Siringomielia - definição, causas, diagnóstico e tratamento
O que é siringomielia?
Siringomielia é uma patologia1 em que um cisto cheio de líquido (siringe) se desenvolve dentro da cavidade tubular localizada na área central da medula espinhal2. Com o tempo, o cisto pode aumentar, danificando a medula espinhal2 e causando sintomas3. Estes cistos podem se localizar em qualquer parte da medula4, mas predominam na medula4 cervical e na medula4 torácica.
Quais são as causas da siringomielia?
A siringomielia tem várias causas possíveis, embora a maioria dos casos esteja associada a uma condição em que o tecido5 cerebral se projeta para dentro do canal medular. Outras causas de siringomielia incluem tumores da medula espinhal2, lesões6 na medula espinhal2 e danos causados pela inflamação7 em torno da medula espinhal2. Os cistos podem estar presentes desde o nascimento ou se desenvolverem mais tarde, devido a uma lesão8 ou a um tumor9.
Contudo, a patogênese10 da siringomielia não é bem compreendida em toda a sua extensão. Em algumas ocasiões, as siringes parecem ser causadas por trauma da medula espinhal2 e podem se desenvolver meses ou anos após a lesão8. Aracnoidite espinhal e tumores intramedulares também são causas conhecidas que levam à formação da siringe.
Leia sobre "Lesões6 da medula espinhal2", "Paraplegia11" e "Tetraplegia".
Qual é o mecanismo fisiológico12 da siringomielia?
Os cistos endomedulares que constituem a siringomielia são pouco frequentes. Normalmente eles são uma condição congênita13 (metade dos casos), caso em que o cisto se desenvolve em número maior de vezes nos segmentos cervical e torácico da medula4. Inicialmente, se origina como um divertículo14 do canal central medular preenchido por um líquido, e aumenta gradualmente durante a adolescência ou os primeiros anos da idade adulta, até passar a pressionar a substância cinzenta posterior ou anterior e causar a dilatação da medula4.
As crianças que têm um cisto de nascença geralmente têm também outras anomalias estruturais do cérebro15 e/ou da medula espinhal2. Mais frequentemente, os cistos que se desenvolvem com o passar dos anos são decorrentes de lesões6 ou de tumores. Cerca de 30% dos tumores originados na medula espinhal2 acabam por produzir um cisto.
Os cistos que crescem na medula espinhal2 tendem a afetar primeiramente as fibras nervosas que transportam informações sobre dor e temperatura e só depois afetam as fibras que transmitem sinais16 para estimular o movimento dos músculos17.
Quais são as principais características clínicas da siringomielia?
Os cistos podem ocorrer em qualquer lugar ao longo da medula espinhal2. Quando uma pessoa sofre de siringomielia, ela pode ficar menos sensível à dor e à temperatura e sentir fraqueza nas mãos18 e nas pernas, ou pode ter vertigem19 e problemas com os movimentos dos olhos20, com o paladar21 e com a fala.
Em geral, os sintomas3 de siringomielia começam sutilmente entre a adolescência e os 45 anos de idade, média de 30 anos. Os cistos no pescoço22 produzem sintomas3 nos braços, na parte superior das costas23, parte inferior do pescoço22 e nas mãos18. À medida que os cistos aumentam e se fortalecem, podem causar atrofia24 e fraqueza dos músculos17, começando pelas mãos18, mas atingindo também as pernas.
Os sintomas3 têm qualidade e intensidade diferentes em cada um dos lados do corpo. Os cistos no tronco cerebral25 podem causar vertigem19, nistagmo26, perda da sensação no rosto, perda do paladar21, dificuldade em falar, rouquidão e dificuldade em deglutir27. Os músculos17 da língua28 podem enfraquecer e deteriorar.
Como o médico diagnostica a siringomielia?
O médico pode suspeitar da existência de cistos em função dos sintomas3, mas eles podem ser confirmados pela ressonância magnética29, que é o exame mais indicado para detectar um cisto. A imagem por ressonância magnética29 de toda a medula espinhal2 e do cérebro15 normalmente é feita depois de injetar um contraste.
Como o médico trata a siringomielia?
Se a siringomielia não estiver causando nenhum problema, o médico deve apenas monitorar a condição. Mas se o paciente está com sintomas3 perturbadores, pode precisar de cirurgia. Um neurocirurgião pode fazer um orifício no cisto para drená-lo e evitar sua expansão, mas a cirurgia nem sempre corrige o problema em definitivo. Mesmo quando se consegue drenar o cisto, o sistema nervoso30 pode encontrar-se já lesionado de forma irreversível. Os sintomas3 podem não ser aliviados ou o cisto pode voltar a surgir. As doenças que contribuíram para ou causaram o cisto devem ser tratadas e corrigidas, se possível.
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Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites da Mayo Clinic, da Radiopaedia e da National Organization for Rare Disorders.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.