Estenose mitral: o que é? Quais as causas? E os sintomas? Como são o diagnóstico e o tratamento? Como é a evolução? Existe prevenção?
O que é estenose1 mitral?
Estenose1 (do grego sténosis=aperto + ose=doença) é a constrição2 de qualquer canal orgânico. Estenose1 mitral é o estreitamento da válvula mitral, formada por duas cúspides3 (lâminas) que abrem e fecham o orifício que separa e regula a passagem de sangue4 entre o átrio e o ventrículo esquerdos, respectivamente, as câmaras superior e inferior da metade esquerda do coração5. As comissuras6 dessas duas cúspides3 podem soldar-se, diminuindo o espaço para a passagem do sangue4.
Quais são as causas da estenose1 mitral?
A principal causa da estenose1 mitral é a doença reumática do coração5. O problema na válvula se desenvolve de cinco até dez anos após a febre reumática7. Embora raramente, a estenose1 pode ser congênita8 ou decorrente, entre outras causas adquiridas, de carcinoide maligno, lúpus9, mucopolissacaridoses e terapia com metisergida. Certas outras condições obstrutivas no anel mitral como, por exemplo, mixoma10 atrial, trombos11, vegetações12 da endocardite13, etc., podem simular a estenose1 mitral. Outros fatores que podem causar estenose1 mitral, embora eles sejam raros, são depósitos de cálcio ao redor da válvula, tratamento com radiação no tórax14 e alguns medicamentos.
Quais são os principais sinais15 e sintomas16 da estenose1 mitral?
Em adultos a estenose1 mitral pode não causar sintomas16 ou eles só aparecem ou se acentuam quando o paciente pratica algum exercício físico que aumente os batimentos cardíacos. Quando existem, eles podem começar por um episódio de fibrilação atrial, uma gravidez17, uma infecção18 ou qualquer outra desordem cardíaca. Em geral, a estenose1 mitral é pura, mas em 40% dos casos ela é associada à regurgitação19 mitral (refluxo do sangue4). A elevação da pressão atrial esquerda causada pela estenose1 valvular leva ao aumento da pressão venosa pulmonar e produz dispneia20 de esforço, deflagrada por exercícios, estresse emocional, atividade sexual, infecção18 ou surto de fibrilação atrial. A taquicardia21 que pode ocorrer encurta o tempo de diástole22 e diminui o tempo de enchimento ventricular. Assim, a estenose1 mitral causa dispneia20 de esforço, tosse e sibilos. A capacidade vital23 pode estar reduzida e os pacientes se queixam de dificuldade para respirar, podendo desenvolver edema24 agudo25 de pulmão26. A progressão da doença causa insuficiência cardíaca27 e edema pulmonar28, associados à fadiga29 e dificuldade de respirar.
Em alguns casos, o paciente tem de estar assentado ou recostado para poder respirar normalmente. Muitas vezes os portadores dessa condição têm um tom arroxeado nas extremidades. Pode haver fibrilação do átrio esquerdo30, com maiores prejuízos para a circulação31. Os sintomas16 mais ostensivos podem incluir desconforto torácico, tosse, possivelmente com sangue4, fadiga29, infecções32 respiratórias frequentes, palpitações33 e inchaço34 nos membros inferiores.
Como o médico diagnostica a estenose1 mitral?
Uma história clínica cuidadosa deve incluir a busca de sinais15 e sintomas16 compatíveis com a estenose1 mitral. Ao exame físico o médico apura, nos casos mais graves, um pulso arterial35 reduzido. Na ausculta36 com estetoscópio pode-se ouvir um sopro diastólico característico, quando o sangue4 passa através da válvula estrangulada. O diagnóstico37 confirma-se com um eletrocardiograma38, uma radiografia do tórax14, um ecocardiograma39, um cateterismo40 cardíaco ou uma ressonância magnética41. Algumas vezes é necessário um cateterismo40 cardíaco para determinar a extensão e as características da obstrução.
Como o médico trata a estenose1 mitral?
Em casos mais leves pode-se tentar controlar os sintomas16 com fármacos que retardam o ritmo do coração5 e controlam a fibrilação atrial. Se houver insuficiência cardíaca27, as contrações cardíacas podem ser fortalecidas com a digoxina. Os diuréticos42, ao diminuírem o volume do sangue4 circulante, reduzem a pressão nos pulmões43, diminuindo o risco de edema pulmonar28. Antibióticos podem ser usados profilaticamente em certas situações, devido a uma maior tendência às infecções32. Nos casos em que o tratamento farmacológico não surtir os efeitos almejados, um procedimento para reparar ou substituir a válvula por uma válvula mecânica ou de origem suína será necessário.
Como evolui a estenose1 mitral?
As crianças que nascem com estenose1 mitral congênita8 raramente sobrevivem mais de dois anos se a anomalia não for corrigida por uma intervenção cirúrgica.
Progressivamente, a válvula mitral torna o orifício de passagem do sangue4 mais estreito. O átrio esquerdo30 se dilata, o sangue4 pode retornar aos pulmões43 e fluidos podem ser coletados pelo tecido44 pulmonar, gerando edema pulmonar28.
Se uma mulher com estenose1 mitral grave ficar grávida, pode desenvolver com rapidez uma insuficiência cardíaca27.
Como prevenir a estenose1 mitral?
Para pacientes45 que já sofram de estenose1 mitral, antibióticos devem ser administrados a título preventivo46 antes de qualquer procedimento dentário ou cirúrgico, para reduzir o risco de infecções32 que aumentem o problema.
Quais são as complicações possíveis da estenose1 mitral?
A fibrilação atrial ou ventricular e a embolia47 sistêmica são complicações importantes da estenose1 mitral, algumas vezes relacionadas com óbitos.
A estenose1 mitral cria uma propensão maior para a endocardite13 infecciosa e pode ser precursora da insuficiência cardíaca27, edema pulmonar28 e hipertensão48 pulmonar.
Acidentes vasculares49 cerebrais podem ocorrer na medida em que coágulos sanguíneos formados na válvula mitral cheguem ao cérebro50, assim como em outras áreas do corpo.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.