Timoma: conceito, causas, fisiopatologia, sintomas, diagnóstico, tratamento, prevenção, possíveis complicações
O que é timoma?
O timoma é um tumor1 raro das células2 epiteliais do timo3. O timo3 é uma glândula4 temporária que faz parte do sistema imunológico5, situada no tórax6, atrás do osso esterno7. Por ocasião do nascimento ele pesa de 10 a 35 gramas e continua crescendo de tamanho até a puberdade, quando alcança um peso de 20 a 50 gramas. Daí por diante, sofre atrofia8, acompanhada por substituição do parênquima9 tímico por tecido10 fibroadiposo. Contudo, mesmo atrofiado, o timo3 continua a exercer sua função, agora suplementado pelo baço11 e nodos linfáticos. O timoma é mais conhecido por sua associação com a miastenia12 gravis, uma vez que é frequentemente encontrado nos pacientes com essa afecção13.
Quais são as causas do timoma?
A causa exata do timoma ainda é desconhecida. Sabe-se, contudo, que os timomas são ligeiramente mais comuns em homens do que em mulheres e são mais frequentemente encontrados em pessoas entre as idades de 40 e 60 anos. Também não se conhecem fatores de risco que predisponham uma pessoa a desenvolver um timoma.
Qual é a fisiopatologia14 do timoma?
O timoma se origina a partir das células2 epiteliais no timo3 e vários subtipos microscópicos15 podem ser reconhecidos. Deles, há três principais tipos: tipo A, em que as células2 epiteliais têm uma forma ovalada ou fusiforme e em que há menor contagem de linfócitos; tipo B, se elas têm uma forma epitelioide; tipo AB, se o tumor1 contém uma combinação de ambos os tipos de células2. As células2 epiteliais corticais do timo3 têm citoplasma16 abundante, núcleo vesicular, cromatina17 finamente dividida, pequeno nucléolo e células2 adjacentes com filamentos citoplasmáticos e as células2 epiteliais medulares, em contraste, são fusiformes com núcleo oval denso e citoplasma16 escasso. Parece que o timoma de células2 corticais tende a ser menos benigno.
O estadiamento do tumor1 pode ser feito pelo método de Masaoka, em quatro níveis, crescentes em gravidade:
- I: tumor1 completamente encapsulado.
- IIA: invasão microscópica através da cápsula para o interior do tecido10 circundante.
- IIB: invasão macroscópica da cápsula.
- III: invasão macroscópica de órgãos adjacentes.
- IVA: implantes pleurais ou pericárdicos.
- IVB: metástases18 em locais distantes.
Quais são os principais sinais19 e sintomas20 do timoma?
De um terço à metade dos pacientes com timoma não apresentam sintomas20 e a massa tumoral é identificada em exames do tórax6 realizados por um problema não relacionado. Cerca de um terço dos pacientes com timoma apresentam sintomas20 resultantes da compressão dos órgãos adjacentes, problemas que podem assumir a forma da síndrome21 da veia cava superior: disfagia22 (dificuldade para engolir), tosse e dor no peito23. Outro terço dos pacientes tem os seus tumores descobertos por terem uma desordem autoimune24 associada. Dessas a mais comum é a miastenia12 gravis.
Em geral, 10 a 15% dos pacientes com timomas têm miastenia12 e 30 a 45% dos pacientes com miastenia12 têm timomas. Outras doenças associadas são pericardite25 aguda, doença de Addison, agranulocitose26, alopecia areata27, colite28 ulcerativa, doença de Cushing, anemia hemolítica29, encefalopatia30 límbica, miocardite31, síndrome nefrótica32, hipopituitarismo, anemia perniciosa33, polimiosite, artrite reumatoide34, sarcoidose35, esclerodermia, radiculopatia sensorial, lúpus36 eritematoso37 sistêmico38 e tireoidite.
Como o médico diagnostica o timoma?
Quando se suspeita de um timoma, uma radiografia de tórax6 e mais apropriadamente uma tomografia computadorizada39 podem ser realizadas para constatar o tumor1 e para estimar o seu tamanho e extensão. Uma biópsia40 da massa tumoral pode ser feita com agulha guiada pela tomografia computadorizada39, com risco muito pequeno. A classificação e o estadiamento do tumor1 são realizados após a remoção cirúrgica do mesmo. Exames laboratoriais como contagem dos glóbulos sanguíneos41, eletroforese de proteínas42, anticorpos43 para o receptor de acetilcolina44 (indicativos de miastenia12), eletrólitos45, enzimas hepáticas46 e função renal47, entre outros, podem ser usados para analisar problemas associados ou uma eventual propagação do tumor1.
Como o médico trata o timoma?
A cirurgia é o principal tratamento para o timoma, mas nos casos raros de o tumor1 ser maligno a quimioterapia48 e/ou a radioterapia49 podem também serem utilizadas para diminuir o tamanho do tumor1 e melhorar as condições para sua ressecção. A remoção do timo3 em crianças diminui a imunidade50 e é recomendável vaciná-las para vários agentes infecciosos. As eventuais recorrências51 do timoma podem ser novamente removidas.
Como prevenir o timoma?
Não há como prevenir o timoma.
Como evolui o timoma?
O prognóstico52 do timoma nos estágios III ou IV é muito pior em comparação com as fases I e II. No entanto, mesmo pacientes com tumores em estágio III e IV podem sobreviver por vários anos com gerenciamento oncológico adequado. As recorrências51 de timomas podem ocorrer em 10 a 30% dos casos, até 10 anos após a ressecção cirúrgica.
Quais são as complicações possíveis do timoma?
Os timomas invasivos, embora raramente (cerca de 7% dos casos), podem dar metástases18 para a pleura53, ossos, fígado54 ou cérebro55.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.