Síndrome de Stevens-Johnson
O que é a síndrome de Stevens-Johnson1?
A síndrome de Stevens-Johnson1 é uma reação alérgica2 grave, rara e imprevisível, que causa lesões3 na pele4 e mucosas5 e que pode afetar olhos6, nariz7, uretra8, vagina9, tratos gastrointestinal e respiratório, inclusive ocasionando processos de necrose10. É um tipo de hipersensibilidade intensa mediada por complexos imunes.
Quais são as causas da síndrome de Stevens-Johnson1?
A síndrome de Stevens-Johnson1 surge devido a uma reação alérgica2 a algum medicamento, especialmente à penicilina ou outros antibióticos, a infecções11 virais e neoplasias12. Em grande parte dos casos, a etiologia13 específica não é facilmente identificável. Além dos antibióticos, as drogas mais frequentemente suspeitas de causarem o problema são as sulfamidas, os barbitúricos, os anticonvulsivantes, os analgésicos14, os anti-inflamatórios não-esteroides e alguns antivirais.
Quais são as características clínicas da síndrome de Stevens-Johnson1?
O início da síndrome de Stevens-Johnson1 geralmente é abrupto, podendo ocorrer febre15, mal-estar, dores musculares e articulares. Muitas vezes ela começa com sintomas16 semelhantes a uma gripe17, seguida por uma erupção18 cutânea19 avermelhada ou purpúrea, dolorosa, que se espalha rapidamente.
As lesões3 cutâneas20 são máculas21 eritematosas22 e bolhas sero-hemorrágicas23 extensas, envolvendo várias áreas do corpo, podendo, ainda, atingir a íris24. A reação é facilmente observada nas mucosas5 bucais e conjuntivas, além de úlceras25 genitais.
A patologia26 pode evoluir para um quadro de toxemia27 com alterações do sistema gastrointestinal, sistema nervoso28, rins29 e coração30 (arritmias31 e pericardite32) e ainda para uma forma mais grave, a Necrólise Epidérmica Tóxica33, na qual a camada superior da pele4 desprende-se facilmente. Em reações de causa medicamentosa, os sintomas16 podem surgir enquanto a pessoa está tomando o remédio ou até três dias (ou mesmo semanas) após o medicamento ter sido interrompido.
Como o médico diagnostica a síndrome de Stevens-Johnson1?
O diagnóstico34 pode ser feito através da caracterização das erupções cutâneas20, que surgem após a exposição ao estímulo. No início a condição pode ser confundida com sarampo35, eritema multiforme36 ou varicela37, mas com a evolução o diagnóstico34 diferencial pode ser feito pelo caráter típico da lesão38 cutânea19 e as inúmeras necroses.
A biópsia39 cutânea19 pode ser feita para confirmar o diagnóstico34 e excluir outras possíveis causas. Uma cultura cutânea19, oral ou de outras áreas pode ser tomada para confirmar ou excluir infecção40. Exames de imagens podem ser necessários para verificar e existência de outras patologias associadas como, por exemplo, pneumonia41. Exames de sangue42 são usados para confirmar se há infecção40 ou outras intercorrências possíveis.
Como o médico trata a síndrome de Stevens-Johnson1?
A síndrome de Stevens-Johnson1 é uma emergência43 médica que na maioria dos casos requer hospitalização, muitas vezes em uma unidade de terapia intensiva44 ou em uma unidade de queimados. O tratamento deve concentrar-se na eliminação da causa subjacente, no controle dos sintomas16 e na minimização das complicações à medida que a pele4 cresce.
Quando a síndrome de Stevens-Johnson1 for causada por uma medicação, a pessoa precisará evitar permanentemente essa droga já que a reação é independente da dose. Uma quantidade mínima já pode causar as lesões3 da síndrome45. Como pode ser difícil determinar qual medicamento está causando o problema, o médico pode recomendar que o paciente pare de tomar todos os medicamentos não essenciais.
Os cuidados de apoio que o paciente deve receber incluem substituição de fluidos e nutrição46, tratamento de feridas, cuidados com os olhos6, medicações para dor, antibióticos e outros. Medicamentos sistêmicos47 ou locais com objetivos específicos podem ser considerados.
Como evolui a síndrome de Stevens-Johnson1?
Se a causa subjacente puder ser eliminada, a reação da pele4 cessa e pele4 nova pode começar a crescer sobre a área afetada, embora a recuperação total possa demorar vários meses, dependendo da gravidade da condição. Apenas uma minoria (10%) dos casos são leves e de recuperação rápida. Entre 30 a 60%, os casos evoluem para a forma ainda mais grave de necrólise epidérmica tóxica33.
Quais são as complicações possíveis da síndrome de Stevens-Johnson1?
As cicatrizes48 decorrentes da necrose10 podem levar à perda de funções orgânicas. A destruição cutânea19 provoca a perda importante de líquidos e eletrólitos49 e torna estes pacientes vulneráveis a infecções11 que complicam ainda mais o quadro clínico. Além dessas, pode haver outras consequências, como cegueira, complicações renais, pulmonares, perfuração do globo ocular50, hemorragia51 gastrointestinal, hepatite52, nefrite53, entre outras.
A síndrome de Stevens-Johnson1 pode também levar a uma infecção40 generalizada no sangue42 (sepse54), ameaçando a vida do paciente. Ela pode causar também dano permanente na pele4, sob a forma de cicatrizes48 e colorações anormais, além de danos aos cabelos e às unhas55, que não conseguem crescer normalmente.
Veja sobre "Perigos da automedicação56", "Beber tomando remédios" e "Vias de administração de medicamentos".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.