Ruptura ou rotura do baço: é grave?
Por que ruptura do baço1?
O baço1 é um órgão friável que se encontra na parte superior esquerda do abdômen, logo abaixo do diafragma2 e por isso qualquer pancada forte no abdômen pode rompê-lo, rasgando a membrana que o recobre e o seu tecido3 interno. Nos casos de esplenomegalia4, isto é, quando o baço1 encontra-se aumentado de tamanho, aumentam as chances de ocorrer uma ruptura de baço1.
Quais são as causas da ruptura do baço1?
A ruptura do baço1 é uma lesão5 grave, frequentemente causada por um trauma sobre o abdômen, como nos acidentes de trânsito, lesões6 desportivas, socos em brigas ou quaisquer tipos de pancadas na barriga. Ele pode romper imediatamente após o evento causador ou dias e até semanas após. As infecções7 como a mononucleose8, doença hepática9 e o câncer10 no sangue11, por vezes, causam um aumento do baço1, o que pode torná-lo mais susceptível a uma ruptura.
Qual é a “fisiopatologia” da ruptura do baço1?
O baço1 é um órgão responsável em parte pela produção e destruição de células sanguíneas12 e participa do sistema de defesa do organismo. No feto13, o baço1 fabrica as hemácias14 e leucócitos15, mas após o nascimento esta função é interrompida. Porém, ela pode ser reiniciada posteriormente caso apareça alguma doença que debilite esta função na medula óssea16. Este órgão é parte do sistema linfático17 e vascular18, eliminando microrganismos patogênicos e destruindo hemácias14 anômalas ou envelhecidas. Ele também retira o ferro da hemoglobina19 dos glóbulos vermelhos para seu posterior uso pelo organismo, assim como substâncias residuais como os pigmentos biliares para sua excreção, na forma de bile20. O baço1 também fabrica anticorpos21 contra diversos organismos infecciosos. Nos seres humanos, ele ainda atua como reservatório de sangue11 e de células sanguíneas12. Depois da retirada do baço1, o paciente fica mais susceptível a infecções7.
Quais são as principais características clínicas da ruptura do baço1?
Quando se rompe, o baço1 pode derramar uma grande quantidade de sangue11 no abdômen. Se esse sangue11 derramado for volumoso e ocorrer de forma aguda, ele causa intensa dor abdominal e, como reflexo, a musculatura abdominal se contrai e se torna tensa. Se a perda do sangue11 for gradual, os sintomas22 podem não se manifestar até que o extravasamento de sangue11 cause uma queda importante da pressão arterial23 ou o aporte de oxigênio para cérebro24 e coração25 se torne insuficiente.
Além das queixas de dor no quadrante superior esquerdo do abdome26, pode ocorrer em alguns casos uma dor referida no ombro esquerdo.
Uma queda importante da pressão arterial23 e a taquicardia27 devem ser sinal28 de alerta ao médico.
Como o médico diagnostica a ruptura do baço1?
A suspeita diagnóstica é feita pelos sintomas22 e pela história clínica do paciente. Pode extrair-se líquido abdominal com uma agulha e analisá-lo para confirmar se contém sangue11. Ultrassonografias e radiografias do abdômen podem ser solicitadas para melhor avaliação do paciente. A tomografia computadorizada29 revolucionou o tratamento dos traumatismos no baço1, pois além de identificar a presença de sangue11 na cavidade abdominal30, ela também verifica se há lesões6 em outros órgãos.
Como o médico trata a ruptura do baço1?
A ruptura do baço1 representa uma emergência31 que exige transfusões de sangue11 imediatas e uma intervenção cirúrgica para deter a perda de sangue11. Quando há suspeitas de ruptura do baço1, deve-se realizar uma intervenção cirúrgica de emergência31 para deter a perda de sangue11 que, em caso contrário, pode causar um choque hipovolêmico32 e levar o paciente à morte.
Habitualmente, o baço1 é extraído por completo, mas por vezes, se a ruptura é pequena, os cirurgiões podem apenas fechá-la, sem remover todo o órgão. Antes da extração do baço1, devem-se aplicar, sempre que possível, vacina33 contra o pneumococo. Depois da intervenção, em que o sistema de defesa do organismo fica enfraquecido, o paciente deve tomar vacinas anuais contra a gripe34 e, segundo alguns médicos, também fazer profilaxia com antibióticos.
Muitas lesões6 não exigem cirurgia e apenas tratamentos conservadores em hospital para que os médicos monitorem as condições do paciente e administrem cuidados não cirúrgicos, como transfusões de sangue11, por exemplo.
Como evolui a ruptura do baço1?
Sem um tratamento adequado e de emergência31, a ruptura do baço1 pode causar hemorragia35 interna com risco de vida. Mesmo sem o baço1, o paciente pode viver uma vida normal e ativa, mas estará mais em risco de contrair infecções7 graves. O médico provavelmente vai sugerir uma vacina33 contra pneumonia36, como também vacinas anuais contra a gripe34. Ele também pode receitar antibiótico como uma medida preventiva, principalmente se houver quaisquer outras condições que possam levar a infecções7.
Como prevenir a ruptura do baço1?
Se a pessoa tem uma esplenomegalia4, deve evitar atividades que possam causar traumas ou solavancos abdominais.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.