Traqueomalácia - como é?
O que é traqueomalácia?
Traqueomalácia é uma anormalidade estrutural da cartilagem1 traqueal caracterizada por flacidez dessa cartilagem1 da traqueia2, o que pode levar a um colapso3 do órgão, especialmente quando é necessário um aumento do volume respiratório, como na tosse, choro ou alimentação.
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Quais são as causas da traqueomalácia?
Pensa-se que a imaturidade da cartilagem1 traqueobrônquica ou a degeneração4 de uma cartilagem1 previamente saudável sejam capazes de produzir a traqueomalácia. A degeneração4 da cartilagem1 pode ser ocasionada por processos inflamatórios, compressão extrínseca, anomalias vasculares5 ou neoplasias6.
Enfim, qualquer processo de doença que afete a integridade da parede traqueal é susceptível de causar a traqueomalácia, que pode resultar também de traqueostomia7 ou tubo endobrônquico prolongados, trauma torácico, traqueobronquite8 crônica e inflamação9 da traqueia2. Ele também pode ser secundário à ressecção pulmonar e malignidade traqueal.
Muitas vezes não é possível determinar uma causa e a traqueomalácia parece ser idiopática10. A traqueomalácia pode também se dever a anormalidades congênitas11.
Qual é o mecanismo fisiológico12 da traqueomalácia?
A traqueia2 é composta por 15 a 20 anéis cartilaginosos incompletos, os quais impedem que o órgão colapse. Ela começa na altura da cartilagem cricoide13 e termina na altura da quinta vértebra torácica14. A traqueomalácia é uma deficiência e/ou malformação15 da cartilagem1 de suporte, com uma diminuição da relação cartilagem1-músculo, o que permite o colapso3 das paredes e a obstrução das vias aéreas. A traqueomalácia geralmente afeta o terço distal16 da traqueia2.
Em virtude de sua flexibilidade intrínseca, a traqueia2 muda de calibre durante o ciclo respiratório: se dilata e se alonga durante a inspiração17 e se estreita e se encurta durante a expiração18. A acentuação deste processo pode causar o estreitamento excessivo do lúmen19 traqueal, em toda a sua extensão ou num segmento localizado. O defeito anatômico pode ser trivial, mas mesmo assim pode interferir na depuração das secreções brônquicas. O comprometimento funcional é proporcional à extensão do segmento envolvido e ao grau de estenose20.
Quais são as principais características clínicas da traqueomalácia?
A traqueomalácia mais comumente afeta o terço distal16 da traqueia2 e pode estar associada a várias anomalias congênitas11, incluindo defeitos cardiovasculares, atraso no desenvolvimento, refluxo gastroesofágico21 e fístula22 traqueoesofágica. Após algumas semanas de vida, os bebês23 apresentam um estridor expiratório que pode piorar em posição supina, durante o choro e em infecções24 respiratórias. Outros sintomas25 às vezes relatados são dificuldade de alimentação, rouquidão e afonia.
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Como o médico diagnostica a traqueomalácia?
A história médica é muito importante para estabelecer uma suspeita diagnóstica. O exame físico mostrará retrações inspiratórias dos espaços supraclaviculares e intercostais27 e a ausculta28 revela inspiração17 normal, mas ruídos expiratórios anormais.
Uma radiografia do tórax29 em posição lateral mostra imagens típicas e uma endoscopia30 sela o diagnóstico31. Atualmente pode ser usada também a tomografia computadorizada32.
Nas crianças com acometimento da porção torácica da traqueia2, ocorre aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax29. Não incomumente, os bebês23 podem demonstrar sinais33 de crescimento insuficiente.
Como o médico trata a traqueomalácia?
Com o crescimento da criança, existe uma tendência natural ao desaparecimento do problema. Até lá, devem ser observados cuidados respiratórios, por meio da umidificação do ar, fisioterapia34 torácica, dietoterapia cuidadosa e controle de infecções24 secundárias por meio do uso de antibióticos.
No geral, esta condição é benigna, havendo resolução espontânea do processo ao redor dos 18-24 meses de vida. Alguns estudiosos recomendam ainda lançar mão35 de assistência ventilatória com pressão positiva contínua nas vias aéreas. O tratamento cirúrgico só é recomendado se o tratamento conservador não for suficiente.
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As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.