AbcMed  -  Câncer
Atalho: 645A7IL
Gostou do artigo? Compartilhe!

Linfoma não Hodgkin. Entenda a doença.

A+ A- Alterar tamanho da letra
Avalie este artigo

O que são linfomas não Hodgkin?

O linfoma1 não Hodgkin é uma neoplasia2 do sistema linfático3 que se caracteriza pela multiplicação descontrolada de células4 linfáticas, formando tumores.

Ele pode ser indolente (de crescimento lento) ou agressivo (de crescimento rápido), ou possuir características dos dois tipos. O linfoma1 de células4 B é o tipo mais comum e o linfoma1 de células4 T é o menos comum.

Quais são os fatores de risco?

Os poucos fatores de risco conhecidos para o desenvolvimento de Linfomas não Hodgkin são:

  • Comprometimento do sistema imune5 como consequência de doenças genéticas hereditárias, uso de medicação imunossupressora e infecção6 pelo HIV7. Estes fatores têm sido relacionados ao maior risco de desenvolver linfomas. Pacientes portadores dos vírus8 Epstein-Barr, HTLV1 e da bactéria9 Helicobacter pylori (que causa úlceras10 no estômago11) têm risco aumentado para alguns tipos de linfoma1;
  • A exposição a pesticidas, solventes, herbicidas, inseticidas e fertilizantes pode estar ligada ao desenvolvimento de linfomas não Hodgkin;
  • Exposição a altas doses de radiação.

 

Quais são os sintomas12?

  • Aumento dos linfonodos13 do pescoço14, axilas e/ou virilha;
  • Sudorese15 excessiva à noite;
  • Febre16 (na maioria das vezes é uma febre16 baixa e persistente);
  • Prurido17 (coceira na pele18);
  • Perda de peso não explicada por outras causas.

 

Como é feito o diagnóstico19?

O diagnóstico19 não é simples. Geralmente exige a realização de vários exames, que permitem determinar o tipo de linfoma1 e esclarecer informações úteis para a decisão do tratamento a ser empregado.

A biópsia20, procedimento no qual é retirada uma pequena porção de tecido21 (em geral dos linfonodos13) para análise em laboratório de anatomopatológico, é considerada o padrão de qualidade para o diagnóstico19 dos linfomas.

Outros exames complementares podem ser necessários parar definir melhor o tipo e a localização do tumor22 (como, por exemplo, punção aspirativa, radiografias de tórax23, tomografia computadorizada24, ressonância nuclear magnética, cintilografia25, estudos celulares ou de biologia molecular, dentre outros).

 

Como é feita a classificação dos linfomas não Hodgkin?

Após o diagnóstico19, a doença é classificada de acordo com o tipo de linfoma1 e o estágio em que se encontra (sua extensão).

Os linfomas não Hodgkin são agrupados de acordo com o tipo de célula26 linfoide27 (linfócitos B ou T). Também são considerados tamanho, forma e padrão de apresentação na microscopia. Para tornar a classificação mais fácil, os linfomas podem ser divididos em dois grandes grupos: indolentes e agressivos.

Os linfomas indolentes têm um crescimento relativamente lento. Os pacientes podem apresentar poucos sintomas12 por vários anos, mesmo após o diagnóstico19. A cura é menos provável do que nos pacientes com formas agressivas de linfoma1.

Os linfomas agressivos podem levar rapidamente ao óbito28 se não tratados, mas, em geral, são mais curáveis.

Os linfomas indolentes correspondem aproximadamente a 40% dos diagnósticos e, os agressivos, aos 60% restantes. Cerca de 70% destes são curáveis.

 

Por que fazer o estadiamento da doença?

Uma vez diagnosticada e classificada a doença, faz-se o estadiamento. O estadiamento consiste em determinar a extensão da doença no organismo do paciente. São estabelecidos 4 estágios (enquanto no estágio I há envolvimento de apenas um grupo de linfonodos13, no estágio IV há envolvimento disseminado).

Cada estágio é subdividido em A e B (por exemplo, estágios 1A ou 2B). O "A" significa assintomático. O “B”, presença de sintomas12.

 

Como é feito o tratamento?

A maioria dos linfomas são tratados com quimioterapia29, radioterapia30, ou ambos. Em alguns casos é usada a imunoterapia, incluindo anticorpos31 monoclonais e citoquinas32, isoladamente ou associados à quimioterapia29.

O transplante de medula33 pode ser uma opção terapêutica34.

 

Qual é o tipo de linfoma1 diagnosticado no ator Reynaldo Gianecchini?

O ator foi diagnosticado com o linfoma1 de células4 T angioimunoblástico, um tipo incomum e mais agressivo de linfoma1 não Hodgkin. A doença é identificada por alterações genéticas nos linfócitos T (células4 responsáveis pela defesa do organismo contra infecções35). Ter um bom estado geral de saúde36 e ser jovem são fatores que facilitam o tratamento e ampliam a possibilidade de cura do ator.

O linfoma1 de células4 T angioimunoblástico é raro, acometendo em média 10% dos pacientes com linfoma1 não Hodgkin. A grande maioria (90%) é diagnosticada com o linfoma1 não Hodgkin do tipo B - o mesmo tipo diagnosticado na presidente Dilma Rousseff, considerado mais comum e menos agressivo.

ABCMED, 2011. Linfoma não Hodgkin. Entenda a doença.. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/cancer/235390/linfoma-nao-hodgkin-entenda-a-doenca.htm>. Acesso em: 28 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Linfoma: Doença maligna que se caracteriza pela proliferação descontrolada de linfócitos ou seus precursores. A pessoa com linfoma pode apresentar um aumento de tamanho dos gânglios linfáticos, do baço, do fígado e desenvolver febre, perda de peso e debilidade geral.
2 Neoplasia: Termo que denomina um conjunto de doenças caracterizadas pelo crescimento anormal e em certas situações pela invasão de órgãos à distância (metástases). As neoplasias mais frequentes são as de mama, cólon, pele e pulmões.
3 Sistema Linfático: Um sistema de órgãos e tecidos que processa e transporta células imunes e LINFA.
4 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
5 Sistema imune: Sistema de defesa do organismo contra infecções e outros ataques de micro-organismos que enfraquecem o nosso corpo.
6 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
7 HIV: Abreviatura em inglês do vírus da imunodeficiência humana. É o agente causador da AIDS.
8 Vírus: Pequeno microorganismo capaz de infectar uma célula de um organismo superior e replicar-se utilizando os elementos celulares do hospedeiro. São capazes de causar múltiplas doenças, desde um resfriado comum até a AIDS.
9 Bactéria: Organismo unicelular, capaz de auto-reproduzir-se. Existem diferentes tipos de bactérias, classificadas segundo suas características de crescimento (aeróbicas ou anaeróbicas, etc.), sua capacidade de absorver corantes especiais (Gram positivas, Gram negativas), segundo sua forma (bacilos, cocos, espiroquetas, etc.). Algumas produzem infecções no ser humano, que podem ser bastante graves.
10 Úlceras: Feridas superficiais em tecido cutâneo ou mucoso que podem ocorrer em diversas partes do organismo. Uma afta é, por exemplo, uma úlcera na boca. A úlcera péptica ocorre no estômago ou no duodeno (mais freqüente). Pessoas que sofrem de estresse são mais susceptíveis a úlcera.
11 Estômago: Órgão da digestão, localizado no quadrante superior esquerdo do abdome, entre o final do ESÔFAGO e o início do DUODENO.
12 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
13 Linfonodos: Gânglios ou nodos linfáticos.
14 Pescoço:
15 Sudorese: Suor excessivo
16 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
17 Prurido: 1.    Na dermatologia, o prurido significa uma sensação incômoda na pele ou nas mucosas que leva a coçar, devido à liberação pelo organismo de substâncias químicas, como a histamina, que irritam algum nervo periférico. 2.    Comichão, coceira. 3.    No sentido figurado, prurido é um estado de hesitação ou dor na consciência; escrúpulo, preocupação, pudor. Também pode significar um forte desejo, impaciência, inquietação.
18 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
19 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
20 Biópsia: 1. Retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico. 2. Exame histológico e histoquímico. 3. Por metonímia, é o próprio material retirado para exame.
21 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
22 Tumor: Termo que literalmente significa massa ou formação de tecido. É utilizado em geral para referir-se a uma formação neoplásica.
23 Tórax: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original Sinônimos: Peito; Caixa Torácica
24 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
25 Cintilografia: Procedimento que permite assinalar num tecido ou órgão interno a presença de um radiofármaco e acompanhar seu percurso graças à emissão de radiações gama que fazem aparecer na tela uma série de pontos brilhantes (cintilação); também chamada de cintigrafia ou gamagrafia.
26 Célula: Unidade funcional básica de todo tecido, capaz de se duplicar (porém algumas células muito especializadas, como os neurônios, não conseguem se duplicar), trocar substâncias com o meio externo à célula, etc. Possui subestruturas (organelas) distintas como núcleo, parede celular, membrana celular, mitocôndrias, etc. que são as responsáveis pela sobrevivência da mesma.
27 Linfoide: 1. Relativo a ou que constitui o tecido característico dos nodos linfáticos. 2. Relativo ou semelhante à linfa.
28 Óbito: Morte de pessoa; passamento, falecimento.
29 Quimioterapia: Método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
30 Radioterapia: Método que utiliza diversos tipos de radiação ionizante para tratamento de doenças oncológicas.
31 Anticorpos: Proteínas produzidas pelo organismo para se proteger de substâncias estranhas como bactérias ou vírus. As pessoas que têm diabetes tipo 1 produzem anticorpos que destroem as células beta produtoras de insulina do próprio organismo.
32 Citoquinas: Citoquina ou citocina é a designação genérica de certas substâncias segregadas por células do sistema imunitário que controlam as reações imunes do organismo.
33 Medula: Tecido mole que preenche as cavidades dos ossos. A medula óssea apresenta-se de dois tipos, amarela e vermelha. A medula amarela é encontrada em cavidades grandes de ossos grandes e consiste em sua grande maioria de células adiposas e umas poucas células sangüíneas primitivas. A medula vermelha é um tecido hematopoiético e é o sítio de produção de eritrócitos e leucócitos granulares. A medula óssea é constituída de um rede, em forma de treliça, de tecido conjuntivo, contendo fibras ramificadas e preenchida por células medulares.
34 Terapêutica: Terapia, tratamento de doentes.
35 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
36 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.

Artigos selecionados

Gostou do artigo? Compartilhe!

Pergunte diretamente a um especialista

Sua pergunta será enviada aos especialistas do CatalogoMed, veja as dúvidas já respondidas.

Comentários

22/09/2011 - Comentário feito por leonardo
Re: Linfoma não Hodgkin. Entenda a doença.
linfoma não Hodgkin doença do sistema linfático envolvendo células B e ou células T, linfoma de Burkit,
como sempre o prognóstico é multifatorial, os seus mecanismos dos eventos célula/virus e seus sinalisadores interagem em vias intracelulares e intercelulares, ainda não totalmente evidenciadas pela bioecnologia,são os linfomas linfocíticos,possuem mais de uma dezena de classificação dependendo do sistema adotado, a oncologia brasileira está muito avançada tanto no diagnóstico como na aplicação individualiza do arsenal terapêutico
leonardo augusto riva

  • Entrar
  • Receber conteúdos