Andadores para bebês: sim ou não?
Existem opiniões contrárias e a favor ao uso de andadores. Mas o que será que elas dizem? Os pais devem avaliá-las com cuidado antes de tomar a decisão de usar ou não usar tais aparelhos com seus filhos.
ANDADORES NÃO
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) condena os andadores e o Canadá proibiu o uso do aparelho. Por quê? Basicamente, porque o aparelho pode causar acidentes graves, às vezes até fatais e ainda atrasa o desenvolvimento motor dos bebês1 ao diminuir o esforço deles para andar. Além disso, os andadores não trazem nenhum benefício ao desenvolvimento das crianças, como demonstrou pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Afinal, as crianças aprendem a andar mesmo SEM andador e não há nenhuma demonstração de que o aparelho facilite o processo. Infelizmente, mesmo assim os andores ainda são muito comuns entre nós.
Os riscos dos andadores
Uma criança começa a dar seus primeiros passos por volta de 12 meses de idade. Os andadores conferem à criança uma autonomia de movimentos rápidos que ela ainda não está apta para usar. Assim, eles podem carregá-la para situações perigosas sem que elas possam evitá-las. Podem disparar em rampas, se aproximarem perigosamente de panelas, tomadas ou escadas; chocar-se contra objetos; travar suas rodinhas; revirar, etc. Além disso, o aparelho pode atrasar o desenvolvimento psicomotor2 da criança, visto que criar dificuldades motoras ajuda na superação delas e o andador faz justamente o contrário. Com o andador a criança não usa os músculos3 que ela precisa para andar e, assim, eles não ficam bem desenvolvidos. Por outro lado, queima etapas, diminuindo ou suprimindo a importante etapa do arrastar-se ou engatinhar. Ademais, dispensando os adultos de dar a mão4 à criança ou colocá-la no colo5 os deixa menos atentos à criança. O risco maior com os andadores são as quedas. Como o bebê em geral “capota” sobre o andador seu órgão de choque6 é a cabeça7. O mínimo que pode acontecer é um “galo” enorme, mas pode também acontecer um acidente de maiores consequências como, por exemplo, um traumatismo8 craniano mais grave.
ANDADORES SIM
Os andadores, contudo, não têm apenas aspectos negativos. Pode-se ver a alegria das crianças ao descobrirem que podem ter mais liberdade. A criança brinca com ele como um carrinho. Como dissemos, eles parecem em nada contribuir com o desenvolvimento da criança, mas tampouco prejudicam. Deve-se decidir se esse lado positivo compensa os riscos. Parece que não. Mas, se ainda assim, você decidir usar o andador com seu filho, observe o seguinte:
- Esteja atento (a) ao bebê o tempo todo. Não se distraia fazendo outras coisas. Isso pode evitar quedas.
- Só coloque no andador crianças acima de nove meses de idade.
- Limite o tempo de uso do andador em cerca de vinte minutos, no máximo duas vezes ao dia.
- Compre um andador de base bem larga, que tem menos chance de virar.
- Só deixe a criança andar em chão plano e livre de tapetes, fios, sapatos, brinquedos ou quaisquer outros objetos.
- Nunca deixe uma criança usar um andador em locais onde haja escadas por perto.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.