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Pneumonia na infância: definição, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução

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O que é pneumonia1 na infância?

Pneumonia1 é uma inflamação2 nos pulmões3, geralmente causada por uma infecção4 por bactérias, vírus5 ou fungos. Esta doença pode ocorrer em qualquer idade, mas merece uma preocupação particular na infância e em pessoas com mais de 65 anos, em virtude das características específicas que assume em cada uma dessas faixas etárias. As pneumonias são mais incidentes6 em crianças, especialmente em bebês7, do que em qualquer outra idade. Pacientes com pneumonia1 são muitas vezes internados e as pneumonias representam 30% das hospitalizações de crianças.

Quais são as causas da pneumonia1 na infância?

Embora a causa da pneumonia1 seja principalmente infecciosa, ela também pode ser devida à irritação química decorrente da aspiração de líquido amniótico8 ou gástrico, da aspiração de corpo estranho ou de migração larvária ou parasitária. O mecanismo mais frequente implicado nas pneumonias bacterianas da infância é a aspiração de bactérias da orofaringe9 para os pulmões3. Os agentes infecciosos podem ser vários, cada um mais ou menos próprios de uma idade específica, cabendo ao médico fazer a primeira suposição. A pneumonia1 ocorre quando as defesas orgânicas falham ou a carga de agentes infecciosos é tão intensa que as suplanta.

Quais são os principais sinais10 e sintomas11 da pneumonia1 na infância?

Os sintomas11 mais frequentes da pneumonia1 são febre12, tosse, taquipneia13 (respiração rápida), sudorese14, calafrios15, perda de apetite e vômitos16. Em crianças muito pequenas nem todos os sintomas11 são detectáveis devido à dificuldade que elas têm de expressarem sintomas11 como dores e náuseas17, por exemplo. Os dados que levam a suspeita diagnóstica têm que ser percebidos e interpretados pelos familiares e/ou pelo pediatra.

Como o médico diagnostica a pneumonia1 na infância?

A primeira suposição diagnóstica é feita pela observação dos sinais10 e pelas queixas, se a criança já consegue se expressar. Se a criança é muito pequena ou ainda um bebê deve ser constantemente observada para detecção de sinais10 e sintomas11, como febre12, tosse, taquipneia13, etc. Em seguida, uma radiografia do tórax18 ajuda a confirmar ou excluir o diagnóstico19 e a determinar sua extensão e localização e, indiretamente, a avaliar a gravidade ou a ocorrência de complicações, se houver. Quando necessários são também realizados exames tais como hemograma, glicose20, ureia21, creatinina22, eletrólitos23, proteínas24 totais, pH, gasometria arterial, entre outros. Exames das secreções podem ser realizados para identificar o agente infeccioso. Isso pode também ser feito pela hemocultura, aspirado traqueal, exames sorológicos e pesquisa de antígenos25 urinários.

Como o médico trata a pneumonia1 na infância?

O tratamento da pneumonia1 na infância varia de acordo com sua severidade e o tipo de agente que está causando a doença. Muitas pneumonias na infância podem ser tratadas em casa, mas algumas precisam de hospitalização de três ou quatro dias, pelo menos. Após esse período, na maioria das vezes, o tratamento pode ser completado em casa. Os antibióticos, se for o caso, devem ser escolhidos pelo médico de acordo com a ideia dos agentes etiológicos mais incidentes6 em cada faixa etária. Eles são capazes de tratar a maioria das formas de pneumonias bacterianas, mas a resistência das bactérias aos antimicrobianos tem aumentado principalmente pelo uso incorreto de medicamentos. Depois de apurada em laboratório a natureza do agente infeccioso e a sua sensibilidade aos diferentes antimicrobianos, o que demora alguns dias, o antibiótico inicial pode ser trocado.

Além da antibioticoterapia, deve-se:

  • Evitar alimentar excessivamente a criança com desconforto respiratório pela possibilidade de vômitos16 e aspiração.
  • Manter a permeabilidade26 das vias aéreas através da aspiração frequente de secreções e desobstrução nasal.
  • Promover a hidratação.
  • Ministrar oxigênio, se necessário.
  • Fazer fisioterapia27 respiratória, quando indicada.

Na criança, os cuidados com a hidratação assumem especial importância porque elas se desidratam com mais facilidade que os adultos.

Como evolui a pneumonia1 na infância?

A quase totalidade das pneumonias cura-se sem deixar sequelas28. No entanto, há pneumonias graves e inclusive fatais.

Quais são as complicações possíveis da pneumonia1 na infância?

Algumas raras pneumonias podem ser complicadas por septicemia29 (infecção4 generalizada), derrame30 pleural, abscesso31 pulmonar ou dificuldade respiratória aguda, exigindo cuidados especiais.

ABCMED, 2014. Pneumonia na infância: definição, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/saude-da-crianca/548642/pneumonia-na-infancia-definicao-causas-sintomas-diagnostico-tratamento-evolucao.htm>. Acesso em: 19 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Pneumonia: Inflamação do parênquima pulmonar. Sua causa mais freqüente é a infecção bacteriana, apesar de que pode ser produzida por outros microorganismos. Manifesta-se por febre, tosse, expectoração e dor torácica. Em pacientes idosos ou imunodeprimidos pode ser uma doença fatal.
2 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
3 Pulmões: Órgãos do sistema respiratório situados na cavidade torácica e responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. São em número de dois, possuem forma piramidal, têm consistência esponjosa e medem cerca de 25 cm de comprimento. Os pulmões humanos são divididos em segmentos denominados lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos e o direito possui três. Os pulmões são compostos de brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares. Nos alvéolos se dão as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o meio ambiente e o corpo, com a entrada de oxigênio na hemoglobina do sangue (formando a oxiemoglobina) e saída do gás carbônico ou dióxido de carbono (que vem da célula como carboemoglobina) dos capilares para o alvéolo.
4 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
5 Vírus: Pequeno microorganismo capaz de infectar uma célula de um organismo superior e replicar-se utilizando os elementos celulares do hospedeiro. São capazes de causar múltiplas doenças, desde um resfriado comum até a AIDS.
6 Incidentes: 1. Que incide, que sobrevém ou que tem caráter secundário; incidental. 2. Acontecimento imprevisível que modifica o desenrolar normal de uma ação. 3. Dificuldade passageira que não modifica o desenrolar de uma operação, de uma linha de conduta.
7 Bebês: Lactentes. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
8 Líquido amniótico: Fluido viscoso, incolor ou levemente esbranquiçado, que preenche a bolsa amniótica e envolve o embrião durante toda a gestação, protegendo-o contra infecções e choques mecânicos e térmicos.
9 Orofaringe: Parte mediana da faringe, entre a boca e a rinofaringe.
10 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
11 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
12 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
13 Taquipneia: Aceleração do ritmo respiratório.
14 Sudorese: Suor excessivo
15 Calafrios: 1. Conjunto de pequenas contrações da pele e dos músculos cutâneos ao longo do corpo, muitas vezes com tremores fortes e palidez, que acompanham uma sensação de frio provocada por baixa temperatura, má condição orgânica ou ainda por medo, horror, nojo, etc. 2. Sensação de frio e tremores fortes, às vezes com bater de dentes, que precedem ou acompanham acessos de febre.
16 Vômitos: São a expulsão ativa do conteúdo gástrico pela boca. Podem ser classificados em: alimentar, fecalóide, biliar, em jato, pós-prandial. Sinônimo de êmese. Os medicamentos que agem neste sintoma são chamados de antieméticos.
17 Náuseas: Vontade de vomitar. Forma parte do mecanismo complexo do vômito e pode ser acompanhada de sudorese, sialorréia (salivação excessiva), vertigem, etc .
18 Tórax: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original Sinônimos: Peito; Caixa Torácica
19 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
20 Glicose: Uma das formas mais simples de açúcar.
21 Ureia: 1. Resíduo tóxico produzido pelo organismo, resulta da quebra de proteínas pelo fígado. É normalmente removida do organismo pelos rins e excretada na urina. 2. Substância azotada. Composto orgânico cristalino, incolor, de fórmula CO(NH2)2 (ou CH4N2O), com um ponto de fusão de 132,7 °C.
22 Creatinina: Produto residual das proteínas da dieta e dos músculos do corpo. É excretada do organismo pelos rins. Uma vez que as doenças renais progridem, o nível de creatinina aumenta no sangue.
23 Eletrólitos: Em eletricidade, é um condutor elétrico de natureza líquida ou sólida, no qual cargas são transportadas por meio de íons. Em química, é uma substância que dissolvida em água se torna condutora de corrente elétrica.
24 Proteínas: Um dos três principais nutrientes dos alimentos. Alimentos que fornecem proteína incluem carne vermelha, frango, peixe, queijos, leite, derivados do leite, ovos.
25 Antígenos: 1. Partículas ou moléculas capazes de deflagrar a produção de anticorpo específico. 2. Substâncias que, introduzidas no organismo, provocam a formação de anticorpo.
26 Permeabilidade: Qualidade dos corpos que deixam passar através de seus poros outros corpos (fluidos, líquidos, gases, etc.).
27 Fisioterapia: Especialidade paramédica que emprega agentes físicos (água doce ou salgada, sol, calor, eletricidade, etc.), massagens e exercícios no tratamento de doenças.
28 Sequelas: 1. Na medicina, é a anomalia consequente a uma moléstia, da qual deriva direta ou indiretamente. 2. Ato ou efeito de seguir. 3. Grupo de pessoas que seguem o interesse de alguém; bando. 4. Efeito de uma causa; consequência, resultado. 5. Ato ou efeito de dar seguimento a algo que foi iniciado; sequência, continuação. 6. Sequência ou cadeia de fatos, coisas, objetos; série, sucessão. 7. Possibilidade de acompanhar a coisa onerada nas mãos de qualquer detentor e exercer sobre ela as prerrogativas de seu direito.
29 Septicemia: Septicemia ou sepse é uma infecção generalizada grave que ocorre devido à presença de micro-organismos patogênicos e suas toxinas na corrente sanguínea. Geralmente ela ocorre a partir de outra infecção já existente.
30 Derrame: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
31 Abscesso: Acumulação de pus em uma cavidade formada acidentalmente nos tecidos orgânicos, ou mesmo em órgão cavitário, em consequência de inflamação seguida de infecção.
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