Megacólon: definição, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução, prevenção, complicações possíveis
O que é megacólon1?
O megacólon1 é uma dilatação e alongamento anormais do intestino grosso2, congênito3 ou adquirido, frequentemente associado à presença de obstruções intestinais. O megacólon1 congênito3 é também conhecido como doença de Hirschsprung, nome dado em homenagem ao médico dinamarquês Harald Hirschsprung, que foi quem primeiro a descreveu em 1886.
Quais são as causas do megacólon1?
No megacólon1 congênito3, presente desde o nascimento, ocorre um defeito genético em que partes do intestino grosso2 não recebem as terminações nervosas que controlam as contrações intestinais. Como consequência, os movimentos peristálticos4 não se dão e as fezes ficam retidas no intestino, ao invés de se encaminharem em direção ao ânus5.
O megacólon1 adquirido pode ser de natureza tóxica ou estar associado a outras doenças como hipotireoidismo6, doença de Chagas7, etc. No megacólon1 chagásico, por exemplo, a dilatação do cólon8 ocorre devido à destruição irreversível dos plexos nervosos de parte da musculatura intestinal, o que leva à perda de peristaltismo9 e a uma dificuldade de funcionamento dos esfíncteres10.
Quais são os principais sinais11 e sintomas12 do megacólon1?
Os principais sinais11 e sintomas12 do megacólon1 são uma prisão de ventre crônica e progressiva que exige cada vez doses maiores de laxativos13, até se tornar não responsiva a eles e uma distensão abdominal, que quando muito evoluída, pode levar à ocorrência de vômitos14 fecais, em razão de um refluxo de fezes.
Como o médico diagnostica o megacólon1?
A suspeita diagnóstica pode ser feita por meio da história clínica e um diagnóstico15 de maior certeza pode ser feito por meio de uma colonoscopia16 que evidenciará a dilatação de parte do intestino grosso2. O acúmulo prolongado de fezes pode ocasionar úlceras17 na mucosa intestinal18 e pequenos sangramentos, que se tornam visíveis na colonoscopia16. Também é usado o enema19 baritado, em que um contraste é introduzido através do ânus5, além de radiografias seriadas.
Como o médico trata o megacólon1?
Somente os casos muito leves podem ser tratados clinicamente, por meio de laxativos13. O uso de enemas20 (introdução de líquido no ânus5, para lavagem) pode aliviar os sintomas12 do paciente, mas o uso repetido deles pode lesar a parede intestinal e causar laceração, permitindo que as fezes extravasem para o interior da cavidade abdominal21, gerando uma grave complicação. O tratamento definitivo do megacólon1 é feito por meio de cirurgias, seja para realização de uma colostomia22 (estabelecimento de um orifício na parede abdominal23 para eliminação das fezes), seja para conectar a porção do intestino normal ao ânus5, desprezando a parte doente.
Como evolui o megacólon1?
No megacólon1 ocorre destruição irreversível das células24 ganglionares periféricas do sistema nervoso25 autonômico e/ou central durante a fase aguda da doença provocando, com o passar do tempo, o aparecimento de dilatações, hipertrofias e alongamentos do intestino grosso2.
Em geral, um megacólon1 chagásico de grandes proporções só se estabelece depois de muitos anos de evolução da doença (dez a vinte anos).
O megacólon1 chagásico costuma acompanhar-se de dilatação do esôfago26 (megaesôfago).
O megacólon1 pode levar à morte, em razão das graves complicações a que pode estar associado.
Como prevenir o megacólon1?
Não há como prevenir o megacólon1 congênito3.
A prevenção do megacólon1 chagásico implica na prevenção da doença de Chagas7.
Quais são as complicações do megacólon1?
Em si, o megacólon1 já é uma complicação de outras doenças, mas pode ainda resultar em complicações como colites, fecalomas, obstrução ou perfuração intestinal e quadros tóxicos que podem ser fatais.
O megacólon1 tóxico corresponde a uma complicação grave necessitando de intervenção cirúrgica de urgência27.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.