Síndrome da cauda equina: você conhece?
O que é a cauda equina1?
A medula espinhal2 se dispõe ao longo do canal vertebral3 e termina ao nível da primeira vértebra lombar (L1), desde onde é prolongada por meio de longas e finas raízes constituídas pelos axônios4 que saem da medula5 e da coluna vertebral6. Essas longas raízes formam a cauda equina1, na parte inferior do canal vertebral3, assim chamada porque lembra a cauda de um cavalo. Assim, ela constitui a ligação entre o sistema nervoso central7 e periférico, enviando e recebendo mensagens das pernas, pés e órgãos pélvicos8, sendo responsável pela inervação dos membros inferiores e órgãos da região pélvica9. A cauda equina1, como o restante da medula5 nervosa, é imersa no líquido cerebroespinhal.
O que é a síndrome da cauda equina10?
A síndrome da cauda equina10 é o conjunto de sinais11 e sintomas12 decorrentes da compressão da cauda equina1 na região lombar13.
Quais são as causas da síndrome da cauda equina10?
A síndrome da cauda equina10 é mais frequente em adultos do que em crianças, mas pode ocorrer em crianças que tenham um defeito espinhal de nascença ou tenham uma lesão14 na coluna vertebral6. Frequentemente, ela é causada pela expansão de um disco intervertebral15 na região lombar13, estreitamento do canal espinhal, tumor16, infecção17, inflamação18, hemorragia19, fratura20, acidentes de carro, queda, tiro ou defeito de nascimento. A síndrome da cauda equina10 pode ocorrer durante a gravidez21, facilitada por uma hérnia de disco22 lombar. Enfim, as causas mais comuns da síndrome da cauda equina10 são todas as condições que resultam num canal vertebral3 estenosado23.
Qual é a fisiopatologia24 da síndrome da cauda equina10?
Na síndrome da cauda equina10 não há condução dos estímulos periféricos para a medula espinhal2 e vice-versa e os reflexos e tônus muscular25 ficam diminuídos ou ausentes. Isso ocasiona a perda parcial ou total da função urinária, intestinal e sexual devida à compressão da cauda equina1 na região lombar13. A lesão14 em geral é incompleta, com preservação parcial da sensibilidade e da função motora.
Quais são os principais sinais11 e sintomas12 da síndrome da cauda equina10?
A síndrome da cauda equina10 é uma condição rara e em alguns casos constitui-se numa emergência26 cirúrgica. Os principais sinais11 e sintomas12 da síndrome27 podem aparecer agudamente, em horas ou dias, nos casos de hérnia28 discal, tumores, infecções29 e fraturas ou ser crônica, ocorrendo em meses ou anos, nos casos de estenoses30 lentas e progressivas do canal. A lesão14 do neurônio motor inferior motiva uma paralisia31 flácida e não ocorrem hipertonia32 muscular e hiperreflexia33 porque os neurônios34 motores permanecem intactos. Quando a compressão é na região lombossacra35, ocorre anestesia36 perineal e nas áreas internas das coxas37, incontinência urinária38 e intestinal e perda da função sexual, com paralisia31 e anestesia36 do assoalho da pelve39. Se a compressão ocorrer num nível mais alto, pode haver paresia40 ou paralisia31 dos membros inferiores.
Como o médico diagnostica a síndrome da cauda equina10?
O diagnóstico41 da síndrome da cauda equina10 pode ser a partir de uma cuidadosa história médica e de um minucioso exame físico, exames de sangue42, ressonância magnética43, mielograma44 e tomografia computadorizada45. Os exames de sensibilidade mostrarão analgesia perineal. Conforme a causa, o diagnóstico41 da síndrome da cauda equina10 é geralmente confirmado por um exame de ressonância magnética43 ou tomografia computadorizada45. A eletroneuromiografia e o exame do líquido da coluna podem também ser úteis na determinação de causas infecciosas.
Como o médico trata a síndrome da cauda equina10?
A síndrome27 aguda da cauda equina1 precisa de tratamento imediato para aliviar a pressão sobre os nervos. A cirurgia deve ser feita rapidamente, dentro de 48 horas após o início dos sintomas12 para evitar danos permanentes, tais como paralisia31 das pernas, perda de controle do intestino ou da bexiga46, da função sexual ou outros problemas. Em geral ela é feita para remover sangue42, fragmentos47 de osso, tumor16, disco herniado ou um crescimento anormal de ossos que estejam prejudicando a luz do canal vertebral3.
Dependendo da causa da síndrome da cauda equina10 o paciente pode precisar de altas doses de corticoides para reduzir o inchaço48 e aliviar a dor. Se houver infecção17, os antibióticos podem ser receitados; se houver um tumor16 pode ser necessária a cirurgia e/ou quimioterapia49 e/ou a radioterapia50. Se já ocorreram danos nervosos significativos, nem sempre é possível repará-los e o paciente terá que aprender maneiras de se adaptar às mudanças no funcionamento do seu corpo. A fisioterapia51 pode ser útil para a recuperação do paciente, após a cirurgia. Os fisioterapeutas irão cuidar do equilíbrio, da marcha e das transferências de forças. Além disso, a estimulação elétrica é útil para melhorar o tônus muscular25.
Como prevenir a síndrome da cauda equina10?
O diagnóstico41 precoce da síndrome27 aguda da cauda equina1 pode permitir um tratamento que previna os possíveis danos neurológicos.
Como evolui a síndrome da cauda equina10?
O prognóstico52 para a recuperação completa da síndrome27 aguda da cauda equina1 depende de muitos fatores. O mais importante deles é a severidade e duração da compressão das raízes nervosas53. Quanto maior for o tempo antes da intervenção para remover a compressão, maior o dano causado aos nervos. Dependendo de quanto dano tenha ocorrido, o paciente pode não recuperar totalmente suas funções.
Quais são as complicações possíveis da síndrome da cauda equina10?
Nem sempre é possível reparar os danos nervosos significativos e o paciente permanecerá permanentemente com incontinência urinária38 e fecal e paralisia31 dos membros inferiores.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.