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Paralisia de Bell ou paralisia facial: como ela é? O que deve ser feito?

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O que é paralisia1 de Bell?

A paralisia1 de Bell é um tipo de paralisia1 facial, termo usado quando há diminuição ou parada nos movimentos de um dos lados da face2, gerando um aspecto estético distorcido.

Quais são as causas da paralisia1 de Bell?

Os sintomas3 da paralisia1 de Bell surgem em decorrência da inflamação4 e inchaço5 do nervo facial6, também conhecido como sétimo par dos nervos cranianos. Alguns estudos sugerem que a inflamação4 do nervo na paralisia1 de Bell poderia ser causada por infecções7 virais ou por fenômenos autoimunes8, mas nenhuma das hipóteses até agora foi comprovada. Grávidas, hipertensos, diabéticos e obesos têm um risco maior de desenvolver este tipo de paralisia1.

Como acontece a paralisia1 de Bell?

O nervo facial6 se conecta diretamente ao cérebro9 (tronco cerebral10) e, na sua porção mais interna, corre em um canal junto aos nervos responsáveis pela audição e pelo equilíbrio. No seu caminho em direção aos músculos11 da face2, passa dentro do ouvido, por trás do tímpano12, em íntima relação com estruturas da audição. Daí vem o fato das afecções13 que o acometem serem normalmente investigadas e tratadas por otorrinolaringologistas, além de neurologistas.

Além de ser responsável por levar os estímulos nervosos para a movimentação dos músculos11 da face2, o nervo facial6 ainda ajuda a controlar as glândulas salivares14, o lacrimejamento e parte do paladar15.

Na paralisia1 de Bell, o nervo facial6 é acometido por um processo inflamatório de origem desconhecida e tende a inchar. Como se encontra dentro de um canal ósseo rígido, o inchaço5 do nervo faz com que o mesmo fique espremido e sufocado, parando de receber o sangue16 e o oxigênio necessários para seu bom funcionamento. Assim, os estímulos nervosos não conseguem transitar e chegar aos músculos11 face2, que se tornam progressivamente paralisados e flácidos.

Quais são os principais sinais17 e sintomas3 da paralisia1 de Bell?

A paralisia1 de Bell afeta os músculos faciais18, especialmente os inervados pelo sétimo par craniano19, mas os doentes devem igualmente efetuar uma avaliação dos outros nervos cranianos. Na paralisia1 estabelecida, os sinais17 e sintomas3 mais comuns são: boca20 torta, repuxada para o lado não paralisado; boca20 seca; falta de expressividade em um dos lados da face2; impossibilidade de fechar completamente um dos olhos21 e de franzir a testa; dor de cabeça22 ou na região cervical; dor na mandíbula23; ausência de sabor na ponta da língua24; hiperacusia (aumento da sensibilidade ao som) em um dos ouvidos; dificuldades para assoviar ou para reter a saliva dentro da boca20, etc.

Como o médico diagnostica a paralisia1 de Bell?

O diagnóstico25 de paralisia1 cerebral é eminentemente26 clínico e feito pelo exame físico do paciente. Diante do quadro de paralisia1 de músculos11 de metade da face2, alguns atos corriqueiros como beber água, soprar, sorrir e piscar os olhos21 ficam dificultados. Um quadro sugestivo de paralisia1 facial deve ser avaliado com urgência27, pois o tratamento a tempo pode evitar o estabelecimento de danos definitivos ao nervo, com prejuízo permanente da mobilidade facial.

Numa primeira consulta, o médico buscará sinais17 que afastem uma paralisia1 de origem central (neurológica), como tumores ou acidentes vasculares28 cerebrais. Estando estabelecido que se trata de uma paralisia1 periférica do nervo, é feita em seguida uma gradação que classifica a gravidade da lesão29 e a consequente chance de cura ou recuperação completa.

Exames de imagem podem ser solicitados para descartar lesões30 tumorais ou vasculares28 do nervo e do cérebro9. Exames de sangue16 podem afastar a chance de infecções7 como causa. Uma audiometria31 é sempre solicitada para avaliar o funcionamento do nervo auditivo, já que o mesmo corre junto ao nervo facial6 em parte do seu trajeto dentro do ouvido. Existem testes específicos para avaliar o grau de lesão29 e condução elétrica do nervo que podem ser úteis no acompanhamento da recuperação da paralisia1.

Como o médico trata a paralisia1 de Bell?

Como a paralisia1 facial de Bell é de origem desconhecida, alguns tratamentos são indicados de forma empírica. É importante ressaltar que as medicações devem ser iniciadas em no máximo 72 horas após o início do quadro, o que confere à paralisa de Bell o status de urgência27 médica.

A modalidade de tratamento mais aceita é o uso de corticoides orais com o objetivo anti-inflamatório. Com frequência associam-se medicações antivirais, mas o benefício real desta medida não está bem demonstrado.

Modalidades alternativas de tratamento como fisioterapia32, terapia hiperbárica33, acupuntura e estimulação elétrica do nervo são eventualmente utilizadas, mas os resultados positivos dos mesmos não estão bem documentados.

Um dos cuidados mais importantes a serem tomados é com o olho34 no lado paralisado. Com a doença, os músculos11 que fecham a pálpebra também são acometidos, prejudicando a proteção e lubrificação da superfície da córnea35. Assim, o uso de colírios lubrificantes e técnicas de oclusão do olho34 durante o sono são aplicados e devem ser seguidos à risca para se evitar complicações graves.

Como evolui a paralisia1 de Bell?

A recuperação da paralisia1 pode levar seis meses ou mais, nos casos mais graves, e enquanto paralisias moderadas ou parciais se recuperam completamente em cerca 95% das vezes, paralisias totais podem deixar sequelas36 em até 30% dos pacientes.

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Cleveland Clinic, da Mayo Clinic e da Bells Palsy Association.

ABCMED, 2015. Paralisia de Bell ou paralisia facial: como ela é? O que deve ser feito?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/810994/paralisia-de-bell-ou-paralisia-facial-como-ela-e-o-que-deve-ser-feito.htm>. Acesso em: 4 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Paralisia: Perda total da força muscular que produz incapacidade para realizar movimentos nos setores afetados. Pode ser produzida por doença neurológica, muscular, tóxica, metabólica ou ser uma combinação das mesmas.
2 Face: Parte anterior da cabeça que inclui a pele, os músculos e as estruturas da fronte, olhos, nariz, boca, bochechas e mandíbula.
3 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
4 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
5 Inchaço: Inchação, edema.
6 Nervo facial:
7 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
8 Autoimunes: 1. Relativo à autoimunidade (estado patológico de um organismo atingido por suas próprias defesas imunitárias). 2. Produzido por autoimunidade. 3. Autoalergia.
9 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
10 Tronco Cerebral: Parte do encéfalo que conecta os hemisférios cerebrais à medula espinhal. É formado por MESENCÉFALO, PONTE e MEDULA OBLONGA.
11 Músculos: Tecidos contráteis que produzem movimentos nos animais.
12 Tímpano: Espaço e estruturas internas à MEMBRANA TIMPÂNICA e externas à orelha interna (LABIRINTO). Entre os componentes principais estão os OSSÍCULOS DA AUDIÇÃO e a TUBA AUDITIVA, que conecta a cavidade da orelha média (cavidade timpânica) à parte superior da garganta.
13 Afecções: Quaisquer alterações patológicas do corpo. Em psicologia, estado de morbidez, de anormalidade psíquica.
14 Glândulas salivares: As glândulas salivares localizam-se no interior e em torno da cavidade bucal tendo como objetivo principal a produção e a secreção da saliva. São elas: parótidas, submandibulares, sublinguais e várias glândulas salivares menores.
15 Paladar: Paladar ou sabor. Em fisiologia, é a função sensorial que permite a percepção dos sabores pela língua e sua transmissão, através do nervo gustativo ao cérebro, onde são recebidos e analisados.
16 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.
17 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
18 Músculos Faciais: Músculos da expressão facial ou músculos miméticos; os numerosos músculos supridos pelo nervo facial fixados à pele da face e que a movimentam. A NA também inclui alguns músculos mastigadores nesse grupo. (Stedman, 25ª ed) Sinônimos: Músculos Miméticos
19 Sétimo Par Craniano: VII nervo craniano. O nervo facial é composto de duas partes, uma raiz motora maior que pode ser chamada de nervo facial propriamente dito, e uma raiz intermediária menor ou raiz sensitiva (nervo intermédio). Juntas, estas raízes fornecem a inervação eferente dos músculos da expressão facial e das glândulas lacrimais e salivares, e transportam informação aferente para a gustação nos 2/3 anteriores da língua e tato da orelha externa.
20 Boca: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
21 Olhos:
22 Cabeça:
23 Mandíbula: O maior (e o mais forte) osso da FACE; constitui o maxilar inferior, que sustenta os dentes inferiores. Sinônimos: Forame Mandibular; Forame Mentoniano; Sulco Miloióideo; Maxilar Inferior
24 Língua:
25 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
26 Eminentemente: De modo eminente; em alto grau; acima de tudo.
27 Urgência: 1. Necessidade que requer solução imediata; pressa. 2. Situação crítica ou muito grave que tem prioridade sobre outras; emergência.
28 Vasculares: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
29 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
30 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
31 Audiometria: Método utilizado para estudar a capacidade e acuidade auditivas perante diferentes freqüências sonoras.
32 Fisioterapia: Especialidade paramédica que emprega agentes físicos (água doce ou salgada, sol, calor, eletricidade, etc.), massagens e exercícios no tratamento de doenças.
33 Hiperbárica: 1. Superior à pressão atmosférica. Que utiliza um ou mais gases, geralmente entre eles está o oxigênio, sob uma pressão superior à normal. 2. Em medicina, significa de peso específico maior que o do líquido cerebrospinal (diz-se de solução anestésica ou de qualquer outro produto aplicado à medula espinhal).
34 Olho: s. m. (fr. oeil; ing. eye). Órgão da visão, constituído pelo globo ocular (V. este termo) e pelos diversos meios que este encerra. Está situado na órbita e ligado ao cérebro pelo nervo óptico. V. ocular, oftalm-. Sinônimos: Olhos
35 Córnea: Membrana fibrosa e transparente presa à esclera, constituindo a parte anterior do olho.
36 Sequelas: 1. Na medicina, é a anomalia consequente a uma moléstia, da qual deriva direta ou indiretamente. 2. Ato ou efeito de seguir. 3. Grupo de pessoas que seguem o interesse de alguém; bando. 4. Efeito de uma causa; consequência, resultado. 5. Ato ou efeito de dar seguimento a algo que foi iniciado; sequência, continuação. 6. Sequência ou cadeia de fatos, coisas, objetos; série, sucessão. 7. Possibilidade de acompanhar a coisa onerada nas mãos de qualquer detentor e exercer sobre ela as prerrogativas de seu direito.
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Comentários

28/05/2017 - Comentário feito por Jovania
Excelente artigo, tive uma paralisia facial a ...
Excelente artigo, tive uma paralisia facial a dois dias, internada aguardando um exame para saber se foi devido a chicugunha e visita do neuro maia estou com muito medo de ficar com sequelas no rosto. ..

Será que conseguirei a sorrir normal? ???

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