Concussão cerebral - conceito, causas, características clínicas, diagnóstico, tratamento e evolução
O que é concussão cerebral1?
A concussão cerebral1, também conhecida como lesão2 cerebral traumática leve, é definida como um trauma (forte abalo) na cabeça3, sem fratura4 óssea, que afeta temporariamente o funcionamento do cérebro5, com repercussões físicas e emocionais.
Quais são as causas da concussão cerebral1?
A concussão cerebral1 pode ocorrer a partir de um golpe direto na cabeça3 ou em outras partes do corpo que são transmitidas para a cabeça3. Situações comuns em que isso pode ocorrer incluem colisões de veículos automotores, quedas, lesões6 esportivas, acidentes de bicicleta e outras. O consumo de álcool tanto é um importante fator de risco7 quanto contribui para agravar as consequências de uma concussão cerebral1.
Qual é o mecanismo fisiológico8 da concussão cerebral1?
Num forte golpe sobre a cabeça3, o cérebro5 choca-se com violência contra as paredes ósseas internas da caixa craniana, e mesmo não causando lesões6 anatômicas ostensivas, o choque9 perturba o funcionamento do cérebro5. Isso resulta em disfunção neuronal reversível, pois há aumento transitório das necessidades de glicose10 e suprimento insuficiente de sangue11, embora algumas células12 possam morrer após a lesão2.
Esses eventos consistem em comprometimento da neurotransmissão, perda de regulação dos íons13, desregulação do uso de energia e do metabolismo14 celular e uma redução no fluxo sanguíneo cerebral, embora essa redução não seja tão severa quanto na isquemia15. A gravidade desses danos aumenta com o número cumulativo de concussões sofridas e pode levar a uma variedade de problemas de saúde16.
Quais são as características clínicas da concussão cerebral1?
Os adultos jovens são afetados em maior proporção que as demais pessoas. Os sintomas17 podem incluir aspectos físicos e psíquicos. Os primeiros compreendem dores de cabeça3, tontura18, vômitos19, náuseas20, falta de coordenação motora e dificuldade de equilíbrio. Os sintomas17 visuais incluem sensibilidade à luz, visão21 de luzes brilhantes, visão21 turva e visão21 dupla. Zumbido nos ouvidos também é comumente relatado. Em cada uma de cerca de setenta concussões ocorrem convulsões.
Os sintomas17 emocionais são problemas de raciocínio, memória ou concentração, distúrbios do sono e alterações de humor. Alguns desses sintomas17 podem começar imediatamente (quase sempre), enquanto outros podem aparecer dias após a lesão2 e, em geral, podem durar até quatro semanas. Concussões repetidas podem levar à encefalopatia22 traumática crônica, doença de Parkinson23 ou depressão.
Os sintomas17 cognitivos24 incluem confusão mental, desorientação e dificuldade em focar a atenção. Pode ocorrer perda da consciência, não necessariamente relacionada à gravidade da concussão. A amnésia25 pós-traumática é uma marca registrada das concussões. A confusão mental pode estar presente imediatamente ou pode se desenvolver ao longo de vários minutos. Uma pessoa pode repetir as mesmas perguntas, tornar-se lenta, ter um olhar vago ou ter uma fala arrastada e incoerente. Outros sintomas17 cognitivos24 incluem ainda dificuldade de raciocínio, de concentração e de realização de atividades cotidianas.
Saiba mais sobre "Diplopia26 ou visão21 dupla", "Zumbido nos ouvidos", "Convulsões" e "Náuseas20 e vômitos19".
Como o médico diagnostica a concussão cerebral1?
De início, devem ser descartados os efeitos de traumatismos cranianos mais graves. Isso inclui um agravamento progressivo dos sintomas17. A tomografia computadorizada27 ou a ressonância magnética28 do cérebro5 devem ser evitadas, a menos que haja sintomas17 neurológicos progressivos, achados neurológicos focais ou preocupação com fratura4 craniana. A maioria das concussões sem complicação não pode ser detectada com ressonância magnética28 ou tomografia computadorizada27. A lesão2 leve na cabeça3 pode ou não produzir leituras anormais de eletroencefalograma29.
O diagnóstico30 de concussão cerebral1 é baseado fundamentalmente nos achados do exame físico e neurológico, duração da inconsciência31 (geralmente menos de 30 minutos) e amnésia25. Existem testes neuropsicológicos para medir a função cognitiva32.
Como o médico trata a concussão cerebral1?
O tratamento envolve repouso físico e cognitivo33 por um dia ou dois com retorno gradual às atividades. Analgésicos34 e anti-inflamatórios podem ser usados conforme a conveniência. A fisioterapia35 pode ser útil para problemas persistentes de equilíbrio, enquanto a terapia cognitivo33-comportamental pode ser útil para mudanças de humor.
O repouso físico e cognitivo33 deve ser continuado até que todos os sintomas17 tenham se resolvido, com a maioria (80% - 90%) das concussões sendo resolvidas em sete a dez dias. O descanso cognitivo33 inclui redução de atividades que exigem concentração e atenção, como trabalho escolar, videogames e mensagens de texto. Tem sido sugerido que mesmo a leitura recreativa pode piorar os sintomas17 em crianças e adolescentes.
Como evolui a concussão cerebral1?
A concussão cerebral1 tem uma taxa de mortalidade36 de quase zero. Os sintomas17 da maioria das concussões desaparecem dentro de algumas semanas, mas os problemas podem persistir por um tempo maior, sendo raramente permanentes. As pessoas com mais de 55 anos podem demorar mais tempo a se recuperar ou ter uma recuperação incompleta.
Leia sobre "Fisioterapia35", "Perda de memória" e "Traumatismos cranianos".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.