Síndrome de Asperger: o que saber sobre ela?
O que é a síndrome1 de Asperger?
A síndrome1 de Asperger é uma perturbação genética do desenvolvimento caracterizada por alterações na interação social, na comunicação e no comportamento. É um transtorno semelhante ao autismo, mas se diferencia do autismo clássico porque a pessoa afetada fala compreensivelmente, o que não ocorre nessa última condição. O que hoje se chama de síndrome1 de Asperger era chamada antigamente de psicopatia2 autista e de transtorno esquizoide da infância, termos hoje considerados arcaicos e imprecisos. Alguns autores não chegam a diferenciá-la do autismo e o DSM-IV da Associação Psiquiátrica Americana a classifica dentro do que chama espectro autista. O nome da síndrome1 é uma homenagem ao psiquiatra e pediatra austríaco Hans Asperger, o primeiro a reconhecê-la como independente do autismo.
Quais são as causas da síndrome1 de Asperger?
A síndrome1 de Asperger é uma disfunção particular do funcionamento cerebral que afeta o sexo masculino em maior número que o feminino. Fatores genéticos parecem estar envolvidos em suas causas, pois o transtorno tende a existir em mais de um membro de uma mesma família, embora não tenha sido identificado nenhum gene específico para a condição.
Quais são os principais sinais3 e sintomas4 da síndrome1 de Asperger?
O indivíduo com a síndrome1 de Asperger é tido como inteligente e ambicioso, embora tímido, calado, severo e muito racional, avaliando todas as situações exclusivamente com a razão. Os portadores da síndrome1 apresentam dificuldades de interação social e em processar e expressar emoções. Eles fazem uma interpretação muito literal da linguagem, têm dificuldades com mudanças da rotina, com pessoas desconhecidas e comportamentos estereotipados. Entre os principais sinais3 e sintomas4 da síndrome1 de Asperger contam-se ainda interesses muito limitados, linguagem peculiar, perturbações da comunicação não verbal e falta de coordenação motora. No entanto, tudo isso pode se conciliar com o desenvolvimento cognitivo5 normal ou alto. Muitas vezes essa condição nem chega a ser tida como patológica e a pessoa com síndrome1 de Asperger pode inclusive apresentar talentos específicos.
A criança pode desenvolver focos intensos e obsessivos de interesses, muitos deles semelhantes aos das crianças normais, mas com uma intensidade incomum. Algumas vezes esses interesses tornam-se vitalícios, mas em outras vão mudando a intervalos imprevisíveis. Em relação a eles o indivíduo manifesta argumentação extremamente sofisticada e uma memória impressionantemente boa, a ponto de Asperger chamar seus jovens pacientes de "pequenos professores". Essas pessoas podem, então, iniciar um monólogo sobre o assunto de seu interesse especial sem se aperceber que o seu interlocutor perdeu o interesse nele.
Como o médico diagnostica a síndrome1 de Asperger?
É importante fazer-se um diagnóstico6 precoce e proporcionar aos portadores os recursos que lhes permitam atingir o melhor de seu potencial. Como não se detecta nenhuma alteração orgânica ou marcador biológico, o diagnóstico6 tem de basear-se num conjunto de peculiaridades de comportamentos. O DSM-IV a define por seis características:
- Prejuízo severo da interação social.
- Desenvolvimento de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades.
- Alto poder de memorização e velocidade de raciocínio relacionado às atividades repetitivas.
- Prejuízo nas áreas social, ocupacional ou outras.
- Nenhum atraso significativo no desenvolvimento da linguagem.
- Nenhum atraso significativo no desenvolvimento cognitivo5.
Como tratar a síndrome1 de Asperger?
O tratamento deve ser multiprofissional, envolvendo médicos, psicólogos, psicopedagogos e fonoaudiólogos e feito durante longo prazo com vistas a proporcionar ao paciente a utilização do maior nível possível de suas potencialidades. Medicamentos são utilizados apenas se necessário, para tratar sintomas4 como ansiedade, depressão e irritabilidade. É importante buscar uma boa interação entre a escola, a família e o profissional que acompanha o paciente no sentido de desenvolver a reciprocidade social do indivíduo, diversificar seus focos de interesse, estimular o hábito de “falar olhando”, estimular a criança a reconhecer e compartilhar emoções, dialogar sempre, não criticar o interesse restrito da criança, mas apresentar outras opções, etc.
Como evolui a síndrome1 de Asperger?
Desde que diagnosticados e tratados precocemente, os portadores da síndrome1 de Asperger podem se tornar pessoas inteiramente integradas na sociedade e ter um bom desempenho profissional, entretanto sempre enfrentarão algumas dificuldades próprias de sua condição.
Os portadores da síndrome1 de Asperger que chegam à vida adulta sem diagnóstico6 ou tratamentos adequados podem enfrentar sérias dificuldades de relacionamento na vida pessoal, escolar e profissional.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.