O que é glaucoma?
O glaucoma1 é uma doença que atinge o nervo óptico e as células2 ganglionares da retina3, danificando essas estruturas. Na maior parte das vezes, o glaucoma1 é causado pela hipertensão4 intraocular ocasionada por uma dificuldade de escoamento do humor aquoso5, embora também possam existir outros fatores. O humor aquoso5 é produzido no corpo ciliar6 do olho7, preenche a câmara anterior8 do olho7 e é drenado finalmente para o sistema venoso9. Isso é feito mediante um gradiente de pressão intraocular10. Se essa pressão intraocular10 se tornar elevada, pode sobrevir o glaucoma1.
Quais os tipos de glaucoma1 que existem?
- Glaucoma1 do ângulo aberto: representa cerca de 80% dos casos de glaucoma1. Frequentemente é assintomático. Pode ser causado por uma obstrução do escoamento do humor aquoso5 do olho7.
- Glaucoma1 de ângulo fechado: caracterizado por um aumento súbito de pressão intraocular10 quando a pupila se dilata e bloqueia o fluxo do humor aquoso5 e leva a íris11 a bloquear a malha trabecular12.
- Glaucoma1 congênito13: é uma condição genética rara que atinge bebês14.
- Glaucoma1 secundário: aparece como uma complicação de algumas outras condições médicas.
Quais são as causas do glaucoma1?
Em geral, o glaucoma1 é causado por uma elevação da pressão intraocular10, embora não exista uma relação direta entre o valor dela e o aparecimento da doença. Enquanto uma pessoa pode desenvolver dano no nervo óptico com pressões relativamente baixas, outra pode ter pressão intraocular10 elevada durante anos sem apresentar lesões15.
A pressão intraocular10 maior do que 21,5 mmHg leva à compressão das estruturas da parede ocular interna e pode danificá-las. Entretanto, em um terço dos casos de glaucoma1 primário de ângulo aberto a pressão intraocular10 pode ser normal e muitas pessoas com pressão intraocular10 alta nunca terão glaucoma1. O glaucoma1 secundário pode ocorrer como uma complicação de cirurgias oculares, catarata16 avançada, lesões15 oculares, uveítes17, diabetes18 ou uso de corticoides.
Quais são os sinais19 e sintomas20 do glaucoma1?
Os sintomas20 do glaucoma1, sobretudo do glaucoma1 do ângulo aberto, podem variar de um caso para outro ou até mesmo não existirem. Uma complicação quase inevitável desta condição é a perda progressiva da visão21. Ela atinge em primeiro lugar a visão periférica22, sendo sutil a princípio, e muitas vezes não sendo percebida pelo paciente nessa fase. O paciente não nota a perda de visão21 até vivenciar a "visão21 tunelada" (perda da visão periférica22 com conservação da visão central23, transmitindo ao paciente a impressão de estar vendo do interior de um túnel).
Nos glaucomas de ângulo fechado (geralmente agudo24) pode haver dor, fotofobia25, enjoo, cefaleia26, redução da acuidade visual27, visualização de um halo de luz brilhante e perda irreversível da visão21 em curto período de tempo. Por isso, é considerada uma situação de emergência28 que requer uma atenção médica imediata.
Nos glaucomas congênitos29 os recém-nascidos podem ter globos oculares aumentados e córneas embaçadas.
Se não for adequadamente tratado, o glaucoma1 pode levar a danos permanentes da retina3, os quais podem progredir até a cegueira total.
Como o médico diagnostica o glaucoma1?
Dois sinais19 chamam atenção para o diagnóstico30 de glaucoma1. A pressão intraocular10 acima da média e as alterações no nervo ótico, captadas por meio do exame de fundo de olho31. Outros fatores ajudam a confirmar o diagnóstico30.
São necessários a tomada da pressão intraocular10 e o exame de fundo de olho31, para avaliar se existe lesão32 do nervo óptico, gonioscopia33 (exame de visão21 para determinar o ângulo da câmara anterior8 do olho7), para classificar o tipo de glaucoma1 e exame do campo visual34.
Como o médico trata o glaucoma1?
O principal objetivo do tratamento deve ser diminuir a pressão intraocular10 elevada. Ela pode ser diminuída com medicamentos, ou caso não diminua com o uso de medicamentos, por uma cirurgia tradicional ou a laser.
Há classes diferentes de medicamentos (colírios) para tratar o glaucoma1. Cabe ao médico escolher entre os que diminuem a produção de humor aquoso5, os que aumentam o seu fluxo normal, os que funcionam pela contração do músculo ciliar e os que aumentam o escoamento do humor aquoso5.
O glaucoma1 crônico35, que é o tipo mais comum da doença, requer tratamento indefinido.
Todos os medicamentos usados para controlar o glaucoma1 provocam sérios efeitos colaterais36 e por isso devem ser monitorados de perto pelo oftalmologista37.
Quanto à cirurgia, tanto a tradicional quanto a cirurgia a laser podem ser realizadas para o tratamento do glaucoma1. Ambas visam diminuir a pressão intraocular10, facilitando o escoamento do humor vítreo38.
A perda visual que já tenha sido estabelecida por causa do glaucoma1 é irreversível, mas pode ser prevenida ou retardada pelos tratamentos.
Como evitar o glaucoma1?
Esteja atento aos fatores de risco:
- Pessoas com histórico familiar de glaucoma1.
- Os negros são mais propensos ao glaucoma1 de ângulo aberto.
- Os asiáticos têm maior tendência ao glaucoma1 de ângulo fechado.
- Pessoas diabéticas são mais propensas a sofrerem glaucoma1.
- O efeito colateral39 de certos psicotrópicos40 pode desencadear glaucoma1.
- Consulte regularmente um oftalmologista37, pelo menos uma vez por ano, após os 40 anos, para medir a pressão intraocular10 e fazer um exame de fundo do olho7, sobretudo se você estiver incluído em um grupo de risco41.
- Evite o consumo de tabaco e café, pois estas substâncias podem aumentar a pressão ocular.
Como evolui o glaucoma1?
O glaucoma1 não tratado ocasiona uma redução progressiva do campo visual34 periférico e acaba por chegar à perda total e irreversível da visão21.
O colírio42 usado para baixar a pressão ocular deve ser usado para sempre.
Na maioria dos casos operados, a cirurgia deixa a pressão em um nível seguro, não precisando mais do uso de colírios, mas alguns pacientes podem apresentar dificuldades de controle e necessitarem de novas cirurgias ou de manter os colírios. Somente um oftalmologista37 pode avaliar cada caso e dizer o que é mais conveniente para cada paciente.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.