Simbiose, parasitismo, comensalismo
O que são simbiose1, parasitismo e comensalismo?
Simbiose1, parasitismo e comensalismo são formas diferentes de interação entre dois seres vivos, visando a nutrição2 e a reprodução3 deles, em vista da sua perpetuação. Essa interação pode favorecer a ambos ou apenas a um deles, com ou sem prejuízo do outro. Algumas dessas situações têm importância médica e outras têm implicações apenas na Biologia.
O que é simbiose1?
A definição de simbiose1 (do grego: σύν = juntos + βίωσις = vivendo) tem sido motivo de debate há 130 anos e mesmo assim ainda não há um consenso sobre a definição correta do termo. Na Medicina, ela pode ser definida como uma interação a longo prazo entre dois organismos da mesma espécie ou de espécies diferentes, cada um deles denominado simbionte, em que essa relação seja benéfica para ambos os envolvidos.
A simbiose1 é dita obrigatória quando um ou ambos os seres vivos dependem inteiramente um do outro para sobreviver, ou facultativa quando eles são capazes também de viver de forma independente. A simbiose1 em que os organismos têm união corporal é chamada de conjuntiva4, e a simbiose1 em que eles não estão em união é chamada de disjuntiva.
O mutualismo é uma forma especial de simbiose1. Na biologia, mutualismo é uma relação de longo prazo entre indivíduos de espécies diferentes, onde ambos os indivíduos se beneficiam. Os relacionamentos mutualísticos podem ser obrigatórios para ambas as espécies, obrigatórios para uma, mas facultativos para a outra, ou facultativos para ambas.
São alguns exemplos de mutualismo: uma grande porcentagem de herbívoros tem flora intestinal mutualística para ajudá-los a digerir a matéria vegetal, que é mais difícil de digerir do que a presa animal; os recifes de coral são o resultado de mutualismos entre organismos de corais e vários tipos de algas que vivem dentro deles; a maioria das plantas depende de mutualismos entre elas, que fixam carbono do ar, e fungos, que ajudam na extração de água e minerais do solo.
Outros exemplos de mutualismo são as relações entre o peixe-palhaço e os tentáculos das anêmonas que ele habita. O peixe protege a anêmona de outros peixes que comem anêmonas e, por sua vez, os tentáculos da anêmona protegem o peixe de seus predadores. E o peixe goby, um peixe que às vezes vive junto com um camarão, o camarão escava e limpa uma toca na areia em que vivem os peixes, os quais “avisam” o camarão, tocando-o com a cauda, quando seus predadores se aproximam. Quando isso acontece, tanto o camarão quanto o goby recuam rapidamente para a toca.
O que é parasitismo?
Na biologia evolutiva, parasitismo é a associação entre seres vivos, na qual apenas um ser, o parasita5, se beneficia dela, sendo um dos associados, o hospedeiro, prejudicado nessa relação. Desse modo, surge o parasita5 (do grego: pará = ao lado de + sîtos = alimento), agente predador que vive às custas de outro, causando-lhe danos significativos, e o hospedeiro, agente que abriga o parasita5.
Isso também ocorre a seres humanos e, na Medicina, o termo também é usado no sentido de doença causada por parasitas. Sabe-se sobre parasitas como vermes e tênias desde o antigo Egito, Grécia e Roma, mas o termo parasitismo foi usado pela primeira vez em inglês em 1539.
Os parasitas incluem (1) protozoários6, como, por exemplo, os agentes da malária, doença do sono e disenteria amebiana; (2) animais tais como ancilostomídeos, piolhos, mosquitos e morcegos hematófagos7; (3) fungos e (4) plantas.
Ectoparasitas são tipos de parasitas que se instalam fora do corpo do hospedeiro, como no caso de piolhos, ácaros, pulgas, carrapatos, etc. Endoparasitas são parasitas que vivem no interior do corpo do hospedeiro, como é, por exemplo, o caso de muitas bactérias, tênias e nematelmintos.
Entre os exemplos mais comuns de doenças causadas por parasitas estão as verminoses, que causam grave depauperamento do hospedeiro e, muitas vezes, podem levá-lo à morte. Embora, se o hospedeiro morrer, o parasita5 também morrerá.
Diferentemente de outros predadores, os parasitas em geral são tipicamente muito menores que seus hospedeiros, não os matam e vivem em seus hospedeiros por um período prolongado de tempo. Parasitas de animais são altamente especializados e se reproduzem mais rapidamente que seus hospedeiros.
Os parasitas podem ser transmitidos (1) diretamente, não exigindo um vetor; (2) troficamente, quando ingeridos por um hospedeiro ou (3) por um vetor. Os parasitas transmitidos por vetores dependem de um terceiro elemento, um hospedeiro intermediário, no qual o parasita5 não se reproduz sexualmente.
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O que é comensalismo?
Em biologia, comensalismo é uma interação de longo prazo entre indivíduos de duas espécies diferentes em que uma espécie obtém alimento ou outros benefícios da outra, sem prejudicar ou beneficiar essa última. A espécie comensal8, que se beneficia da associação, pode obter nutrientes, abrigo, apoio ou locomoção da espécie hospedeira, que não é afetada.
A relação comensal8 é frequentemente entre um hospedeiro maior e um comensal8 menor. O organismo hospedeiro é essencialmente inalterado pela interação, enquanto as espécies comensais podem apresentar grande adaptação morfológica. Essa relação pode ser contrastada com o mutualismo, no qual ambas as espécies se beneficiam.
Um dos exemplos mais conhecidos de um comensal8 é o peixe rêmora, que nada junto a tubarões e outros peixes, se alimentando das sobras das refeições de seus anfitriões. Outro exemplo é o das garças-brancas-grandes, que se alimentam de insetos criados por mamíferos em pastoreio ou em organismos do solo revolvidos pela aragem.
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As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.