Fecaloma: o que é isso?
O que é fecaloma?
Fecaloma ou fecalito é uma grande massa de fezes empedradas e endurecidas, de tamanhos variáveis, localizada no reto1 e, em certos casos, no sigmoide2, que pode aparecer quando há obstrução do trânsito intestinal ou ser a causa dela, podendo igualmente ocasionar megacólon3 ou ser consequência dessa dilatação intestinal. O fecaloma não é uma doença, mas uma condição patológica que pode ocorrer em muitas doenças diferentes.
Quais são as causas do fecaloma?
Algumas doenças como a doença de Chagas4 ou a doença de Hirschsprung (aumento do cólon5 causado pela destruição do sistema nervoso autônomo6 dessa área intestinal) podem causar fecalomas extremamente grandes. Outras causas de fecaloma são os hábitos intestinais deficientes, falta de atividades físicas, desidratação7, dieta inadequada, uso de fármacos que induzem a constipação8 ou uma limpeza intestinal insuficiente após realização de enema9 baritado ou ingestão de bário para realização de exames radiográficos. Certos hábitos alimentares e situações fisiológicas10 favorecem o endurecimento de fezes e, assim, o fecaloma. Alimentos que não contêm fibras, os carboidratos, os ovos, as carnes e os produtos lácteos endurecem as fezes e causam dificuldades para evacuar. Alguns medicamentos também podem causar fezes endurecidas, assim como a gravidez11, devido às alterações hormonais próprias desse período, à necessidade de mais água no corpo e à constipação8 frequente no terceiro trimestre da gestação. As pessoas idosas, nas quais o peristaltismo12 intestinal normalmente já é mais deficiente, estão mais sujeitas ao fecaloma.
Qual é a fisiopatologia13 do fecaloma?
Em condições normais, os restos da digestão14 se acumulam no reto1 e no sigmoide2 e quando atingem certo volume despertam um reflexo que gera o desejo de evacuar. O peristaltismo12 intestinal, sob ação do sistema nervoso autônomo6, conjugado com o relaxamento do esfíncter anal15, impulsiona o bolo fecal para o exterior. Quando esse mecanismo falha, seja porque as fezes encontram obstáculos à sua progressão, seja porque a força que as impele é fraca ou não existe, as fezes podem se acumular no reto1 e atingir volumes muito maiores que o normal. Ao mesmo tempo, as fezes sofrem uma desidratação7 e com isso endurecem e empedram, tornando a evacuação muito difícil ou mesmo impossível.
Quais são os principais sinais16 e sintomas17 do fecaloma?
Os sintomas17 mais comuns do fecaloma são: dificuldade ou impossibilidade de expulsar as fezes, abdômen distendido, cólicas18 abdominais, sangue19 nas fezes e fezes eliminadas em forma de pequenas bolas ou pedras.
Como o médico diagnostica o fecaloma?
O diagnóstico20 do fecaloma pode ser feito a partir das queixas relatadas pelos pacientes e pelo exame físico local. Adicionalmente, pode-se observar que as fezes do fecaloma habitualmente são mais densas que normalmente e imergem na água, enquanto as fezes normais normalmente flutuam. Além de reconhecer o fecaloma, é importante diagnosticar as suas causas.
Como o médico trata o fecaloma?
O tratamento do fecaloma consiste na remoção da massa de fezes ressecadas. Quase sempre essa remoção pode ser através de lavagens e do uso de laxantes21 ou supositórios laxativos22. Em alguns casos, pode ser feita a remoção manual. A introdução de um dedo devidamente enluvado no ânus23 costuma ser suficiente para liberar as fezes. Se necessário, pode-se usar tubos colônicos, que carregam um fluido de desimpactação. Raramente será necessária uma remoção cirúrgica. Ao mesmo tempo deve ser tratada a causa subjacente.
Como prevenir o fecaloma?
Para prevenir o fecaloma é importante prevenir ou eliminar suas causas potenciais.
Quais são as complicações possíveis do fecaloma?
O fecaloma e os esforços para evacuar podem gerar hemorroidas24, prolapso25 retal ou fissuras26 anais.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.