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Perfuração do tímpano: saiba como ela é, conheça suas causas e consequências

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O que é o tímpano1?

O tímpano1 (ou membrana timpânica2) é uma fina membrana que separa o ouvido externo3 do ouvido médio4. Ligados a ela existem os três ossículos auditivos (estribo, martelo5 e bigorna), os quais possibilitam a transmissão do som para a cóclea, no ouvido interno6 e daí, via impulsos elétricos, para o cérebro7.

O que é a perfuração do tímpano1?

Perfuração do tímpano1 ou simplesmente tímpano1 perfurado é uma lesão8 em que a membrana timpânica2 sofre um rompimento, com perda da sua integridade.

Quais são as causas e as consequências das perfurações do tímpano1?

As perfurações do tímpano1 são mais problemáticas quando causam perda auditiva e/ou otorreia9 crônica (eliminação auditiva crônica de pus10). A maioria das perfurações da membrana timpânica2 surge como sequela11 de otite média12, como resultado de traumas de pressão sobre o ouvido, como quando se tenta limpar o ouvido com um objeto pontiagudo (cotonete, grampo, canetas, etc.), quando se está próximo a uma explosão muito forte ou como efeito colateral13 de uma cirurgia que envolva o ouvido. Mesmo um jato de água ou de ar, se for muito forte, pode perfurar o tímpano1. As perfurações menores da membrana timpânica2 podem levar a uma perda auditiva para sons de baixa frequência, enquanto as perfurações maiores geralmente causam perdas auditivas também para sons de alta frequência. As perfurações traumáticas e infecções14 agudas podem causar diminuição da audição, dor, zumbido, sangramento ou secreção purulenta15 pelo canal do ouvido.

Como o médico trata a perfuração do tímpano1?

Num grande número de casos, a perfuração do tímpano1 cicatriza-se espontaneamente em algumas semanas, fazendo com que as manifestações clínicas desapareçam. No entanto, algumas perfurações necessitam de intervenção médica, geralmente cirurgia (timpanoplastia). A timpanoplastia pode ou não envolver uma reconstrução ossicular, se essa cadeia de ossículos foi afetada. As pessoas com rupturas mais graves podem precisar de usar um tampão auricular para evitar o contato entre a água do meio externo com a membrana do tímpano1.

O que é timpanoplastia?

A timpanoplastia é o procedimento cirúrgico que visa reconstruir a membrana timpânica2, quando perfurada por alguma razão. Essa reconstrução é feita pela utilização de um enxerto16 medial ou lateral à membrana do tímpano1. Há diversas técnicas para efetivar essa cirurgia e um variável número de material viável para tamponar o tímpano1. Quando a perfuração se dá numa criança, o procedimento cirúrgico não deve ser feito antes de sete anos de idade, porque a membrana timpânica2 ainda está em crescimento.

Em mais de 90% dos casos a timpanoplastia é bem sucedida e a maioria dos pacientes experimenta significativa melhora da audição após o enxerto16. A falência da timpanoplastia (rara) pode ocorrer em virtude de infecções14, pela penetração de água dentro do ouvido ou por rejeição do implante17.

Como o médico diagnostica a perfuração do tímpano1?

O diagnóstico18 da perfuração do tímpano1 e das suas causas é feito a partir do relato dos pacientes e do exame da membrana timpânica2 com o otoscópio e/ou microscópio. Exames complementares podem ser pedidos, conforme o caso, para identificar as causas e/ou as consequências da perfuração. A perda auditiva, por seu turno, é avaliada pela audiometria19.

ABCMED, 2015. Perfuração do tímpano: saiba como ela é, conheça suas causas e consequências. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/757127/perfuracao-do-timpano-saiba-como-ela-e-conheca-suas-causas-e-consequencias.htm>. Acesso em: 29 mar. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Tímpano: Espaço e estruturas internas à MEMBRANA TIMPÂNICA e externas à orelha interna (LABIRINTO). Entre os componentes principais estão os OSSÍCULOS DA AUDIÇÃO e a TUBA AUDITIVA, que conecta a cavidade da orelha média (cavidade timpânica) à parte superior da garganta.
2 Membrana Timpânica: Membrana semi-transparente (oval), que separa da cavidade timpânica (ORELHA MÉDIA) o Meato Acústico Externo. Contém três camadas
3 Ouvido externo: Atualmente denominado orelha externa, consiste em duas porções: o pavilhão auditivo e o meato acústico externo, canal fechado em sua parte medial pela membrana timpânica, o que faz o limite da orelha média.
4 Ouvido médio: Atualmente denominado orelha média, é constituído pela membrana timpânica, cavidade timpânica, células mastoides, antro mastoide e tuba auditiva. Separa-se da orelha externa através da membrana timpânica e se comunica com a orelha interna através das janelas oval e redonda.
5 Martelo: O maior dos ossículos da audição, o qual se encontra fixado à membrana do tímpano (MEMBRANA TIMPÂNICA). Sua cabeça, em formato de martelo, articula-se com a BIGORNA.
6 Ouvido interno: Atualmente denominado orelha interna está localizado na porção petrosa do osso temporal, recebe terminações nervosas do nervo coclear e vestibular, sendo parte essencial dos órgãos da audição e equilíbrio. É constituído de três estruturas: labirinto membranoso (endolinfático), labirinto ósseo (perilinfático) e cápsula ótica.
7 Cérebro: Derivado do TELENCÉFALO, o cérebro é composto dos hemisférios direito e esquerdo. Cada hemisfério contém um córtex cerebral exterior e gânglios basais subcorticais. O cérebro inclui todas as partes dentro do crânio exceto MEDULA OBLONGA, PONTE e CEREBELO. As funções cerebrais incluem as atividades sensório-motora, emocional e intelectual.
8 Lesão: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
9 Otorréia: Secreção drenada através do conduto auditivo externo. Dependendo de suas características (sangue, pus, líquido cefalorraquidiano), pode indicar a presença de diferentes doenças: otite, fratura de crânio, corpo estranho, etc.
10 Pus: Secreção amarelada, freqüentemente mal cheirosa, produzida como conseqüência de uma infecção bacteriana e formada por leucócitos em processo de degeneração, plasma, bactérias, proteínas, etc.
11 Sequela: 1. Na medicina, é a anomalia consequente a uma moléstia, da qual deriva direta ou indiretamente. 2. Ato ou efeito de seguir. 3. Grupo de pessoas que seguem o interesse de alguém; bando. 4. Efeito de uma causa; consequência, resultado. 5. Ato ou efeito de dar seguimento a algo que foi iniciado; sequência, continuação. 6. Sequência ou cadeia de fatos, coisas, objetos; série, sucessão. 7. Possibilidade de acompanhar a coisa onerada nas mãos de qualquer detentor e exercer sobre ela as prerrogativas de seu direito.
12 Otite média: Infecção na orelha média.
13 Efeito colateral: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
14 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
15 Purulenta: Em que há pus ou cheio de pus; infeccionada. Que segrega pus. No sentido figurado, cuja conduta inspira nojo; repugnante, asqueroso, sórdido.
16 Enxerto: 1. Na agricultura, é uma operação que se caracteriza pela inserção de uma gema, broto ou ramo de um vegetal em outro vegetal, para que se desenvolva como na planta que o originou. Também é uma técnica agrícola de multiplicação assexuada de plantas florais e frutíferas, que permite associar duas plantas diferentes, mas gerações próximas, muito usada na produção de híbridos, na qual uma das plantas assegura a nutrição necessária à gema, ao broto ou ao ramo da outra, cujas características procura-se desenvolver; enxertia. 2. Na medicina, é a transferência especialmente de células ou de tecido (por exemplo, da pele) de um local para outro do corpo de um mesmo indivíduo ou de um indivíduo para outro.
17 Implante: 1. Em cirurgia e odontologia é o material retirado do próprio indivíduo, de outrem ou artificialmente elaborado que é inserido ou enxertado em uma estrutura orgânica, de modo a fazer parte integrante dela. 2. Na medicina, é qualquer material natural ou artificial inserido ou enxertado no organismo. 3. Em patologia, é uma célula ou fragmento de tecido, especialmente de tumores, que migra para outro local do organismo, com subsequente crescimento.
18 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
19 Audiometria: Método utilizado para estudar a capacidade e acuidade auditivas perante diferentes freqüências sonoras.
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