Meu queixo caiu! O que é a luxação da mandíbula?
O que é a luxação1 da mandíbula2?
A articulação temporomandibular3 (ATM) é a articulação4 que liga a mandíbula2 à fossa mandibular do osso temporal do crânio5, através do côndilo6. Luxação1 da mandíbula2 é o deslocamento dos ossos da ATM em relação ao seu ponto de articulação4 normal. Popularmente costuma-se falar que a articulação4 “saiu do lugar” ou que “o queixo caiu”.
Fala-se em subluxação quando ocorre uma movimentação exagerada do disco intra-articular, causando dor e estalido7 nos movimentos de abertura, fechamento e movimentos laterais de boca8. Nesses casos, o côndilo6 luxado consegue retornar espontaneamente a seu lugar, sem esforço externo.
Quais são as causas da luxação1 da mandíbula2?
A luxação1 da ATM decorre do estiramento dos ligamentos9 que unem a articulação4 e apresenta causas multifatoriais. Ela pode ser episódica ou recorrente, espontânea ou traumática e se dever, por exemplo, à abertura excessiva da boca8 durante uma entubação orofaríngea10. É mais frequente em pacientes que apresentam frouxidão dos ligamentos9 e da cápsula articular11. Os traumas também podem ser uma causa importante de luxação1 da ATM.
Assim, vários fatores têm sido sugeridos como causas das luxações recorrentes: condições anatômicas, hábitos parafuncionais, frouxidão dos ligamentos9 e hipermobilidade articular generalizada. Existem ainda fatores predisponentes raros ou episódicos, como distúrbios oclusais, alterações decorrentes de patologias sistêmicas ou reações induzidas por medicamentos, como neurolépticos12 ou antieméticos13.
Qual é a fisiopatologia14 da luxação1 da mandíbula2?
A luxação1 da ATM consiste na perda parcial ou total de contato das superfícies articulares da mandíbula2 e do osso temporal devido a um exagero do movimento condilar, em que o côndilo6 desloca-se para fora da fossa mandibular e não é capaz de retornar espontaneamente. Essa posição anômala é então mantida pelo espasmo15 dos músculos16 da mastigação. Esses deslocamentos podem ser uni ou bilaterais, sendo que estes últimos são mais comuns, e o côndilo6 pode deslocar-se para frente, para trás, para o lado ou para cima.
Quais são as principais características clínicas da luxação1 da mandíbula2?
Nos casos de luxação1, a mandíbula2 desliza para frente, saindo completamente de seu local usual, causando dor e incapacidade de fechar a boca8. As luxações mandibulares afetam, a um só tempo, a mastigação, a fala e a deglutição17. O paciente diz que a mandíbula2 “salta” sempre que abre amplamente a boca8, alguns pacientes relatam que isso se faz acompanhar de um estalido7 característico.
Na luxação1 unilateral, o paciente apresenta-se com o mento desviado para o lado contrário à luxação1 e um desvio da mandíbula2 em relação à linha média da face18. A bochecha19 apresenta-se achatada do lado afetado e côncava no lado oposto.
Como o médico e o dentista diagnosticam a luxação1 da mandíbula2?
O diagnóstico20 da luxação1 da mandíbula2 pode ser firmemente estabelecido pela história clínica do paciente, pela observação e exame físico locais e pode ser confirmado radiograficamente. Nos casos que tenha havido um trauma extrínseco, uma radiografia ou uma tomografia computadorizada21 deve ser realizada para verificar se houve ou não fraturas nos ossos da face22.
Como o médico e o dentista tratam a luxação1 da mandíbula2?
As luxações da ATM devem ser reduzidas o mais prontamente possível, geralmente por manobras manuais executadas pela própria pessoa ou por um especialista, se estas forem mais complexas. As opções de tratamento vão desde medidas conservadoras até procedimentos cirúrgicos invasivos. Quase sempre os métodos conservadores destinam-se apenas ao alívio temporário dos sintomas23 e os tratamentos cirúrgicos se constituem num tratamento mais efetivo e definitivo e devem ser realizados quando o deslocamento é de longa duração ou recorrente. O tratamento conservador consiste na utilização de aparelhos limitadores do movimento, uso de relaxantes musculares, injeções esclerosantes e, ainda, outros tratamentos menos usuais. A cirurgia só é indicada quando os métodos conservadores não forem suficientes para resolver o problema.
A luxação1 da mandíbula2 tende a ser recorrente e, se for frequente, uma cirurgia pode ser necessária para reposicionar ou encurtar os ligamentos9 e para ajustar a articulação4.
Como evolui a luxação1 da mandíbula2?
O paciente com luxação1 recidivante24 da ATM entra num círculo vicioso, uma vez que, sempre que ocorre a luxação1, há mais rotura e estiramento do ligamento25 capsular, o que resulta em mais lesões26 e agrava ainda mais a recorrência27.
Como prevenir a luxação1 da mandíbula2?
A maneira de prevenir a luxação1 da mandíbula2 consiste em evitar abrir a boca8 exageradamente. Assim, a pessoa predisposta deve conter os bocejos e evitar comer sanduíches grandes ou outros alimentos que exijam uma grande abertura da boca8.
Leia textos complementares em "O que são luxações?" e "Disfunção da articulação temporomandibular3 ou disfunção da ATM".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.