Câncer infantil
O que é câncer1 infantil?
O câncer1 infantil corresponde a um conjunto de várias doenças malignas, cuja proliferação descontrolada de células2 anormais pode ocorrer em qualquer localização no organismo. No Brasil, o câncer1 já representa a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes entre 1 e 19 anos (8% do total).
Quais são as causas do câncer1 infantil?
As causas da maioria dos cânceres, seja na infância, seja na idade adulta, não são conhecidas. Em crianças, cerca de 5% dos cânceres são causados por uma mutação genética3 que pode ser passada de pais para filhos. Em adultos, essas mutações geralmente são consequência dos efeitos conjuntos do envelhecimento e da exposição a substâncias cancerígenas, mas no que se refere ao câncer1 infantil a identificação de causas ambientais é mais difícil que em adultos.
Quais são as principais características clínicas do câncer1 infantil?
Os cânceres mais comuns na infância e na adolescência são: as leucemias, os cânceres do sistema nervoso central4 e os linfomas. Também são frequentes nas crianças o neuroblastoma (tumor5 do sistema nervoso6 simpático7), tumor5 de Wilms (tumor5 renal8), retinoblastoma (tumor5 da retina9), tumor5 germinativo (tumor5 das células2 que vão dar origem aos ovários10 ou aos testículos11), osteossarcoma (tumor5 ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).
Saiba mais sobre "Leucemias", "Linfoma12", "Retinoblastoma", "Osteossarcoma" e "Sarcoma13 de tecidos moles".
1. As leucemias são os cânceres infantis mais comuns (30% do total) e consistem no acúmulo de células2 imaturas do sangue14 na medula óssea15. Há dois tipos de leucemias infantis: (a) a leucemia16 linfoide17 aguda e (b) a leucemia16 mieloide aguda. Assim, comprometem o crescimento e funcionamento dessas células2, podendo atingir gânglios linfáticos18, baço19, fígado20, sistema nervoso central4, testículos11 e outros órgãos. Inicialmente, seus principais sintomas21 são palidez progressiva, cansaço além do normal, infecções22 de repetição, perdas de sangue14 na urina23 e no vômito24 ou no tecido25 celular subcutâneo26, por exemplo.
2. Os tumores do sistema nervoso central4 (cérebro27 e medula espinhal28) vêm em segundo lugar como o tipo mais comum dos cânceres infantis (26%). Os tumores da medula espinhal28 em crianças são menos comuns que os tumores cerebrais. Os tumores do sistema nervoso6 podem produzir sintomas21 diversos, de acordo com sua localização. Entre os possíveis sinais29 e sintomas21 estão o choro aparentemente imotivado, a sonolência excessiva, a apatia30 e as frequentes dores de cabeça31. Esses sintomas21 também são comuns a outras condições mórbidas, mas assumem maior importância se vierem acompanhados de vômitos32 em jatos, alterações da marcha, perda de equilíbrio, convulsões e paralisia33 de um lado do corpo.
3. Os linfomas são cânceres do sistema imunológico34. Sendo assim, afetam as estruturas que atuam na defesa do organismo, como gânglios35, tecidos linfáticos, amígdalas36 ou timo37 e também podem acometer a medula óssea15 e outros órgãos. Existem dois tipos principais de linfomas: o linfoma12 de Hodgkin e o linfoma12 não Hodgkin e ambos podem ocorrer também em adultos. Neste último caso, pode atingir outras partes do corpo, como tórax38 e abdômen. Nos linfomas ocorre crescimento de nódulos em várias partes do corpo, como axilas, virilhas, região supraclavicular, pescoço39, tórax38 e abdômen, por exemplo, associados com febre40 recorrente.
Leia sobre "Tumores cerebrais", "Convulsões" e "Linfoma12 não Hodgkin".
4. O neuroblastoma se inicia ainda no embrião ou feto41 e representa cerca de 6% dos cânceres infantis. Assim, ele se manifesta já em lactentes42 e bebês43 e raramente é diagnosticado depois dos 10 anos de idade, sendo de ocorrência mais comum em crianças entre 2 e 4 anos de idade. É um tumor5 de evolução rápida, que acomete o sistema nervoso6 simpático7, o qual controla, entre outras coisas, a pressão arterial44 e os batimentos cardíacos. A maioria desses tumores também pode afetar o fígado20, os ossos e a medula óssea15. Normalmente causam febre40, emagrecimento, aumento do abdômen e manchas no corpo. Costumam também gerar dores ósseas, descontrole na eliminação de fezes e urina23, irritabilidade e paralisias. Os principais locais de aparecimento do neuroblastoma são glândula45 suprarrenal (localizada sobre o rim46) e os gânglios simpáticos47 da linha média do abdômen. Outros locais afetados são o mediastino48 (espaço entre os dois pulmões49) e a região pélvica50.
5. O tumor5 de Wilms acomete um ou, raramente, ambos os rins51, frequentemente em crianças de 3 a 4 anos de idade. Representa 5% de todos os cânceres em crianças e trata-se do tumor5 renal8 mais comum em crianças. A princípio costuma ser assintomático, embora seja detectado precocemente, através do sinal52 de protuberância na barriga, que na maioria dos casos não passa despercebido.
6. O retinoblastoma corresponde a cerca de 2% dos cânceres em crianças e é o tumor5 ocular mais comum na infância. Origina na retina9 e na sua evolução afeta a visão53 da criança. Quase sempre os retinoblastomas ocorrem na faixa etária de um pouco mais ou menos de 2 anos de idade. O chamado “reflexo do olho54 do gato” é o sinal52 mais característico do retinoblastoma. O tumor5 pode ocasionar aumento e desvio (estrabismo55) do olho54 e diminuição do campo visual56.
7. Os tumores ósseos representam cerca de 3% dos cânceres infantis e ocorrem mais comumente em crianças de mais idade e em adolescentes, mas podem se desenvolver em qualquer idade. Costumam afetar ossos longos57, como o fêmur58 e a tíbia59. Os sintomas21 podem ser confundidos com a dor de crescimento, a osteomielite60 e com doenças reumatológicas. O tumor5 provoca dor, vermelhidão, inchaço61 e aumento de temperatura e deve ser diferenciado da metástase62 óssea, mais comum que ele.
Saiba mais sobre "Neuroblastoma", "Tumor5 de Wilms", "Tumores ósseos", "Osteomielite60" e "Metástases63 ósseas".
Como o médico diagnostica o câncer1 infantil?
Em crianças, pode ser mais difícil diagnosticar o câncer1, uma vez que os sintomas21 podem sobrepor-se às doenças e ferimentos comuns da infância. As crianças muitas vezes apresentam hematomas64, por exemplo, que podem mascarar os sinais29 precoces de alguns tipos de câncer1. Qualquer dos seguintes sintomas21, que sejam persistentes, devem ser pesquisados com mais cuidado, em vista do câncer1 infantil: nódulos incomuns, palidez inexplicada, perda de energia, contusões repetidas, dores progressivas, andar mancando, febre40 inexplicada, frequentes dores de cabeça31, vômitos32, alterações súbitas de visão53 e perda de peso.
Como o médico trata o câncer1 infantil?
Os cânceres infantis nem sempre são tratados da mesma forma que o câncer1 de adultos, embora também neles seja comum o uso de cirurgia, quimioterapia65 e radioterapia66. Além disso, os tratamentos podem incluir imunoterapia e transplante de células2 estaminais. Em muitos casos, uma combinação de dois ou mais deles é realizada ao mesmo tempo. Esses tratamentos muitas vezes são efetivos, em muitos casos, sobretudo se os cânceres são diagnosticados no início. O tipo de tratamento dependerá do tipo de câncer1 e do estadiamento do mesmo (o quão grave ele é).
O organismo das crianças se recupera mais rapidamente da quimioterapia65 e isso permite tratamentos mais intensivos, o que torna possível tratar a doença de forma mais eficaz que no adulto. No entanto, as crianças enfrentam problemas únicos durante seu tratamento para o câncer1, após a conclusão do tratamento e como sobreviventes ao câncer1. Os pediatras e os pais devem estar atentos a eles, para que possam prestar o suporte necessário.
Como evolui o câncer1 infantil?
Nos últimos anos tem havido um grande progresso no tratamento do câncer1 infantil. Cerca de 80% das crianças acometidas de câncer1 podem ser curadas, quando diagnosticadas precocemente e tratadas de maneira adequada. A maioria dessas crianças segue tendo uma boa qualidade de vida após o tratamento, embora o câncer1 infantil e seus tratamentos tenham diferentes efeitos nos corpos em crescimento que nos corpos adultos e possam deixar algumas sequelas67 permanentes.
Veja também sobre "Quimioterapia65", "Radioterapia66" e "Como prevenir o câncer1".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.