Artrodese da coluna
O que é artrodese da coluna?
A artrodese consiste na fusão óssea de qualquer articulação1 do corpo, causando a sua imobilidade. A artrodese da coluna é um procedimento cirúrgico realizado para recuperar a estabilidade de uma coluna vertebral2 tornada instável. Ela consiste em fundir os ossos que participam de uma articulação1 da coluna vertebral2, causando a imobilidade de um ou alguns (2 a 3) de seus segmentos.
Esta cirurgia pode ser realizada em qualquer dos segmentos da coluna (cervical, torácico ou lombar) e ser realizada tanto pela frente como por trás, dependendo do caso.
A estabilidade vertebral depende dos sistemas articular, neural e muscular e depende da integridade e funcionalidade adequada das vértebras, ligamentos3, discos intervertebrais, músculos4, tendões5, articulações6 e nervos. Sempre que houver uma alteração em qualquer uma destas estruturas, verificar-se-á uma instabilidade vertebral.
A artrodese vem sendo o tratamento padrão crescentemente usado para o tratamento de doenças da coluna desde 1911. A artroplastia (prótese7 de disco) e a estabilização dinâmica, cirurgias que preservam o movimento, são procedimentos relativamente novos, vistos como técnicas alternativas.
Saiba mais sobre "Dor na coluna" e "Artrodese".
Quais são as indicações para a realização da artrodese da coluna?
A artrodese da coluna está indicada para pacientes8 com dor ou sintomas9 neurológicos, que não melhoram com o tratamento conservador, nas seguintes condições: espondilolistese (deslizamento de uma vértebra sobre as outras); instabilidade da coluna lombar; escoliose10 do adulto; artrose11 ou degeneração12 facetária; história de cirurgia prévia em coluna lombar; estenose13 de canal vertebral14 e fratura15 vertebral de várias origens.
Essa cirurgia também pode ser benéfica em casos de hérnia de disco16 em que haja instabilidade da coluna.
Leia mais sobre "Estenose13 do canal vertebral14", "Espondilolistese" e "Instabilidade da coluna".
Como é feito o procedimento da artrodese da coluna?
A coluna é acessada a partir de sua face17 posterior. É feita com uma incisão18, com exposição de dois ou três corpos vertebrais para o acesso aos discos afetados. A artrodese pode necessitar de instrumental especial como parafusos, barras, placas19, pinos, substituto artificial do disco, etc. As vértebras são fixadas por meio de enxertos ósseos que podem ser obtidos do próprio paciente ou ser artificiais, industrializados.
Hoje, há basicamente duas técnicas para realizar-se a artrodese: a técnica tradicional, aberta, e uma técnica que permite que ela seja feita de forma minimamente invasiva, com pequenas incisões20 da pele21 e com mínima agressão aos tecidos adjacentes.
Na técnica convencional, após o descolamento muscular, é feita uma abertura na porção óssea da coluna lombar para a remoção dos discos afetados e implante22 dos enxertos de osso no espaço discal. São usados parafusos de titânio dentro das vértebras para promover a fixação e estabilização dos enxertos ósseos. Após o procedimento, deve permanecer um dreno por um ou dois dias. O sangramento pode ser grande e a dor pós-operatória tem de ser controlada com o uso de analgésicos23 convencionais.
A grande diferença com a técnica minimamente invasiva é que os implantes são colocados através de sistemas especiais de acesso cirúrgico minimamente invasivo (pequenos cortes, com 2 a 5 centímetros). Além disso, evita-se o descolamento muscular, permitindo que se chegue à coluna por caminhos naturais, existentes entre os músculos4. A deambulação24 é imediata e os sintomas9 neurológicos melhoram no mesmo dia da cirurgia.
Em suma, as técnicas atuais de artrodese guardam pouquíssima semelhança com as primeiras cirurgias. Hoje em dia, a fixação da coluna é feita com hastes e parafusos especiais, geralmente feitos de titânio, que é um material inteiramente compatível com o corpo, não provocando rejeição. Além disso, a maioria das cirurgias é realizada por técnicas minimamente invasivas, que causam pouca agressão cirúrgica ao paciente.
Como evolui a artrodese da coluna?
Os segmentos fixados não ocasionam prejuízos significativos para a movimentação global da coluna.
Veja também sobre "Artrose11 da coluna vertebral2" e "Desvios da coluna vertebral2".
Referências:
As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites do Australian Government – Department of Veterans’ Affairs, Mayo Clinic e da American Academy of Orthopaedic Surgeons – Orthoinfo.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.