Ectopia renal: definição, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução, prevenção, complicações
O que é ectopia renal1?
Ectopia é o termo que se usa para dizer que um órgão está fora de sua localização normal. Ectopia renal1 refere-se a um posicionamento anômalo dos rins2. Os rins2 são dois órgãos localizados mais ou menos simetricamente aos lados da região lombar3 da coluna vertebral4, abaixo das costelas5, na parte alta do abdômen, junto ao diafragma6 e sobre o músculo psoas7, mas fora da cavidade abdominal8, da qual são excluídos pelo peritônio9. Eles são fixados nessa posição por uma série de estruturas anatômicas que compreendem ligamentos10, fáscias musculares, vasos sanguíneos11 e o próprio coxim gorduroso12. A ectopia renal1 é um defeito congênito13, presente já no momento do nascimento. Sua frequência é de 1:900 nascimentos e por não gerar sintomas14, muitas vezes é desconhecido ou só achado ocasionalmente. Nas ectopias mais comuns um dos rins2 ou ambos estão fora da sua localização normal. Assim, um deles pode localizar-se abaixo ou acima do normal, localizarem-se ambos de um único lado (ectopia renal1 cruzada) ou estarem ligados um ao outro (fusão renal1), em um só lado. Os rins2 podem ainda estarem unidos na linha média, como se fossem um só rim15 (rim15 em ferradura) ou permanecerem na sua localização original na pelve16.
Quais são as causas da ectopia renal1?
Durante o desenvolvimento fetal os rins2 aparecem como dois “brotos” localizados na pelve16. Posteriormente eles migram, em geral para suas localizações normais. Nessa migração, podem ocorrer anomalias de posicionamento. Elas ocorrem por uma falha de formação do aparelho urinário17 ou por uma anormalidade dos vasos sanguíneos11 que os irrigam, os quais, por serem muito curtos, impedem o rim15 de atingir sua posição normal. Outros fatores que podem levar a uma ectopia renal1 são um mau desenvolvimento dos “brotos” renais, transtornos do tecido18 renal1, anormalidades genéticas ou doenças maternas. A ectopia renal1 pode estar associada a alterações da coluna vertebral4 ou do aparelho digestivo19, como o ânus20 imperfurado.
Quais são os principais sinais21 e sintomas14 da ectopia renal1?
Mesmo numa posição anômala um rim15 ectópico22 pode ter suas funções perfeitamente normais e não gerar sintomas14 ou sofrer as mesmas alterações que um rim15 posicionado normalmente. Por isso, muitas pessoas podem ter um rim15 ectópico22 e nunca descobrir isso ou só fazê-lo acidentalmente. Em poucos casos, o rim15 ectópico22 pode causar dor abdominal ou problemas urinários inespecíficos.
Como o médico diagnostica a ectopia renal1?
A ectopia renal1 pode ser diagnosticada por meio da ultrassonografia23, de um pielograma intravenoso, de um scan radiográfico ou da ressonância magnética24. Exames de sangue25 e urina26 podem determinar se as funções renais estão normais ou não. É importante fazer um diagnóstico27 diferencial com a ptose28 renal1, que tem sintomas14, consequências e tratamentos diferentes.
Como o médico trata a ectopia renal1?
Se nenhum bloqueio do trato urinário29 estiver presente e as funções urinárias estiverem normais não é necessário nenhum tratamento. Se os exames mostrarem obstruções ou refluxos importantes, uma cirurgia para corrigir a posição do rim15 pode ser necessária. Alguns refluxos podem ser corrigidos pela injeção30 na bexiga31 de um líquido gelatinoso, próximo à abertura do ureter32. Se um dos rins2 estiver extensivamente prejudicado e o outro se conservar normal, pode ser necessário removê-lo.
Como evolui a ectopia renal1?
Se for feita uma adequada monitoração, um rim15 ectópico22 habitualmente não causa problemas, mesmo num longo prazo.
Como prevenir a ectopia renal1?
Quase nunca há como prevenir-se a ocorrência da ectopia renal1, no entanto, toda gestante deve fazer um adequado controle pré-natal e evitar quaisquer substâncias tóxicas que possam afetar o desenvolvimento fetal.
Quais são as complicações possíveis da ectopia renal1?
As ectopias renais propiciam a formação de cálculos, infecções33 urinárias de repetição, danificação das estruturas renais e problemas de fluxo urinário. Um caso especial é o chamado refluxo vesicoureteral, em que a urina26 flui em sentido contrário ao normal, da bexiga31 para o ureter32.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.