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Azoospermia: conceito, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução

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O que é azoospermia1?

Azoospermia1 é a situação em que nenhum espermatozoide2 é detectado no sêmen3 ejaculado. Isto pode acontecer porque não há produção de espermatozoides4 pelos testículos5 ou porque há algum tipo de bloqueio do sistema de transporte do esperma6, o que impede os espermatozoides4 produzidos de chegarem ao exterior. Chama-se oligospermia à situação em que existe no sêmen3 ejaculado uma quantidade de espermatozoides4 menor que a normal (39 a 106 ml ejaculado).

Quais são as causas da azoospermia1?

As causas das azoospermias não obstrutivas incluem defeitos congênitos7 dos testículos5 ou danos adquiridos por eles. Nesses casos, devem ser procuradas, entre outras, causas genéticas, porque elas ocorrem em cerca de 15% dos homens com azoospermia1.

As azoospermias obstrutivas, por seu turno, podem ser motivadas por condições que obstruam os ductos de drenagem8 dos espermatozoides4, como danos causados por doenças ou traumas, vasectomia (cirurgia praticada voluntariamente para interromper os dutos excretores) ou anormalidades do epidídimo9 (local onde os espermatozoides4 são armazenados após serem produzidos pelos testículos5) ou canal deferente10 (canal que conduz os espermatozoides4 a partir do epidídimo9).

A criptorquidia11 (quando ambos os testículos5 não descem do abdômen para a bolsa testicular) também pode ser a causa da baixa produção de espermatozoides4 ou levar à azoospermia1. Em muitos casos a azoospermia1 é dita criptogenética, porque não tem uma causa conhecida.

Quais são os principais sinais12 e sintomas13 da azoospermia1?

Em geral, o paciente nada sente ou então os sintomas13 são os próprios às enfermidades que causam as obstruções, como as infecções14, os traumas ou os tumores. A azoospermia1 provoca infertilidade15, mas nada tem a ver com impotência16.

Como o médico diagnostica a azoospermia1?

A azoospermia1 pode ser detectada pelo espermograma, um exame de laboratório que procede à contagem dos espermatozoides4 presentes no sêmen3 ejaculado. Uma primeira contagem não deve selar o diagnóstico17 porque às vezes os espermatozoides4 somente aparecem no exame após centrifugação18 do sêmen3 ou em outras coletas posteriores, pois há casos em que os espermatozoides4 só estão presentes em uma delas. Nas azoospermias, alguns exames podem auxiliar no diagnóstico17, mas somente uma biópsia19 testicular pode mostrar em definitivo se há alguma produção de espermatozoides4.

Como o médico trata a azoospermia1?

O objetivo principal do tratamento da azoospermia1 é restituir a capacidade de fecundar. Alguns casos de azoospermia1 obstrutiva podem ser corrigidos cirurgicamente e em casos onde isso não seja possível os espermatozoides4 podem ser artificialmente recolhidos nos testículos5 ou no epidídimo9 por meio de uma finíssima agulha, com anestesia20 local e posteriormente utilizados para fecundação21 in vitro do casal. O procedimento deve ser realizado em um centro cirúrgico e o paciente pode ser liberado no mesmo dia.

Como evolui a azoospermia1?

A azoospermia1 obstrutiva tem bom prognóstico22. Quase sempre a obstrução do canal deferente10 pode ser solucionada a contento.

O tratamento dos casos de azoospermia1 não obstrutiva em geral é muito difícil e apresenta resultados escassos.

ABCMED, 2014. Azoospermia: conceito, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-do-homem/568437/azoospermia-conceito-causas-sintomas-diagnostico-tratamento-evolucao.htm>. Acesso em: 19 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Azoospermia: Ausência de espermatozódes no líquido seminal.
2 Espermatozóide: Célula reprodutiva masculina.
3 Sêmen: Sêmen ou esperma. Líquido denso, gelatinoso, branco acinzentado e opaco, que contém espermatozoides e que serve para conduzi-los até o óvulo. O sêmen é o líquido da ejaculação. Ele é composto de plasma seminal e espermatozoides. Este plasma contém nutrientes que alimentam e protegem os espermatozoides.
4 Espermatozóides: Células reprodutivas masculinas.
5 Testículos: Os testículos são as gônadas sexuais masculinas que produzem as células de fecundação ou espermatozóides. Nos mamíferos ocorrem aos pares e são protegidos fora do corpo por uma bolsa chamada escroto. Têm função de glândula produzindo hormônios masculinos.
6 Esperma: Esperma ou sêmen. Líquido denso, gelatinoso, branco acinzentado e opaco, que contém espermatozoides e que serve para conduzi-los até o óvulo. O esperma é o líquido da ejaculação. Ele é composto de plasma seminal e espermatozoides. Este plasma contém nutrientes que alimentam e protegem os espermatozoides.
7 Defeitos congênitos: Problemas ou condições que estão presentes ao nascimento.
8 Drenagem: Saída ou retirada de material líquido (sangue, pus, soro), de forma espontânea ou através de um tubo colocado no interior da cavidade afetada (dreno).
9 Epidídimo: O epidídimo é um pequeno ducto, com cerca de seis centímetros de comprimento, enrolado sobre si mesmo, que coleta e armazena os espermatozóides produzidos pelo testículo. Localiza-se atrás do testículo, no saco escrotal, e desemboca na base do ducto deferente, o canal que conduz os espermatozóides até a próstata.
10 Canal deferente: Canal deferente ou ducto deferente é um canal muscular que conduz os espermatozóides a partir do epidídimo até a próstata.
11 Criptorquidia: 1. Falha na descida de testículo para o escroto, também conhecida como criptorquia.
12 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
13 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
14 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
15 Infertilidade: Capacidade diminuída ou ausente de gerar uma prole. O termo não implica a completa inabilidade para ter filhos e não deve ser confundido com esterilidade. Os clínicos introduziram elementos físicos e temporais na definição. Infertilidade é, portanto, freqüentemente diagnosticada quando, após um ano de relações sexuais não protegidas, não ocorre a concepção.
16 Impotência: Incapacidade para ter ou manter a ereção para atividades sexuais. Também chamada de disfunção erétil.
17 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
18 Centrifugação: 1. Ato ou efeito de centrifugar; centrifugamento. 2. Aplicação de força centrífuga. 3. Afastamento, desvio do centro.
19 Biópsia: 1. Retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico. 2. Exame histológico e histoquímico. 3. Por metonímia, é o próprio material retirado para exame.
20 Anestesia: Diminuição parcial ou total da sensibilidade dolorosa. Pode ser induzida por diferentes medicamentos ou ser parte de uma doença neurológica.
21 Fecundação: 1. Junção de gametas que resulta na formação de um zigoto; anfigamia, fertilização. 2. Ato ou efeito de fecundar (-se).
22 Prognóstico: 1. Juízo médico, baseado no diagnóstico e nas possibilidades terapêuticas, em relação à duração, à evolução e ao termo de uma doença. Em medicina, predição do curso ou do resultado provável de uma doença; prognose. 2. Predição, presságio, profecia relativos a qualquer assunto. 3. Relativo a prognose. 4. Que traça o provável desenvolvimento futuro ou o resultado de um processo. 5. Que pode indicar acontecimentos futuros (diz-se de sinal, sintoma, indício, etc.). 6. No uso pejorativo, pernóstico, doutoral, professoral; prognóstico.
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Comentários

28/06/2015 - Comentário feito por João
Não gostaria de me identificar mas queri...
Não gostaria de me identificar mas queria muito que publicassem meu comentário. Tenho azoospermia e fiquei muito arrasado quando descobri isso. Nunca imaginava. Todavia, assim que descobri comecei a estudar o problema, buscar tratamentos, etc. Cheguei a fazer terapias com chás, duas cirurgias (varicocele e punção), mas nada adiantou, continuei sem espermatozóides. A minha única esperança seria adotar, todavia minha esposa deu força para que utilizasse espermatozóide de doador e assim o fiz. Hoje tenho um filho maravilhoso e acompanhei a gestação como se tivesse num sonho. Acredito que quem tenha esse problema tem que reagir. A vida é uma só. Não se deixem abater e lutem. No último caso usem espermatozóide de doador como eu fiz. Pai é quem cria e ninguém precisa saber que o espermatozóide é de doador. Seja feliz e seja pai. A vida é uma só. Meu filho está com dois anos e vida que segue. Precisava desbafar isso num lugar, pois sempre que procurei sobre este assunto nunca achei comentário de ninguém que teve esse problema, mas tenho certeza que muitos vão buscar soluções assim como busquei.

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