Alergia às proteínas do leite de vaca
O que são alergias às proteínas1 do leite de vaca?
As alergias às proteínas1 do leite de vaca ou APLV são as alergias alimentares infantis mais comuns e afetam de 1,9% a 4,9% dos bebês2. Elas são uma resposta do sistema imunológico3 a uma ou ambas as proteínas1 do leite. As alergias às proteínas1 do leite de vaca não devem ser confundidas com intolerância à lactose4, que é a incapacidade de digerir o açúcar5 do leite.
As APLVs podem ser divididas em (1) alergias mediadas pela imunoglobulina6 E [IgE], (2) alergias não mediadas pela IgE ou (3) alergias mistas.
Saiba mais sobre "Intolerância à lactose4", "Alergia7 alimentar" e "Testes alérgicos".
Quais são as causas da alergia7 às proteínas1 do leite de vaca?
A causa não é totalmente conhecida, mas acredita-se-se que elas se devem a um contato com o alergeno8 alimentar, predisposição genética ou a um excesso de cuidados em relação à higiene pelos quais uma criança pode passar, já que tendo pouco contato com agentes infecciosos, o desenvolvimento do seu sistema imunológico3 pode ficar alterado.
Quais são as principais características clínicas da alergia7 às proteínas1 do leite de vaca?
Embora sejam mais comuns em bebês2 alimentados com leite de vaca, os sintomas9 de alergia7 podem se fazer presentes também em bebês2 amamentados ao seio10.
Existem três áreas principais em que os sintomas9 se desenvolvem: trato gastrointestinal, vias respiratórias e vias cutâneas11 (pele12).
As alergias mediadas pela IgE aparecem de segundos até duas horas após a ingestão do leite e são assim denominadas pois o organismo produz anticorpos13 específicos para as proteínas1 do leite de vaca. São reações mais persistentes e mais graves que as não mediadas pela IgE. Os sintomas9 gerados são urticárias (placas14 vermelhas disseminadas, associadas com coceiras), angioedema15 (inchaço16 dos lábios e/ou dos olhos17), vômitos em jato18 e/ou diarreia19 após a ingestão do leite, anafilaxia20, chiado no peito21 e respiração difícil.
Leia sobre "Amamentação22", "Asma23 brônquica", "Dermatite24 atópica", "Edema25 de Quincke" e "Urticária26".
As alergias não mediadas pela IgE levam a reações mais tardias, que podem aparecer horas ou dias após a ingestão do leite. Elas são mediadas por células27 que não produzem anticorpos13 IgE. Crianças com esse tipo de reação normalmente desenvolvem tolerância ao leite antes que as demais. Os principais sintomas9 das alergias não mediadas pela IgE são vômitos28 tardios, diarreia19 com a presença de muco e sangue29, sangue29 nas fezes, cólicas30, intestino preso, baixo ganho de peso e baixo crescimento, inflamação31 do intestino, assaduras e/ou fissuras32 perianais.
Nas formas mistas há uma associação das duas condições citadas anteriormente e pode surgir ainda dermatite24 atópica moderada ou grave, asma23, refluxo gastroesofágico33, inflamação31 do esôfago34, inflamação31 do estômago35, gastrite36, diarreia19, dor abdominal, baixo ganho de peso e baixo crescimento.
Veja mais sobre "Sangue29 nas fezes do bebê", "Constipação37", "Assaduras em bebês2" e "Fissuras32 anais".
Como o médico diagnostica a alergia7 às proteínas1 do leite de vaca?
O diagnóstico38 médico pode não ser fácil e levar algum tempo para ser definido. O médico precisa ter como base a história clínica do paciente e os sinais39 e sintomas9 exibidos pela criança. Em alguns casos, podem ser pesquisados os anticorpos13 específicos, porém nas alergias não mediadas pela IgE não é possível fazer o diagnóstico38 a partir dos exames de sangue29, uma vez que estes exames identificam apenas os anticorpos13 IgE.
Qual é a diferença entre alergia7 e intolerância ao leite?
A alergia7 alimentar é muito menos comum do que a intolerância alimentar e é a mais grave das duas condições. No entanto, alguns dos sintomas9 são muito semelhantes. Uma diferença é que a alergia7 envolve uma reação imune, enquanto a intolerância não envolve o sistema imunológico3.
A alergia7 é causada pelo fato de que uma proteína do leite é reconhecida como uma substância estranha ao organismo e desencadeia uma reação do sistema imunológico3 ou é uma reação do sistema imune40 em que a mucosa41 gastrointestinal luta para paralisar os alergenos42 no intestino (alergia7 não mediada por uma resposta IgE).
Uma alergia7 grave pode surgir em reação a qualquer quantidade de proteína e pode ser fatal. Em alergias muito graves, a reação pode ocorrer simplesmente por estar perto do alergeno8, tocar algo que esteve em contato com ele ou pela mera inalação do alergeno8, inclusive no processo de cozimento dos alimentos. A alergia7 é muito mais comum em crianças, especialmente em bebês2, e rara em adultos.
Os sintomas9 podem ser digestivos, cutâneos, respiratórios, reação anafilática43, baixo ganho de peso e baixo crescimento. Podem ocorrer em minutos, horas ou dias após a ingestão de leite de vaca ou derivados, de forma persistente ou repetitiva.
A intolerância é mais comum em adultos e idosos do que em crianças. Também pode ser uma consequência, às vezes temporária, em casos de diarreia19 prolongada ou doenças inflamatórias intestinais. Os sintomas9 da intolerância são apenas intestinais.
Como o médico trata a alergia7 às proteínas1 do leite de vaca?
O tratamento indicado para os casos de alergia7 às proteínas1 do leite de vaca (APLV) é a exclusão do leite de vaca e de seus derivados. Alguns alimentos são indicados para a substituição ao leite de vaca para garantir que a criança consuma os nutrientes presentes neste alimento. Um nutrólogo ou um nutricionista44 é indicado para orientar esta substituição.
Leia também sobre "Diarreia19 em crianças" e "Anafilaxia20".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.