O que você precisa saber sobre os antipsicóticos?
O que é psicose1?
A psicose1 é um estado mental patológico caracterizado pela perda de contato com a realidade. O indivíduo passa a apresentar comportamento antissocial, pensamento confuso, delírios, alucinações2, alterações patológicas dos sentimentos e, por vezes, agressividade. Sem consciência da sua enfermidade, o paciente apresenta uma convicção inabalável em suas ideias, por mais absurdas e ilógicas que pareçam aos demais.
Diz-se que são positivos os sintomas3 psicóticos que consistem num “a mais” em relação a atividade psíquica normal, como as alucinações2, os delírios e a agitação psicomotora4 e negativos aqueles sintomas3 que representam um “a menos” em relação ao normal, como a apatia5, a depressão, etc.
Saiba mais sobre "Psicose1 reativa", "Depressão" e "Alucinações2".
O que são antipsicóticos?
Antipsicóticos (ou neurolépticos6) são medicações capazes de corrigir ou melhorar os sintomas3 psicóticos. Eles agem mais eficazmente contra os sintomas3 positivos que contra os negativos. No entanto, nem todos os casos de psicose1 são tratados unicamente por esse grupo de medicamentos. Muitas vezes pode-se utilizar também antidepressivos.
O uso prolongado de pequenas doses de antipsicóticos pode prevenir as agudizações das psicoses. Os neurolépticos6, uma subdivisão dos antipsicóticos, foram os primeiros remédios desenvolvidos para o tratamento de alucinações2 e delírios e, por isto, são também conhecidos como antipsicóticos típicos.
Os antipsicóticos podem ser classificados em típicos ou de primeira geração e atípicos ou de segunda geração. Essa tal divisão é feita com base no mecanismo de ação. Os primeiros são predominantemente bloqueadores de receptores da dopamina7 e os segundos são principalmente bloqueadores dos receptores dopaminérgicos e serotonérgicos, o que acarreta diferentes efeitos colaterais8, em geral mais brandos nestes últimos.
Os antipsicóticos passaram a ser utilizados na psiquiatria a partir da descoberta de Delay e Deniker, no início da década de 50.
Qual é o mecanismo de ação dos antipsicóticos?
A superatividade da dopamina7 no sistema límbico cerebral é importante na patogenia da esquizofrenia9. O receptor mais importante da dopamina7 é o receptor dopaminérgico D2. Os antipsicóticos funcionam como antagonistas do receceptor D2, diminuindo a ação da dopamina7 endógena. Alguns neurolépticos6 atuais têm a capacidade de atuar também nos receptores serotoninérgico, acetilcolinérgico, histamínico e noradrenérgico.
Os neurolépticos6 não curam as psicoses. São drogas sintomáticas que mantêm sob controle os sintomas3 da doença psíquica. Na maioria dos casos, conseguem eliminar surtos de alucinações2 e ilusões, podendo, até mesmo, influenciar na acepção do seu estado doente.
Quais são os principais efeitos colaterais8 dos antipsicóticos?
De um modo geral, os neurolépticos6 são usados no controle das psicoses. Os neurolépticos6 atípicos podem melhorar a capacidade de concentração e de fala. Em algumas ocasiões eles, além de agirem antipsicoticamente, também mostram um efeito tranquilizante. Eles não interferem na lucidez ou no intelecto, mas podem, por vezes, sedar o paciente fortemente. Isso acontece principalmente com os neurolépticos6 mais antigos.
Deve-se evitar o uso de antipsicóticos quando há discrasias sanguíneas, estados comatosos, depressão acentuada do sistema nervoso central10, transtornos convulsivos ou quando o paciente apresenta doença cardiovascular grave.
Os efeitos colaterais8 mais comuns dos antipsicóticos são acatisia11, distonias12, discinesias e parkinsonismo, especialmente com os antipsicóticos de primeira geração. Outros efeitos colaterais8 são aumento dos níveis de prolactina13, desencadeamento de diabetes14, hipotensão15 ortostática, taquicardia16, sedação17, sonolência, tonturas18, ganho de peso e disfunções sexuais.
Veja também sobre "Esquizofrenia9" e "Psicoterapias".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.