisária e à sua necrose9.
Qual é a fisiopatologia10 do hipopituitarismo na síndrome1 de Sheehan?
Principalmente os problemas com a placenta podem levar a um grande sangramento e, eventualmente, a um choque hipovolêmico7 que sequestra o sangue8 que irriga a hipófise3, comprometendo-a com uma isquemia11 e ocasionando a paralisia12 ou hipofunção dessa glândula2. Outra condição que pode fazer faltar o sangue8 que supre a hipófise3, gerando consequências semelhantes, é a coagulação13 intravascular14 disseminada, quando compromete os vasos que a nutrem.
Normalmente a hipófise3 é responsável pela síntese de diversos hormônios, como o TSH, hormônio15 estimulante que controla a tireoide16; o ACTH, hormônio15 estimulante que controla as suprarrenais; o FSH, hormônio15 folículo17-estimulante e o LH, hormônio15 luteinizante, que atuam nas gônadas;18 o GH, o hormônio15 do crescimento; a prolactina19, que atua na lactação20 e o ADH, responsável pela retenção de água no organismo. Se faltam todas as secreções da glândula2, fala-se em pan-hipopituitarismo. Costuma-se considerar, pois, que a pituitária é uma espécie de “regente” de uma “orquestra” endócrina corporal.
Quais são os principais sinais21 e sintomas22 da síndrome1 de Sheehan?
Como a glândula2 hipofisária rege o funcionamento de grande parte das demais glândulas endócrinas23 do corpo, todo problema em seu funcionamento repercute nelas e compromete, assim, diversas funções importantes do organismo. Os principais sinais21 e sintomas22 da síndrome1 de Sheehan são aqueles devidos ao hipopituitarismo e, por ocorrer quase sempre após o parto, afetam principal ou exclusivamente as mulheres.
As perturbações das secreções da pituitária produzem diretamente alterações no crescimento, bem como perturbações no funcionamento de outras glândulas24 de secreção interna sobre as quais ela exerce controle, em conformidade com os hormônios pituitários alterados. Os principais sinais21 e sintomas22 da doença variam de acordo com os hormônios afetados e a causa da anormalidade. Os sintomas22 iniciais podem ser leves e atribuídos a outras causas. Mais comumente os três hormônios deficientes são o hormônio15 do crescimento, o folículo17-estimulante e/ou o hormônio15 luteinizante. A deficiência do hormônio15 do crescimento é mais comum em pessoas com um tumor25 subjacente do que naquelas com outros problemas. Pode haver também sintomas22 adicionais, provocados pelas causas das lesões26 da pituitária.
Entre outros problemas, as deficiências do LH e FSH levam à queda de pelos pubianos e axilares, redução da libido27, infertilidade28 e ausência de menstruação29 nas mulheres. Na infância, leva ao atraso da puberdade ou ausência da mesma; a deficiência do TSH causa sintomas22 de hipotireoidismo30; a deficiência do ACTH ocasiona insuficiência renal31; a deficiência do GH na criança leva à baixa estatura e no adulto, causa fraqueza, obesidade32, redução de massa muscular, osteopenia/osteoporose33, depressão, indisposição e maiores chances de desenvolver doenças cardiovasculares34.
Como o médico diagnostica a síndrome1 de Sheehan?
O diagnóstico35 da síndrome1 de Sheehan nem sempre é fácil. Ele deve ser suspeitado sempre que uma boa história clínica apure sintomas22 de hipopituitarismo e eles sejam compatíveis com o problema. O diagnóstico35 pode ser feito com certeza através de exames de sangue8 e dosagens hormonais. Geralmente são também necessários outros exames específicos, como a ressonância magnética36 e a tomografia computadorizada37, para que sejam identificadas outras possíveis alterações estruturais ou estabelecido um diagnóstico35 diferencial, como a existência de um tumor25, por exemplo.
Como o médico trata a síndrome1 de Sheehan?
O tratamento do hipopituitarismo da síndrome1 de Sheehan visa corrigir as deficiências hormonais com substitutos, tratar os sintomas22 e as complicações das deficiências hormonais por meios específicos. As deficiências da maioria dos hormônios controlados pelas secreções da pituitária podem ser repostas por via oral ou injetável.
Como prevenir a síndrome1 de Sheehan?
Não há como evitar a maioria das causas de hipopituitarismo, mas o paciente pode ter uma vida normal com o tratamento correto.
Como evolui a síndrome1 de Sheehan?
A síndrome1 de Sheehan deve ser tratada por meio de reposição dos hormônios faltantes por toda a vida.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.