Transplante capilar
O que é transplante capilar1?
Transplante capilar1 é a transposição de folículos pilosos de uma área corporal em que eles são abundantes para outra área onde são escassos ou inexistentes. Na técnica do transplante capilar1, os fios a serem transplantados são retirados de uma área “doadora” para serem implantados em outra área “receptora” do mesmo indivíduo.
O transplante é usado principalmente para tratar a calvície2 masculina, mas pode ser empregado também para restaurar cílios3, sobrancelhas4, cabelos de barba, pelos no peito5, pelos púbicos e preencher cicatrizes6 causadas por acidentes ou cirurgias. Neste procedimento, os enxertos contendo folículos pilosos sadios são transplantados para as regiões calvas ou deficientes de pelos.
Leia sobre "Calvície2 feminina", "Calvície2 masculina" e "Queda de cabelo7".
Como se realiza o transplante capilar1?
Em uma consulta inicial, o cirurgião deve analisar o couro cabeludo do paciente, discutir com ele suas preferências e expectativas e aconselhá-lo sobre a melhor abordagem e quais resultados podem ser esperados. Alguns pacientes podem se beneficiar com aplicação dos medicamentos minoxidil tópico8 pré-operatório e vitaminas. Nos dias antecedentes à cirurgia, o paciente deve se abster de usar qualquer medicamento que possa resultar em sangramento. Assim também, deve evitar álcool e tabaco, que podem contribuir para enxerto9 de qualidade pobre. Os antibióticos pós-operatórios são comumente prescritos para prevenir infecções10.
As operações de transplante são realizadas em regime ambulatorial, com sedação11 leve e anestesia12 local. O couro cabeludo dever ser bem lavado e, em seguida, tratado com um agente antibacteriano antes de o couro cabeludo “doador” ser colhido. Existem várias técnicas diferentes para a colheita de folículos pilosos, cada uma com suas vantagens e desvantagens. Como os folículos de cabelo7 crescem em um ligeiro ângulo em relação à superfície da pele13, o tecido14 transplantado deve ser removido obedecendo a um ângulo correspondente.
Há duas maneiras principais pelas quais os enxertos podem ser extraídos: (1) colheita por excisão de tira de pele13 e (2) extração de unidade folicular.
A primeira, é a técnica mais comum. O cirurgião colhe uma tira de pele13 do couro cabeludo, de 1-1,5 x 15-30 cm de comprimento, numa área de bom crescimento capilar1, a qual deve conter os folículos pilosos do local doador a serem carregados para o local receptor. Cada incisão15 é então planejada de modo que os folículos intactos do cabelo7 possam ser removidos. O cirurgião utiliza agulhas finas para perfurar os locais que irão receber os enxertos, inserindo-os nos locais. O período de recuperação é de cerca de 2 semanas.
No método da extração de unidade folicular, as unidades foliculares individuais contendo 1 a 4 pelos são removidas sob anestesia12 local. As quais são transplantadas para micro-orifícios feitos de maneira idêntica aos anteriores. Essa técnica pode ocorrer em uma única sessão longa ou em várias sessões de menor duração. De qualquer forma, esse procedimento é mais demorado do que o anterior. As vantagens dessa técnica sobre a colheita da tira é que ela apresenta resultados mais naturais e não deixa nenhuma cicatriz16. Nos pontos em que os folículos individuais são removidos, permanecem apenas pequenas cicatrizes6 pontuais, virtualmente invisíveis, e a recuperação é inferior a 7 dias.
Saiba mais sobre "Anestesia12 local" e "Cicatrizes6".
No pós-implante17 imediato a área destinatária deve ser protegida do sol e a limpeza só deve se reiniciada dois dias após a cirurgia. A partir daí, a limpeza regular é muito importante, evitando a formação de crostas e outras sujeiras que possam se acumular em torno do eixo do cabelo7, prejudicando os implantes. O cabelo7 do paciente crescerá normalmente e continuará a engrossar nos próximos seis a nove meses.
Após o transplante capilar1 também é comum o aparecimento de um inchaço18, causado pela infiltração de solução anestésica e pela manipulação cirúrgica da região. Para evitá-lo é importante dormir como a cabeceira elevada, fazer compressas de água fria na testa, pelo menos umas cinco sessões de 20 minutos a cada dia e fazer uso das medicações prescritas conforme recomendação médica.
Muitos pacientes apresentam coceira no couro cabeludo na fase de cicatrização cirúrgica, o que ocorre entre uma a duas semanas após o procedimento. Recomenda-se não coçar com as unhas19 o local; para aliviar podem ser dados "tapinhas" na região.
Quais são as complicações possíveis do implante17 capilar1?
As complicações do implante17 capilar1 são transitórias e autorresolutivas. O adelgaçamento do cabelo7, conhecido como "perda de choque20", é um efeito colateral21 comum, geralmente temporário. Áreas calvas também são comuns, uma vez que cinquenta a cem cabelos podem ser perdidos a cada dia, inicialmente. Podem ocorrer foliculites e queloides, mas são raros.
Veja também sobre "Foliculite" e "Queloide22".
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.