Colite ulcerativa: quais são as causas, os sintomas e como é o tratamento?
O que é colite1 ulcerativa?
A colite1 ulcerativa é uma doença inflamatória que atinge a mucosa2 do intestino grosso3 e que se acompanha de úlceras4 do cólon5. É uma doença de curso irregular, que tem períodos de acalmia e exacerbação dos sintomas6. Devido ao seu nome, geralmente é confundida com a síndrome7 do colon5 irritável. Ela possui também similaridades sintomáticas com a doença de Crohn8, que também é uma doença inflamatória intestinal, mas se diferencia dela porque a doença de Crohn8 pode acometer qualquer ponto do trato digestivo e se caracteriza por uma inflamação9 em todas as camadas da parede do intestino, enquanto que a colite1 ulcerativa ataca somente o cólon5 e o reto10.
Esta condição afeta os dois sexos, entre os 15 e 30 anos ou depois dos 60 anos. Acomete mais as pessoas de raça branca que as de raça negra ou os orientais e incide mais em judeus que em não judeus. Em um terço dos casos todo o cólon5 está afetado e nos restantes ele só está comprometido parcialmente. A doença geralmente começa nas proximidades do reto10 e pode se estender pelo intestino grosso3 em sua totalidade. A colite1 ulcerativa tem etiologia11 sistêmica e leva a muitos outros sintomas6 fora do intestino.
Quais são as causas da colite1 ulcerativa?
As causas da colite1 ulcerativa não são inteiramente conhecidas, embora se presuma haver componentes causais genéticos e autoimunes12 predominantes. Os fatores tidos como de risco incluem um histórico familiar da doença. Sabe-se que os sintomas6 da doença podem ser agravados por fatores ambientais (alimentos que contenham fibras insolúveis, condimentos picantes, leite e derivados, bebidas fermentadas), mas não existem alimentos que possam melhorar o quadro clínico.
Quais são os sinais13 e sintomas6 da colite1 ulcerativa?
A colite1 ulcerativa tem um curso variável e irregularmente oscilante, alternando períodos sintomáticos intensos com períodos sem quaisquer sintomas6. Nas fases ativas, os sintomas6 dependem da intensidade das lesões14, mas o principal deles é uma diarreia15 sanguinolenta16 de má absorção, de surgimento gradual, acompanhada de dores abdominais do tipo cólica, febre17, náuseas18 e vômitos19. O tenesmo20 costuma também estar presente (vontade de evacuar, mesmo após a evacuação, com a sensação de que o reto10 ainda contém fezes, principalmente logo após as refeições). Pode ainda existir fissuras21 anais (em cerca de 15% dos casos) ou abscessos22 retais.
Ao longo do tempo de evolução da doença, pode surgir desnutrição23, perda de peso, megacólon24 tóxico, perfuração do cólon5 e peritonite25. O risco de câncer26 do cólon5 fica muito aumentado quando todo o cólon5 está acometido, condição conhecida como pancolite. Muitas pessoas apenas apresentam lesões14 mínimas e têm uma progressão lenta da doença. Em outras, ela progride rapidamente ou até mesmo pode ser fulminante. A colite1 ulcerativa pode ter manifestações extraintestinais: dores articulares, complicações de pele27 (eritema nodoso28, pioderma gangrenoso29) e, mais raramente, alterações oculares (uveítes30, esclerites31) e hepáticas32.
Como o médico diagnostica a colite1 ulcerativa?
Em princípio, o diagnóstico33 da colite1 ulcerativa é feito pela história médica e exame clínico do paciente e complementado por estudos de imagem (retossigmoidoscopia34, colonoscopia35, exames radiológicos contrastados). Outros exames podem ainda ser de ajuda, tais como, hemograma completo, proteína C-reativa (PCR36), velocidade de hemossedimentação37 (VHS38), marcador sorológico ANCA. O diagnóstico33 deve ainda estabelecer a distinção nem sempre fácil entre a colite1 ulcerativa e a doença de Crohn8. Além de outras diferenças, a colite1 ulcerativa compromete apenas a mucosa2 do cólon5, enquanto a doença de Crohn8 afeta toda a espessura da parede intestinal. É importante eliminar outras condições que podem ser confundidas com a colite1 ulcerativa, como parasitoses intestinais (amebíase) ou gastroenterites. A biópsia39 do cólon5 pode ser útil para o estabelecimento do diagnóstico33 definitivo. A colonoscopia35 é importante para detectar um possível câncer26 intestinal.
Como o médico trata a colite1 ulcerativa?
Não há cura definitiva para a colite1 ulcerativa, mas os tratamentos possíveis podem aliviar os sintomas6 e evitar as complicações. Os tratamentos disponíveis incluem derivados da sulfa como a messalazina ou ácido 5-aminossalicílico, corticoides ou agentes imunossupressores. A remoção cirúrgica parcial ou total do intestino grosso3 às vezes chega a ser necessária em casos graves e pode possibilitar a cura da doença.
Como prevenir a colite1 ulcerativa?
Não há como prevenir-se a colite1 ulcerativa, mas sim aliviar os seus sintomas6:
- Manter uma dieta pobre em lipídios, fibras longas e substâncias irritantes do cólon5.
- Evitar a ingestão de condimentos picantes.
- Evitar leite e derivados porque esses alimentos podem aumentar a fermentação intestinal.
- Não tomar bebidas fermentadas, como vinho, cerveja e champanhe. Os destilados são permitidos.
Como evolui a colite1 ulcerativa?
A mortalidade40 da colite1 ulcerativa é muito baixa, se a doença for adequadamente tratada. Grande número de pacientes não chega a necessitar de colectomia (retirada cirúrgica do cólon5).
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.