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Vacina contra febre amarela: tire suas dúvidas

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O que é a vacina1 contra a febre amarela2?

A vacina1 contra febre amarela2 é uma vacina1 que protege contra a infecção3 viral denominada febre amarela2. A doença tem esse nome porque, entre outros sintomas4 graves que acarreta, ocasiona uma icterícia5 que deixa a pele6 e as mucosas7 com uma cor amarelada. Segundo os pesquisadores, a vacina1 começa a desenvolver imunidade8 a partir de dez dias após ser tomada e 99% das pessoas estarão completamente protegidas para o resto da vida dentro de um mês após a vacinação. A vacina1 vem sendo usada para controle do atual surto da doença no Brasil.

Qual é o mecanismo fisiológico9 da vacina1 contra a febre amarela2?

Os vírus10 atenuados que compõem a vacina1 dão origem a anticorpos11 que combatem os vírus10 ativos eventualmente inoculados pelo mosquito. Os mosquitos transmissores da febre amarela2 silvestre são o Haemagogus e o Sabethes. O Aedes Aegypti pode transmitir a febre amarela2 urbana, mas não há casos registrados no Brasil. A vacina1, feita a partir do vírus10 atenuado e apresentada em frascos liofilizados, surgiu em 1938. Alguns países exigem certificado de vacinação contra a febre amarela2 como condição para a entrada de estrangeiros.

Mosquito Febre Amarela

Qual é a validade da vacina1 contra a febre amarela2?

Segundo a Organização Mundial de Saúde12 (OMS), a vacina1 com dose completa (0,5 ml) protege por toda a vida, enquanto a vacina1 com a dose fracionada (0,1 ml) valerá por oito anos, pelo menos. A dose fracionada tem sido adotada mediante a vigência de surtos da doença em que é preciso vacinar um grande contingente da população. A Secretaria de Saúde12 do Estado de São Paulo decidiu adotar a versão fracionada, coisa que também deve vir a ser utilizada nos estados do Rio de Janeiro e Bahia. Essa prática já foi utilizada com sucesso em Angola e outros países africanos. No entanto, as pessoas que vão viajar para países que exigem certificado de vacinação devem tomar a dose integral.

Quem deve tomar a vacina1 contra a febre amarela2?

Como a febre amarela2 é basicamente uma doença transmitida por mosquitos que vivem nas florestas, a partir de animais silvestres (principalmente primatas), as pessoas que vivem nas proximidades de matas ou que participam de atividades que a obrigam a embrenhar-se nas matas, devem ser os alvos preferenciais da vacinação. Em todas as regiões onde a doença é comum, recomenda-se que as pessoas sejam vacinadas entre nove meses e 59 anos de idade. Casos especiais devem ser decididos pelo médico:

  1. Pessoas com mais de 60 anos e que nunca tenham recebido uma dose da vacina1 devem consultar um médico sobre a conveniência ou não de tomarem a vacina1.
  2. Gestantes que não tenham sido vacinadas também devem consultar o médico se devem ou não tomar a vacina1. Embora, como princípio geral, as mulheres grávidas devam se abster o quanto possível de qualquer medicação, a vacina1 pode ser recomendada para aquelas mulheres potencialmente expostas à doença, tendo em vista a gravidade dela.
  3. Mulheres que estejam amamentando devem tomar a vacina1 se vão se deslocar para áreas onde haja transmissão ativa da doença e a amamentação13 deve ser suspensa por 10 dias, pelo menos, após receberem a vacina1.
  4. Viajantes que frequentemente mudam de região ou que pretendam viajar para áreas de risco e que não tenham sido vacinados devem se vacinar 10 dias antes de viajar.
  5. Se a pessoa tiver dúvidas se já foi ou não vacinada, deve procurar um médico para avaliar se há ou não necessidade de se vacinar novamente.

Quem não deve tomar a vacina1 contra a febre amarela2?

A vacina1 contra a febre amarela2 não deve ser dada às pessoas com baixa imunidade8, como aquelas submetidas à quimioterapia14 ou radioterapia15, por exemplo. Também não deve ser aplicada em pessoas que estejam tomando medicações imunossupressoras. Bebês16 com menos de 9 meses de idade, que possuem o sistema imunológico17 ainda imaturo, não devem ser vacinados. Tampouco devem receber a vacina1 os portadores de doenças que reduzam a imunidade8 e as pessoas que tenham alergia18 ao ovo19. Nesses casos, a proteção deve ser feita com repelentes de mosquitos, telas em janelas e portas, uso de mosquiteiros e roupas compridas e evitando visitar locais de risco.

Como evitar a febre amarela2?

A vacina1 é a forma mais eficaz de prevenir a febre amarela2. É a vacinação frequente que impede que a doença se espalhe mesmo em áreas endêmicas. Outras formas de prevenir a doença consistem em evitar regiões onde ela é endêmica, usar repelentes de mosquitos, telas em portas e janelas e roupas compridas que cubram todo o corpo.

Quais são as complicações possíveis da vacina1 contra a febre amarela2?

De um modo geral, a vacina1 é segura. Cerca de 2 a 5% dos vacinados podem apresentar dor de cabeça20, mialgias21 e febre22, entre o quinto e décimo dias após a vacinação. Embora seja raro, podem ocorrer reações mais graves e inclusive morte em consequência da vacina1, sobretudo em idosos.

Veja também "Dengue23: como combater?", "Os animais que mais matam no mundo", "Zika vírus10" e "Chikungunya".
ABCMED, 2018. Vacina contra febre amarela: tire suas dúvidas. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/exames-e-procedimentos/1312008/vacina-contra-febre-amarela-tire-suas-duvidas.htm>. Acesso em: 19 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Vacina: Tratamento à base de bactérias, vírus vivos atenuados ou seus produtos celulares, que têm o objetivo de produzir uma imunização ativa no organismo para uma determinada infecção.
2 Febre Amarela: Doença infecciosa aguda, de curta duração (no máximo 10 dias), gravidade variável, causada pelo vírus da febre amarela, que ocorre na América do Sul e na África. Os sintomas são: febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos) e hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina). A única forma de prevenção é a vacinação contra a doença.
3 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
4 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
5 Icterícia: Coloração amarelada da pele e mucosas devido a uma acumulação de bilirrubina no organismo. Existem dois tipos de icterícia que têm etiologias e sintomas distintos: icterícia por acumulação de bilirrubina conjugada ou direta e icterícia por acumulação de bilirrubina não conjugada ou indireta.
6 Pele: Camada externa do corpo, que o protege do meio ambiente. Composta por DERME e EPIDERME.
7 Mucosas: Tipo de membranas, umidificadas por secreções glandulares, que recobrem cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
8 Imunidade: Capacidade que um indivíduo tem de defender-se perante uma agressão bacteriana, viral ou perante qualquer tecido anormal (tumores, enxertos, etc.).
9 Fisiológico: Relativo à fisiologia. A fisiologia é estudo das funções e do funcionamento normal dos seres vivos, especialmente dos processos físico-químicos que ocorrem nas células, tecidos, órgãos e sistemas dos seres vivos sadios.
10 Vírus: Pequeno microorganismo capaz de infectar uma célula de um organismo superior e replicar-se utilizando os elementos celulares do hospedeiro. São capazes de causar múltiplas doenças, desde um resfriado comum até a AIDS.
11 Anticorpos: Proteínas produzidas pelo organismo para se proteger de substâncias estranhas como bactérias ou vírus. As pessoas que têm diabetes tipo 1 produzem anticorpos que destroem as células beta produtoras de insulina do próprio organismo.
12 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
13 Amamentação: Ato da nutriz dar o peito e o lactente mamá-lo diretamente. É um fenômeno psico-sócio-cultural. Dar de mamar a; criar ao peito; aleitar; lactar... A amamentação é uma forma de aleitamento, mas há outras formas.
14 Quimioterapia: Método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
15 Radioterapia: Método que utiliza diversos tipos de radiação ionizante para tratamento de doenças oncológicas.
16 Bebês: Lactentes. Inclui o período neonatal e se estende até 1 ano de idade (12 meses).
17 Sistema imunológico: Sistema de defesa do organismo contra infecções e outros ataques de micro-organismos que enfraquecem o nosso corpo.
18 Alergia: Reação inflamatória anormal, perante substâncias (alérgenos) que habitualmente não deveriam produzi-la. Entre estas substâncias encontram-se poeiras ambientais, medicamentos, alimentos etc.
19 Ovo: 1. Célula germinativa feminina (haploide e madura) expelida pelo OVÁRIO durante a OVULAÇÃO. 2. Em alguns animais, como aves, répteis e peixes, é a estrutura expelida do corpo da mãe, que consiste no óvulo fecundado, com as reservas alimentares e os envoltórios protetores.
20 Cabeça:
21 Mialgias: Dor que se origina nos músculos. Pode acompanhar outros sintomas como queda no estado geral, febre e dor de cabeça nas doenças infecciosas. Também pode estar associada a diferentes doenças imunológicas.
22 Febre: É a elevação da temperatura do corpo acima dos valores normais para o indivíduo. São aceitos como valores de referência indicativos de febre: temperatura axilar ou oral acima de 37,5°C e temperatura retal acima de 38°C. A febre é uma reação do corpo contra patógenos.
23 Dengue: Infecção viral aguda transmitida para o ser humano através da picada do mosquito Aedes aegypti, freqüente em regiões de clima quente. Caracteriza-se por apresentar febre, cefaléia, dores musculares e articulares e uma erupção cutânea característica. Existe uma variedade de dengue que é potencialmente fatal, chamada dengue hemorrágica.
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