Hipertensão da gravidez: definição, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução e prevenção
O que é a hipertensão1 da gravidez2?
A pressão arterial3 pode ser alta na gravidez2 ou porque ela já era alta anteriormente e continuará a sê-lo depois de engravidar, ou como fato que ocorre especificamente durante esse período e desaparecerá com o fim dele. Aqui trataremos apenas desse último caso e a chamaremos de “hipertensão da gravidez”, para diferenciá-la da “hipertensão na gravidez”.
A hipertensão1 da gravidez2 é a elevação da pressão arterial3 que acontece durante a gestação em mulheres que nunca haviam antes demonstrado o problema e que, se não tratada, pode ter consequências nefastas tanto para a mãe como para o feto4. A hipertensão1 durante a gestação ocorre em 5 a 8% das mulheres brasileiras grávidas, sendo a principal causa de morte materna durante a gestação, especialmente nas regiões Norte e Nordeste do país. Esse distúrbio se apresenta sob duas formas: pré-eclâmpsia5, que é o aumento da pressão arterial3 acompanhada da eliminação de proteína pela urina6 e que pode evoluir para um quadro mais grave, e eclâmpsia7, que é a evolução da pré-eclâmpsia5, apresentando além da pressão elevada, várias complicações e acessos repetidos de convulsões, as quais podem terminar em coma8 e, eventualmente, em morte. As mulheres que já eram hipertensas antes da gestação e que continuarão a sê-lo depois, não se enquadram no mesmo grupo diagnóstico9 daquelas que só apresentam a hipertensão1 especificamente durante a gravidez2. As mulheres hipertensas, ao engravidarem, demandam cuidados especiais, alguns deles semelhantes aos que se deve ter com a pré-eclâmpsia5 ou a eclâmpsia7, mas sua hipertensão1 em geral não assume as proporções e os riscos potenciais da pré-eclâmpsia5 e da eclâmpsia7. Por outro lado, as mulheres que sofreram pressão alta ou hiperglicemia10 durante a gravidez2 têm uma maior tendência a apresentarem esses problemas posteriormente.
Quais são as causas da hipertensão1 da gravidez2?
Ainda não se conhece detalhadamente o mecanismo da hipertensão1 da gravidez2, contudo há um consenso de que ela e suas complicações resultam, entre outras causas, da má adaptação do organismo materno à sua condição de gestante. A alimentação desequilibrada, o excesso de sal e o sedentarismo11 são motivos que contribuem para o surgimento do problema. O começo dele, contudo, parece estar na formação anormal da placenta.
Quais são os principais sinais12 e sintomas13 da hipertensão1 da gravidez2?
A pré-eclâmpsia5 ou a eclâmpsia7 são mais frequentes em mulheres que engravidam tardiamente, mais estressadas e que ingerem muito café. Também têm maior incidência14 na primeira gravidez2 e nas gestações múltiplas. A hipertensão1 da gravidez2, além da pressão sanguínea muito alta, também apresenta dores de cabeça15 e dores abdominais, escotomas16 visuais e inchaço17 em todo o corpo. As convulsões da eclâmpsia7 podem aparecer antes, durante ou após o parto, sendo mais comuns a partir do último trimestre da gravidez2, embora possam acontecer muito antes. Geralmente são precedidas por hipertensão arterial18, aumento da albuminúria19, cefaleia20, edemas21, oligúria22 (diminuição da quantidade de urina6), vertigens23, zumbidos, fadiga24, sonolência e vômitos25. Na eclâmpsia7 podem ocorrer, em razão do aumento considerável da pressão arterial3, hemorragias26 cerebrais, dores de cabeça15, convulsões, coma8 e mesmo morte.
Como o médico diagnostica a hipertensão1 da gravidez2?
O diagnóstico9 pode ser feito a partir dos sintomas13 e pela medida dos níveis tensionais, bem como pela comparação deles com os níveis tensionais anteriores. Exames de sangue27 e urina6 podem ajudar a complementar o diagnóstico9. Diz-se que há hipertensão1 da gravidez2 quando os níveis tensionais são maiores que 140 x 90 mmHg, embora na eclâmpsia7 e pré-eclâmpsia5 em geral ela seja mais elevada. Devem também ser pedidos exames laboratoriais que avaliem o funcionamento dos órgãos que costumam ser comprometidos com a hipertensão1, incluindo a solicitação de urocultura, proteinúria28 de 24 horas, hemograma, eletrólitos29 e tolerância à glicose30. Um eletrocardiograma31 pode ser útil para avaliação do coração32. Outros exames bioquímicos ou de imagens podem ser necessários para se afastar outras causas de hipertensão1 secundária.
Como o médico trata a hipertensão1 da gravidez2?
A hipertensão1 da gravidez2 pode ser tratada sem o uso de medicação, desde que seja possível controlar a alimentação e o ganho de peso, o que nem sempre acontece. A dieta deve ser rica em ácido fólico e pobre em sal. Se isso não for suficiente para conter a elevação da pressão, a medicação anti-hipertensiva se faz necessária. Outras medicações sintomáticas e repouso também podem ser utilizados. Se o quadro de hipertensão1 não consegue mais ser controlado, o parto precisa ser acelerado, para evitar o risco de morte para a mãe e para o bebê.
Como evolui a hipertensão1 da gravidez2?
Em geral, a pré-eclâmpsia5 não chega a comprometer o bebê, mas se não for tratada pode chegar à eclâmpsia7, em que o risco para a criança é alto.
Como prevenir a hipertensão1 da gravidez2?
Pode-se tentar prevenir a eclâmpsia7 por meio de uma assistência pré-natal adequada que recomende muita ingestão de água e abstinência ou redução drástica da ingestão de sal.
Nos casos mais graves, podem ser adotadas medidas preventivas, como suporte cardiorrespiratório, emprego de anticonvulsivantes, tratamentos anti-hipertensivos e antecipação do parto.
Quais são as complicações possíveis da hipertensão1 da gravidez2?
As complicações mais frequentes e graves da eclâmpsia7 para a mãe são insuficiência renal33 aguda, acidente vascular cerebral34 (AVC) e morte. Para o feto4 são a prematuridade, a restrição ao seu crescimento, lesão35 neurológica e morte perinatal.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.