Bruxismo: conceito, causas, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução e complicações
O que é bruxismo?
O bruxismo (do grego βρυχμός = ranger os dentes) é um transtorno funcional (um hábito) que leva o paciente a ranger os dentes de forma rítmica enquanto acordado e ainda mais fortemente durante o sono. A pressão dos dentes inferiores e superiores, uns sobre os outros, pode ser até dez vezes maior do que a usada para mastigar alimentos duros. Trata-se de um movimento involuntário dos músculos1 da mastigação, causando atrito entre os dentes. O bruxismo pode ser observado em pacientes de todas as idades e apesar de ser mais frequente durante o sono, também pode ocorrer com o indivíduo acordado.
Quais são as causas do bruxismo?
O bruxismo está altamente associado ao estresse, ansiedade, raiva2, frustração ou tensão e pode atingir qualquer pessoa, independente da faixa etária. O bruxismo diurno é uma atividade semi-voluntária de apertar os dentes inferiores contra os superiores e vice-versa e o bruxismo noturno é inconsciente. Ele pode ainda estar associado à má oclusão dos dentes, a outros problemas do sono, como a apneia3, por exemplo, dor de ouvido ou de dente4 e refluxo gástrico, ou ser efeito colateral5 incomum de alguns medicamentos e complicação de doenças, tais como a doença de Huntington ou doença de Parkinson6, por exemplo. A idade, uma personalidade agressiva, certas substâncias estimulantes, como cigarro, álcool, cafeína e drogas também podem atuar como fatores precipitadores e aumentar o risco de bruxismo.
Quais são os principais sinais7 e sintomas8 do bruxismo?
Os principais sinais7 e sintomas8 do bruxismo são o ranger dos dentes, às vezes tão alto que se torna audível para as outras pessoas, dentes achatados, fraturados, lascados ou soltos, esmalte9 dental desgastado, dor na face10 ou na mandíbula11, hipertrofia12 da musculatura da face10, dor de cabeça13, sensação de calor ou frio nos dentes, dores musculares que podem atingir o pescoço14 ou mesmo os ombros, fadiga15, alinhamento incorreto dos dentes e fechamento inadequado da boca16.
Como o médico/dentista diagnostica o bruxismo?
O bruxismo geralmente é diagnosticado a partir do relato do paciente e/ou das pessoas que convivem com ele, mas muitas vezes o reconhecimento dele só é feito depois que surgem algumas complicações como desgastes nos dentes, dores na musculatura mastigatória, estalidos nas articulações17, perdas ósseas da mandíbula11, travamento das articulações17 temporomandibulares, etc. Como a maioria dos casos de bruxismo acontece durante o sono, a polissonografia18 (exames do sono) é útil para identificar o grau desses movimentos.
Como o médico/dentista trata o bruxismo?
O tratamento do bruxismo deve ser feito preferencialmente pelo dentista, mas os médicos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos também podem ajudar com tratamentos de suporte. Ele deve começar por reconhecer o problema e tentar achar suas causas. A terapia mais empregada atualmente é a utilização de placas19 interoclusais (férulas). Trata-se de um recurso paliativo20 para o alívio dos sinais7 e sintomas8 da articulação temporomandibular21 associada ao bruxismo, as quais protegem os dentes dos desgastes provocados pelo hábito. A tensão psicológica pode ser tratada por meio de psicoterapia, prática de esportes e exercícios de relaxamento. Os distúrbios psíquicos devem ser aliviados e medicados.
Como evolui o bruxismo?
O bruxismo ocorre em cerca de 15% das crianças e em menos de 5% dos indivíduos adultos, indicando, assim, que à medida que as pessoas envelhecem essa condição se escasseia.
Quais são as complicações possíveis do bruxismo?
O bruxismo causa desgaste anormal do esmalte9 dos dentes e das gengivas, causando dor. Pode provocar mesmo quebra e fissuras22 em dentes mais frágeis. O bruxismo causa também dores de cabeça13 tensionais, que surgem por contração excessiva dos músculos1 da mastigação e que podem atingir rosto, pescoço14, ouvido e até ombros. Outra complicação comum do bruxismo é a dor na articulação temporomandibular21.
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.