Enoftalmia e exoftalmia
O que é enoftalmia?
O termo enoftalmia foi utilizado pela primeira vez em 1994 por Soparkar e colaboradores para descrever uma retração anormal do olho1 em relação à órbita. A enoftalmia é o afundamento do globo ocular2 para dentro da órbita, que pode ser congênito3 ou adquirido. O deslocamento posterior do globo ocular2 em relação ao outro olho1 pode ser consequente a vários processos que acometem o assoalho orbitário; alguns mais comuns, como neoplasias4 malignas, trauma, osteomielite5 e doenças inflamatórias sistêmicas; outros mais raros, como neurofibromatose, sinusite6 crônica e mucocele de seio maxilar7. Em geral, o diagnóstico8 desta condição é realizado por oftalmologistas, uma vez que os principais sinais9 encontrados estão relacionados primariamente ao olho1, embora possam estar relacionados a causas não oftalmológicas. O tratamento da enoftalmia depende da sua causa, mas muitas vezes implica em cirurgia para reposicionamento do globo ocular2.
Leia também "Neurofibromatoses", "Osteomielite5", "Tumores cerebrais" e "Sinusite6".
O que é exoftalmia?
A exoftalmia, também chamada de exoftalmo (do grego: ex=fora + ophthalmos=olho1), proptose ou exorbitismo é uma condição médica em que o paciente apresenta uma protrusão de um ou dos dois olhos10 para fora da órbita. A exoftalmia exibe uma proporção maior do que o normal da parte branca dos olhos10, fazendo os olhos10 parecerem "arregalados". A exoftalmia pode ser uni ou bilateral e cada uma dessas condições têm implicações clínicas diferentes. É bilateral em casos de doença de Graves e unilateral nos casos de um tumor11 orbital, por exemplo. A exoftalmia não é uma doença em si, mas sim um sinal12 de uma doença.
A causa mais comum é a doença de Graves, uma forma de hipertireoidismo13, mas também pode ser devida a outros motivos, como outras causas de hipertireoidismo13, celulite14 ou tumores orbitários, infecções15, sangramento nos olhos10, leucemia16, hemangioma e desordens vasculares17. Por vezes, a exoftalmia vem acompanhada de sinais9 ou sintomas18 como perda parcial ou total de visão19, visão19 dupla, dor e/ou vermelhidão nos olhos10 e dores de cabeça20.
A doença de Graves provoca uma extrusão21 bilateral dos olhos10. A celulite14 ou o tumor11 orbital, por seu turno, normalmente provoca uma exoftalmia unilateral. De um modo geral, a exoftalmia causa dor, olhos10 secos, irritação ocular, sensibilidade à luz, secreções, derramamento de lágrimas, visão19 dupla, cegueira progressiva e dificuldade para mover os olhos10. A existência da exoftalmia pode ser reconhecida pela simples inspeção22, mas o mais importante é diagnosticar o aparecimento de outros sintomas18 além da protrusão dos olhos10 e entender como eles se relacionam com a exoftalmia. Depois do exame físico dos olhos10, o médico poderá pedir exames de laboratório para entender melhor a causa da exoftalmia, tais como exame na lâmpada de fenda, testes sanguíneos, dosagem dos hormônios da tireoide23 e exames de imagens, tais como tomografia computadorizada24 e ressonância magnética25. O tratamento da exoftalmia varia segundo as suas causas. Além disso, corticoesteroides podem ser receitados para ajudar no controle da inflamação26, se houver. As exoftalmias provocadas por infecções15 devem ser tratadas com antibióticos. Casos de exoftalmia pela presença de tumores podem necessitar de tratamentos mais invasivos, como de cirurgia ou radioterapia27, por exemplo.
Veja mais em "Doença de Graves", "Hipertireoidismo13", "Leucemias" e "Hemangiomas".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.