Apendicite em crianças: conceito, causas, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução e complicações possíveis
O que é a apendicite1 em crianças?
Apendicite1 é uma inflamação2 do apêndice3. O apêndice3 é uma bolsa longa e fina que tem o formato de um dedo, localizada no início do intestino grosso4, onde ele faz transição com o intestino delgado5. A apendicite1 em crianças é bem mais rara que em adultos, sendo excepcional antes dos três anos de idade.
Quais são as causas da apendicite1 em crianças?
Em geral a apendicite1, em adultos ou em crianças, ocorre como consequência de uma obstrução do apêndice3 por fezes, por corpo estranho (semente de fruta, por exemplo), por um parasita6 ou, em raras ocasiões, por um tumor7.
Quais são os principais sinais8 e sintomas9 da apendicite1 em crianças?
A apendicite1 pode ser do tipo crônico10, com uma evolução mais lenta, ou do tipo agudo11. Ela pode ocorrer em crianças, adolescentes ou adultos, mas na infância é mais provável que afete crianças mais velhas do que bebês12 ou crianças pequenas. Nas crianças, os sintomas9 são menos típicos que nos adultos e variam muito, confundindo os pediatras, e são diferentes em cada caso, dependendo da idade da criança. Muitas vezes os sintomas9, que de início são inespecíficos, podem fazer pensar em enfermidades da bexiga13 ou da vesícula14. Os sintomas9 mais comuns são dor de barriga, que pode começar ao redor do umbigo15 e depois passar para o lado direito do baixo ventre e que piora com a caminhada e a tosse, vômitos16, febre17 moderada, calafrios18 ou tremores, prisão de ventre ou diarreia19 e perda de apetite. Se acontecer a ruptura do apêndice3, a dor pode diminuir por um tempo, mas uma vez que a peritonite20 começa, a dor aumenta muito. Portanto, um eventual alívio dos sintomas9 não significa uma melhora do quadro clínico, mas, ao contrário, um agravamento dele.
Como o médico diagnostica a apendicite1 em crianças?
Uma das coisas que dificulta o diagnóstico21 nas crianças é que algumas delas ainda não sabem verbalizar o que sentem. Contudo, um exame físico bem feito por um médico experiente permite uma suspeita bem fundamentada de apendicite1. Mas ele pode ser complementado com exames de sangue22 (para observação do número de glóbulos brancos) e urina23 e exames de imagens, como uma ultrassonografia24 ou uma tomografia computadorizada25. Na verdade, nenhum teste pode dizer com certeza absoluta se uma criança tem ou não apendicite1, mas o médico pode usar os resultados do exame físico, dos sintomas9 e dos exames complementares para estabelecer a probabilidade dela estar ocorrendo.
Como o médico trata a apendicite1 em crianças?
O tratamento da apendicite1 consiste na cirurgia para remover o apêndice3. Ela pode ser feita por uma cirurgia aberta, durante a qual o médico faz um corte na barriga perto do apêndice3 e através dele remove o apêndice3 inflamado, ou por meio da cirurgia videolaparoscópica, em que o médico faz alguns pequenos cortes na barriga, pelos quais introduz ferramentas cirúrgicas finas e um "laparoscópio26", instrumento que leva em sua extremidade uma câmera de TV, a qual envia imagens para a tela de um monitor. Através dessas imagens, o médico pode saber onde cortar e o que remover. Se o apêndice3 tiver se rompido, o médico fará, além da cirurgia para removê-lo, uma lavagem para limpar a área em torno do apêndice3 e as secreções que tenham saído dele. A apendicite1 aguda necessita intervenção cirúrgica imediata, porque pode levar à gangrena27 e à morte, por expansão da infecção28 ao restante da cavidade abdominal29, podendo mesmo ocorrer o rompimento do apêndice3.
Como evolui a apendicite1 em crianças?
A apendicite1 aguda se desenvolve rapidamente, entre 48 e 72 horas. Se o diagnóstico21 for tardio, as chances de ocorrer uma ruptura do apêndice3 se multiplicam. Em geral a apendicite1 é facilmente solucionável, mas pode tornar-se uma ocorrência grave, porque o apêndice3 pode se romper e causar uma infecção28 abdominal.
Quais são as complicações possíveis da apendicite1 em crianças?
A principal e mais temível complicação da apendicite1 é a ruptura do apêndice3 inflamado, com um quadro consequente de peritonite20. Além disso, há a possibilidade das complicações (raras) de qualquer cirurgia.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.