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Você sabe o que é pneumoconiose?

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O que é pneumoconiose1?

A pneumoconiose1 é uma doença ocupacional, causada pela inalação de partículas de pó mineral, geralmente durante o trabalho. Na verdade, são várias doenças diferentes, na dependência do agente causador, que têm em comum o fato de danificarem os pulmões2.

Em primeiro lugar, a irritação ocasionada pelo pó mineral pode provocar inflamação3 dos pulmões2, o que faz com que as áreas do órgão sejam danificadas. Ao longo do tempo, estas áreas podem progredir para formar uma fibrose4 (tecido5 “duro” e inelástico) que impede a expansibilidade e as trocas gasosas que normalmente deveriam ocorrer nos pulmões2.

Quais são as causas da pneumoconiose1?

Existem vários tipos de pneumoconiose1, sendo cada uma causada por um tipo diferente de pó mineral:

  • Asbestose6: causada pelo pó de amianto, extraído de depósitos subterrâneos e utilizado em isolamentos, tetos, materiais à prova de fogo, azulejos, lonas de freio e outros produtos, afetando mineiros, trabalhadores da construção civil ou naval, etc.
  • Silicose7: afeta as pessoas que trabalham com sílica, tais como mineiros, construtores de túnel, trabalhadores em pedreiras, trabalhadores de fundição e aqueles que trabalham com cerâmica ou vidro.
  • Antracose: pneumoconiose1 dos mineiros de carvão, que afeta as pessoas que inalam partículas de carbono a partir do carvão ou grafite;
  • Pneumoconiose1 do talco: devida à exposição a pó de talco, geralmente durante a mineração ou moagem do produto.
  • Pneumoconiose1 pelo caulim: causada pela inalação do pó de caulim, um ingrediente utilizado no fabrico de cerâmica, papel, cosméticos, medicamentos e pasta de dente8. Também afeta os trabalhadores das minas de extração e moagem do caulim.
  • Siderose: também conhecida como pulmão9 de prata, própria do soldador e do polidor, é causada pela inalação de partículas de ferro.
  • Outras pneumoconioses10 menos frequentes podem ser causadas pela inalação de sulfato de bário, óxido de estanho, compostos contendo metais duros, como tungstênio e cobalto ou por outras formas de pó mineral (bauxita, cinzas de vulcão, etc.).

Quais são os principais sinais11 e sintomas12 da pneumoconiose1?

Por vezes, a pneumoconiose1 pode não causar sintomas12, sobretudo quando incipiente. Quando os sintomas12 se desenvolvem, podem incluir tosse produtiva ou seca, chiado no peito13 e falta de ar durante o exercício. Se a pneumoconiose1 provoca fibrose4 pulmonar grave, a respiração pode se tornar extremamente difícil. Quando isso acontece, os lábios e as unhas14 do paciente podem ficar com uma coloração azulada. Na doença muito avançada, pode haver também sinais11 de inchaço15 nas pernas, de origem cardíaca.

Como o médico diagnostica a pneumoconiose1?

O diagnóstico16 de pneumoconiose1 deve partir do histórico de exposição a poeiras minerais e do tempo durante o qual a pessoa esteve exposta. O médico irá pedir uma radiografia de tórax17, testes de função pulmonar e tomografia computadorizada18. Menos frequentemente, pedirá uma broncoscopia19 com biópsia20 pulmonar.

Como o médico trata a pneumoconiose1?

O médico poderá prescrever medicamentos inalados que ajudem a diminuir a inflamação3 das vias respiratórias e a manter seus brônquios21 dilatados. Para proteger os pulmões2 danificados contra infecções22 respiratórias os pacientes devem tomar vacinas contra a gripe23 e pneumonia24.

Em caso em que o paciente tenha contraído alguma infecção25 respiratória, pode precisar tomar antibióticos. Se a respiração estiver muito deficiente o paciente pode precisar de oxigenação suplementar. Se a pneumoconiose1 provocar problemas respiratórios extremos, um transplante de pulmão9 pode ser necessário e representa a única possibilidade de cura.

Como prevenir a pneumoconiose1?

A pneumoconiose1 quase sempre pode ser evitada, reduzindo a exposição às poeiras minerais e usando equipamentos adequados de proteção. O tabagismo piora os efeitos nocivos da pneumoconiose1 e, por isso, deve ser evitado.

Como evolui a pneumoconiose1?

As perspectivas para esta doença dependem do tipo específico de pneumoconiose1, da duração da exposição, do nível de exposição aos agentes causadores e do fato do paciente ser fumante ou não.

As alterações pulmonares causadas pela pneumoconiose1 e já estabelecidas são permanentes, mas, no entanto, é possível evitar que se agravem. Como os homens preenchem a quase totalidade dos postos de trabalho de risco, a pneumoconiose1 é bem mais frequente em homens do que em mulheres.

Quais são as complicações possíveis da pneumoconiose1?

Na fase inicial da doença, os doentes podem não enfrentar muitos problemas, mas, gradualmente, desenvolvem muitas complicações que podem causar fibrose4 pulmonar e expansão do lado direito do coração26, o que pode levar a insuficiência cardíaca27. As pessoas com pneumoconiose1 (sobretudo asbestose6 e pneumoconiose1 por talco) têm um risco muito aumentado de câncer28 de pulmão9, principalmente aquelas que são fumantes.

ABCMED, 2015. Você sabe o que é pneumoconiose?. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/811884/voce-sabe-o-que-e-pneumoconiose.htm>. Acesso em: 20 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Pneumoconiose: Reação fibrosa crônica dos pulmões à inalação de poeiras, marcada especialmente por perda da expansibilidade, fibrose e pigmentação. Ela recebe nomes diversos segundo o tipo de poeira inalada.
2 Pulmões: Órgãos do sistema respiratório situados na cavidade torácica e responsáveis pelas trocas gasosas entre o ambiente e o sangue. São em número de dois, possuem forma piramidal, têm consistência esponjosa e medem cerca de 25 cm de comprimento. Os pulmões humanos são divididos em segmentos denominados lobos. O pulmão esquerdo possui dois lobos e o direito possui três. Os pulmões são compostos de brônquios que se dividem em bronquíolos e alvéolos pulmonares. Nos alvéolos se dão as trocas gasosas ou hematose pulmonar entre o meio ambiente e o corpo, com a entrada de oxigênio na hemoglobina do sangue (formando a oxiemoglobina) e saída do gás carbônico ou dióxido de carbono (que vem da célula como carboemoglobina) dos capilares para o alvéolo.
3 Inflamação: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc.Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
4 Fibrose: 1. Aumento das fibras de um tecido. 2. Formação ou desenvolvimento de tecido conjuntivo em determinado órgão ou tecido como parte de um processo de cicatrização ou de degenerescência fibroide.
5 Tecido: Conjunto de células de características semelhantes, organizadas em estruturas complexas para cumprir uma determinada função. Exemplo de tecido: o tecido ósseo encontra-se formado por osteócitos dispostos em uma matriz mineral para cumprir funções de sustentação.
6 Asbestose: É a cicatrização disseminada do tecido pulmonar causada pela aspiração de pó de asbesto (amianto). Quando inaladas, as fibras de asbesto depositam-se profundamente nos pulmões, provocando a formação de cicatrizes. A inalação de asbesto pode acarretar o espessamento das pleuras. Os indivíduos que trabalham com asbesto apresentam risco de desenvolver uma doença pulmonar. Os operários do setor de demolição, que trabalham em edifícios com isolamento que contém asbesto, também correm risco, embora menor. Quanto mais o indivíduo se expõe às fibras de asbesto, maior é o risco de ele desenvolver uma doença relacionada a esse material.
7 Silicose: É a formação de cicatrizes permanentes nos pulmões provocada pela inalação do pó de sílica (quartzo). Ocorre em indivíduos que inalaram pó de sílica durante muitos anos. Comum entre os trabalhadores de minas de metais, cortadores de arenito e de granito, operários de fundições e ceramistas. Normalmente, os sintomas manifestam-se somente após vinte a trinta anos de exposição ao pó. No entanto, em ocupações que envolvem a utilização de jatos de areia, a escavação de túneis e a produção de sabões abrasivos, que produzem quantidades elevadas de pó de sílica, os sintomas podem ocorrer em menos de dez anos.
8 Dente: Uma das estruturas cônicas duras situadas nos alvéolos da maxila e mandíbula, utilizadas na mastigação e que auxiliam a articulação. O dente é uma estrutura dérmica composta de dentina e revestida por cemento na raiz anatômica e por esmalte na coroa anatômica. Consiste numa raiz mergulhada no alvéolo, um colo recoberto pela gengiva e uma coroa, a parte exposta. No centro encontra-se a cavidade bulbar preenchida com retículo de tecido conjuntivo contendo uma substância gelatinosa (polpa do dente) e vasos sangüíneos e nervos que penetram através de uma abertura ou aberturas no ápice da raiz. Os 20 dentes decíduos ou dentes primários surgem entre o sexto e o nono e o vigésimo quarto mês de vida; sofrem esfoliação e são substituídos pelos 32 dentes permanentes, que aparecem entre o quinto e sétimo e entre o décimo sétimo e vigésimo terceiro anos. Existem quatro tipos de dentes
9 Pulmão: Cada um dos órgãos pareados que ocupam a cavidade torácica que tem como função a oxigenação do sangue.
10 Pneumoconioses: Reação fibrosa crônica dos pulmões à inalação de poeiras, marcada especialmente por perda da expansibilidade, fibrose e pigmentação. Elas recebem nomes diversos segundo o tipo de poeira inalada.
11 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
12 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
13 Peito: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original
14 Unhas: São anexos cutâneos formados por células corneificadas (queratina) que formam lâminas de consistência endurecida. Esta consistência dura, confere proteção à extremidade dos dedos das mãos e dos pés. As unhas têm também função estética. Apresentam crescimento contínuo e recebem estímulos hormonais e nutricionais diversos.
15 Inchaço: Inchação, edema.
16 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
17 Tórax: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original Sinônimos: Peito; Caixa Torácica
18 Tomografia computadorizada: Exame capaz de obter imagens em tons de cinza de “fatias†de partes do corpo ou de órgãos selecionados, as quais são geradas pelo processamento por um computador de uma sucessão de imagens de raios X de alta resolução em diversos segmentos sucessivos de partes do corpo ou de órgãos.
19 Broncoscopia: Método de diagnóstico que permite observar através dos brônquios utilizando um dispositivo óptico (fibroendoscópio), obter biópsias e realizar culturas de secreções.
20 Biópsia: 1. Retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico. 2. Exame histológico e histoquímico. 3. Por metonímia, é o próprio material retirado para exame.
21 Brônquios: A maior passagem que leva ar aos pulmões originando-se na bifurcação terminal da traquéia. Sinônimos: Bronquíolos
22 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
23 Gripe: Doença viral adquirida através do contágio interpessoal que se caracteriza por faringite, febre, dores musculares generalizadas, náuseas, etc. Sua duração é de aproximadamente cinco a sete dias e tem uma maior incidência nos meses frios. Em geral desaparece naturalmente sem tratamento, apenas com medidas de controle geral (repouso relativo, ingestão de líquidos, etc.). Os antibióticos não funcionam na gripe e não devem ser utilizados de rotina.
24 Pneumonia: Inflamação do parênquima pulmonar. Sua causa mais freqüente é a infecção bacteriana, apesar de que pode ser produzida por outros microorganismos. Manifesta-se por febre, tosse, expectoração e dor torácica. Em pacientes idosos ou imunodeprimidos pode ser uma doença fatal.
25 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
26 Coração: Órgão muscular, oco, que mantém a circulação sangüínea.
27 Insuficiência Cardíaca: É uma condição na qual a quantidade de sangue bombeada pelo coração a cada minuto (débito cardíaco) é insuficiente para suprir as demandas normais de oxigênio e de nutrientes do organismo. Refere-se à diminuição da capacidade do coração suportar a carga de trabalho.
28 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
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