Atalho: 57DAFQ2
Gostou do artigo? Compartilhe!

Pneumonia em adultos. Parte II.

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

Pneumonia1 em adultos - Parte II


Classificação e prevenção


Existe uma classificação para as diferentes pneumonias?


A pneumonia1 pode ser classificada de acordo com a sua causa:

Pneumonia1 adquirida na comunidade
Refere-se às pneumonias adquiridas no curso normal da vida, ou seja, na escola, no trabalho, no supermercado. Enfim, em atividades rotineiras realizadas por qualquer pessoa. A causa comum é a bactéria2 Streptococcus pnemoniae (pneumococo). Outra causa menos comum é o Mycoplasma pneumoniae, um pequeno microorganismo que produz poucos sintomas3 comparado a outras bactérias que causam a pneumonia1.

Pneumonia1 hospitalar
Pessoas hospitalizadas podem correr o risco de contrair pneumonia1, principalmente aquelas que precisam usar ventiladores mecânicos para respirar artificialmente, os internados em unidades de tratamento intensivo ou com doenças que debilitam o sistema imune4. Este tipo de pneumonia1 pode ser extremamente sério, especialmente em idosos, crianças pequenas e pessoas com doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC) ou HIV5/AIDS.

A pneumonia1 hospitalar pode se desenvolver em 48 horas após a internação. Esta categoria inclui as pneumonias pós-operatórias – mais comuns em pessoas com mais de 70 anos que passaram por uma cirurgia abdominal ou torácica – e as pneumonias associadas a cuidados médicos adquiridos em centros de tratamentos crônicos em que se usam medicamentos de infusão intravenosa ou centros de diálises renais.

Um fator predisponente comum é o refluxo gastroesofágico6 (RGE).

Pneumonia1 aspirativa
A pneumonia1 de aspiração ocorre quando há entrada de secreções da via aérea superior ou do estômago7 para dentro dos pulmões8. Frequentemente, o conteúdo que é aspirado para um ou ambos pulmões8 é o suco gástrico que, por ser ácido, inicialmente causa uma pneumonite9 (inflamação10) nos pulmões8 e depois a pneumonia1 propriamente dita.

Ela é mais frequente em bebês11, idosos, pacientes com danos cerebrais, pessoas que consomem muita bebida alcóolica, pessoas com dificuldade de deglutição12 como pacientes com esclerose13 amiotrófica lateral, doença de Parkinson14 e acidentes vasculares15 cerebrais.

Pneumonia1 causada por organismos oportunistas
Este tipo de pneumonia1 afeta pessoas com o sistema imune4 debilitado. Microorganismos que não causam danos em pessoas saudáveis podem ser perigosos para pessoas com AIDS ou outra doença que afeta o sistema imune4, como aqueles que fazem transplantes, usam corticoides em dose imunodepressiva ou estão em uso de quimioterapia16.

Pneumonia1 por outros patógenos
Epidemia do vírus17 influenza18 H1N5 (gripe19 aviária) e Síndrome20 Respiratória Aguda Grave (SARS) causaram pneumonias infecciosas letais mesmo em pessoas saudáveis, como é o caso agora do vírus17 influenza18 H1N1. Algumas vezes, fungos e a bactéria2 da tuberculose21 também podem causar pneumonia1.


O que fazer para prevenir a pneumonia1?

  • Lave as mãos22. As mãos22 geralmente são o primeiro contato com germes causadores de pneumonia1. Estes germes entram no corpo quando você toca seus olhos23, nariz24 ou boca25. Lavar as maõs com água e sabão ajuda a diminuir o risco de contaminação. Quando lavar não for possível, use álcool em gel.
  • Evite o cigarro. Fumar destroi as defesas naturais dos pulmões8.
  • Vacine-se. É recomendada a vacinação contra o vírus17 influenza18 (vacina26 contra influenza18) e a vacinação contra o pneumococo (vacina26 anti-pneumocócica).

A vacina26 contra influenza18 faz parte do Programa Nacional de Imunização27 para todas as pessoas com mais de 60 anos e nos Centros de Referência de Imnunobiológicos Especiais pode ser aplicada nos grupos de risco como imunodeprimidos, transplantados, profissionais de saúde28, portadores de doenças crônicas cardíacas, neurológicas, nefrológicas, pneumopatias ou hepatopatias crônicas e nos asplênicos (pessoas que não tem o baço29).


Existem dois tipos de vacina26 anti-peumocócica: a vacina26 polissacarídica 23 valente (Pn23) e a vacina26 conjugada 7 Valente (Pn7). Esta última pode ser aplicada em crianças a partir de 2 meses de idade até os cinco anos. A vacina26 Pn23 está indicada para pessoas com mais de 60 anos e aqueles em situações de risco para a doença pneumocócica (mesmo grupo de risco30 citado acima).

  • Cuide da sua saúde28. Ter uma dieta rica em frutas, vegetais e grãos associada a exercícios físicos regulares ajuda a manter o organismo saudável, fortalecendo o sistema imunológico31.
  • Trate o refluxo gastroesofágico6. Caso você tenha refluxo, tratar os sintomas3 do refluxo gastroesofágico6 ajuda a prevenir a pneumonia1.
  • Emagreça se você está acima do peso. A obesidade32 está associada ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares33 e diabetes mellitus34. Perder peso também ajuda no tratamento do refluxo gastroesofágico6.
  • Proteja os outros da sua infecção35. Se você está com pneumonia1, evite o contato próximo, principalmente com  pessoas com comprometimento do sistema imunológico31. Quando não for possível, use máscara facial e evite tossir sem tampar a boca25 com um lenço.


Procure um clínico geral ou um pneumologista caso você sinta os sintomas3 da pneumonia1.

ABCMED, 2009. Pneumonia em adultos. Parte II.. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/53135/pneumonia-em-adultos-parte-ii.htm>. Acesso em: 22 nov. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Pneumonia: Inflamação do parênquima pulmonar. Sua causa mais freqüente é a infecção bacteriana, apesar de que pode ser produzida por outros microorganismos. Manifesta-se por febre, tosse, expectoração e dor torácica. Em pacientes idosos ou imunodeprimidos pode ser uma doença fatal.
2 Bactéria: Organismo unicelular, capaz de auto-reproduzir-se. Existem diferentes tipos de bactérias, classificadas segundo suas características de crescimento (aeróbicas ou anaeróbicas, etc.), sua capacidade de absorver corantes especiais (Gram positivas, Gram negativas), segundo sua forma (bacilos, cocos, espiroquetas, etc.). Algumas produzem infecções no ser humano, que podem ser bastante graves.
3 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
4 Sistema imune: Sistema de defesa do organismo contra infecções e outros ataques de micro-organismos que enfraquecem o nosso corpo.
5 HIV: Abreviatura em inglês do vírus da imunodeficiência humana. É o agente causador da AIDS.
6 Refluxo gastroesofágico: Presença de conteúdo ácido proveniente do estômago na luz esofágica. Como o dito órgão não está adaptado fisiologicamente para suportar a acidez do suco gástrico, pode ser produzida inflamação de sua mucosa (esofagite).
7 Estômago: Órgão da digestão, localizado no quadrante superior esquerdo do abdome, entre o final do ESÔFAGO e o início do DUODENO.
8 Pulmões: Órgãos do sistema respiratório situados na cavidade torácica e responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. São em número de dois, possuem forma piramidal, têm consistência esponjosa e medem cerca de 25 cm de comprimento. Os pulmões humanos são divididos em segmentos denominados lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos e o direito possui três. Os pulmões são compostos de brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares. Nos alvéolos se dão as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o meio ambiente e o corpo, com a entrada de oxigênio na hemoglobina do sangue (formando a oxiemoglobina) e saída do gás carbônico ou dióxido de carbono (que vem da célula como carboemoglobina) dos capilares para o alvéolo.
9 Pneumonite: Inflamação dos pulmões que compromete principalmente o espaço que separa um alvéolo de outro (interstício pulmonar). Pode ser produzida por uma infecção viral ou lesão causada por radiação ou exposição a diferentes agentes químicos.
10 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
11 Bebês: Lactentes. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
12 Deglutição: Passagem dos alimentos desde a boca até o esôfago; ação ou efeito de deglutir; engolir. É um mecanismo em parte voluntário e em parte automático (reflexo) que envolve a musculatura faríngea e o esfíncter esofágico superior.
13 Esclerose: 1. Em geriatria e reumatologia, é o aumento patológico de tecido conjuntivo em um órgão, que ocorre em várias estruturas como nervos, pulmões etc., devido à inflamação crônica ou por razões desconhecidas. 2. Em anatomia botânica, é o enrijecimento das paredes celulares das plantas, por espessamento e/ou pela deposição de lignina. 3. Em fitopatologia, é o endurecimento anormal de um tecido vegetal, especialemnte da polpa dos frutos.
14 Doença de Parkinson: Doença degenerativa que afeta uma região específica do cérebro (gânglios da base), e caracteriza-se por tremores em repouso, rigidez ao realizar movimentos, falta de expressão facial e, em casos avançados, demência. Os sintomas podem ser aliviados por medicamentos adequados, mas ainda não se conhece, até o momento, uma cura definitiva.
15 Vasculares: Relativo aos vasos sanguíneos do organismo.
16 Quimioterapia: Método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
17 Vírus: Pequeno microorganismo capaz de infectar uma célula de um organismo superior e replicar-se utilizando os elementos celulares do hospedeiro. São capazes de causar múltiplas doenças, desde um resfriado comum até a AIDS.
18 Influenza: Doença infecciosa, aguda, de origem viral que acomete o trato respiratório, ocorrendo em epidemias ou pandemias e frequentemente se complicando pela associação com outras infecções bacterianas.
19 Gripe: Doença viral adquirida através do contágio interpessoal que se caracteriza por faringite, febre, dores musculares generalizadas, náuseas, etc. Sua duração é de aproximadamente cinco a sete dias e tem uma maior incidência nos meses frios. Em geral desaparece naturalmente sem tratamento, apenas com medidas de controle geral (repouso relativo, ingestão de líquidos, etc.). Os antibióticos não funcionam na gripe e não devem ser utilizados de rotina.
20 Síndrome: Conjunto de sinais e sintomas que se encontram associados a uma entidade conhecida ou não.
21 Tuberculose: Doença infecciosa crônica produzida pelo bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis). Produz doença pulmonar, podendo disseminar-se para qualquer outro órgão. Os sintomas de tuberculose pulmonar consistem em febre, tosse, expectoração, hemoptise, acompanhada de perda de peso e queda do estado geral. Em países em desenvolvimento (como o Brasil) aconselha-se a vacinação com uma cepa atenuada desta bactéria (vacina BCG).
22 Mãos: Articulação entre os ossos do metacarpo e as falanges.
23 Olhos:
24 Nariz: Estrutura especializada que funciona como um órgão do sentido do olfato e que também pertence ao sistema respiratório; o termo inclui tanto o nariz externo como a cavidade nasal.
25 Boca: Cavidade oral ovalada (localizada no ápice do trato digestivo) composta de duas partes
26 Vacina: Tratamento à base de bactérias, vírus vivos atenuados ou seus produtos celulares, que têm o objetivo de produzir uma imunização ativa no organismo para uma determinada infecção.
27 Imunização: Processo mediante o qual se adquire, de forma natural ou artificial, a capacidade de defender-se perante uma determinada agressão bacteriana, viral ou parasitária. O exemplo mais comum de imunização é a vacinação contra diversas doenças (sarampo, coqueluche, gripe, etc.).
28 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
29 Baço:
30 Grupo de risco: Em medicina, um grupo de risco corresponde a uma população sujeita a determinados fatores ou características, que a tornam mais susceptível a ter ou adquirir determinada doença.
31 Sistema imunológico: Sistema de defesa do organismo contra infecções e outros ataques de micro-organismos que enfraquecem o nosso corpo.
32 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
33 Doenças cardiovasculares: Doença do coração e vasos sangüíneos (artérias, veias e capilares).
34 Diabetes mellitus: Distúrbio metabólico originado da incapacidade das células de incorporar glicose. De forma secundária, podem estar afetados o metabolismo de gorduras e proteínas.Este distúrbio é produzido por um déficit absoluto ou relativo de insulina. Suas principais características são aumento da glicose sangüínea (glicemia), poliúria, polidipsia (aumento da ingestão de líquidos) e polifagia (aumento da fome).
35 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.

Comentários

11/06/2015 - Comentário feito por Aurea
Muito bom e esclaredor esse artigo, a partir de...
Muito bom e esclaredor esse artigo, a partir de agora tenho uma base para entender, previnir e curar. Muito obrigada de coração.

  • Entrar
  • Receber conteúdos