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Câncer de esôfago: definição, causas, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento, prevenção

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O que é câncer1 de esôfago2?

O esôfago2 é um tubo muscular membranoso e oco que liga a garganta3 ao estômago4. Através de contrações musculares involuntárias, chamadas peristaltismo5, ele impulsiona alimentos e líquidos presentes em seu interior no sentido do estômago4. Sua parede é composta de uma camada muscular, mucosa6 e de tecido conjuntivo7. No câncer1 de esôfago2 as células8 malignas geralmente começam a desenvolver-se no revestimento interno do músculo, podendo, na sua evolução, atingir outras camadas mais profundas. O câncer1 de esôfago2 pode ser de duas modalidades histológicas9: o carcinoma10 espinocelular ou epidermoide e o adenocarcinoma11. O primeiro implica em alterações das células8 escamosas e ocorre na maioria das vezes na parte inicial e média do esôfago2. O segundo envolve alterações das células8 glandulares e é mais frequente na porção distal12 do órgão. O carcinoma10 epidermoide escamoso13 é responsável por grande parte dos casos de câncer1 do esôfago2. O câncer1 de esôfago2 pode levar em pouco tempo a infiltrações das células8 cancerosas nas estruturas vizinhas e a metástases14, daí ser muito importante a sua detecção precoce.

Quais são as causas do câncer1 de esôfago2?

Não se conhecem exatamente as causas do câncer1 de esôfago2, mas sabe-se que ele ocorre mais nos homens que nas mulheres, numa proporção de 3:1. Fatores que causem refluxo gastroesofágico15, como a obesidade16 e as cirurgias bariátricas, por exemplo, podem aumentar a incidência17 do câncer1 do esôfago2. Também o alcoolismo e o tabagismo são fatores muito importantes para o surgimento desse tipo de câncer1.

Quais são os principais sinais18 e sintomas19 do câncer1 de esôfago2?

De início, a sintomatologia do câncer1 de esôfago2 pode ser muito pobre ou mesmo inexistente. No entanto, é muito importante detectá-lo precocemente porque no início a chance de cura é muito maior. O emagrecimento, a azia20, a disfagia21 (dificuldade na progressão dos alimentos) e a dor torácica nas costas22 são alguns dos sintomas19 mais comuns do câncer1 de esôfago2. A odinofagia23 (dificuldade para engolir acompanhada de dor) é outro sintoma24 frequente. A sensação de que o alimento não “desce” normalmente pode, na realidade, ser devido a anormalidades da garganta3 ou dos órgãos vizinhos ou ainda a problemas musculares ou ao sistema nervoso25.

Como o médico diagnostica o câncer1 de esôfago2?

Na história clínica do paciente, o médico verificará os hábitos de vida do indivíduo quanto ao fumo, álcool e alimentação. Em seguida fará um exame físico detalhado. Ele pode solicitar uma radiografia simples do tórax26 ou um esofagograma, que é uma série de radiografias contrastadas do esôfago2 que evidenciam a estrutura da luz do órgão. Em pessoas com suspeita de câncer1 de esôfago2 ou de alto risco para a doença, o melhor exame é a endoscopia27 digestiva alta, que pode ser associada à biópsia28. Trata-se de um exame tranquilo e indolor, feito sob uma sedação29 suave. De acordo com as peculiaridades de cada caso podem ser necessários outros exames. Um diagnóstico30 diferencial deve ser feito com outras causas esofágicas de dor torácica e dificuldades de deglutir31, como inflamações32 resultantes do refluxo gástrico (esofagite33), infecções34 da garganta3, outros tumores, substâncias químicas, distúrbios nervosos ou musculares.

Como o médico trata o câncer1 de esôfago2?

O tratamento do câncer1 de esôfago2 depende do estágio de desenvolvimento da doença e pode envolver cirurgia, radioterapia35 ou quimioterapia36, de acordo com a avaliação médica. Tumores muito pequenos, em estágios iniciais, podem ser ressecados por via endoscópica. Dependendo da extensão da doença, o tratamento pode ser unicamente paliativo37, através de quimioterapia36 ou radioterapia35. Alguns cuidados sintomáticos também podem ser realizados, como dilatações, colocação de próteses para impedir o estreitamento do esôfago2 e radioterapia35 com a implantação de sementes (pequenas partículas) radioativas. Devido às dificuldades alimentares e aos efeitos colaterais38 do tratamento, alguns pacientes podem necessitar receber nutrientes na veia por uma sonda, até que sejam capazes de comer normalmente.

Como prevenir o câncer1 de esôfago2?

A prevenção do câncer1 de esôfago2 pode ser feita evitando-se o fumo, o álcool e o uso excessivo de bebidas quentes. Além disso, os sucos naturais, frutas, legumes e verduras são fatores que estimulam a proteção do esôfago2 contra o câncer1. A vitamina39 C e os carotenoides (alimentos de cor amarela, alaranjada, vermelha e verde) são outros fatores importantes de proteção. Deve-se evitar também o consumo de alimentos defumados.

Referências:

As informações veiculadas neste texto foram extraídas em parte dos sites da Cancer Treatment Centers of AmericaAmerican Cancer SocietyNational Cancer Institute e American Society of Clinical Oncology.

ABCMED, 2014. Câncer de esôfago: definição, causas, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento, prevenção. Disponível em: <https://www.abc.med.br/p/sinais.-sintomas-e-doencas/576962/cancer-de-esofago-definicao-causas-sinais-e-sintomas-diagnostico-tratamento-prevencao.htm>. Acesso em: 19 abr. 2024.
Nota ao leitor:
As notas acima são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.

Complementos

1 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
2 Esôfago: Segmento muscular membranoso (entre a FARINGE e o ESTÔMAGO), no TRATO GASTRINTESTINAL SUPERIOR.
3 Garganta: Tubo fibromuscular em forma de funil, que leva os alimentos ao ESÔFAGO e o ar à LARINGE e PULMÕES. Situa-se posteriormente à CAVIDADE NASAL, à CAVIDADE ORAL e à LARINGE, extendendo-se da BASE DO CRÂNIO à borda inferior da CARTILAGEM CRICÓIDE (anteriormente) e à borda inferior da vértebra C6 (posteriormente). É dividida em NASOFARINGE, OROFARINGE e HIPOFARINGE (laringofaringe).
4 Estômago: Órgão da digestão, localizado no quadrante superior esquerdo do abdome, entre o final do ESÔFAGO e o início do DUODENO.
5 Peristaltismo: Conjunto das contrações musculares dos órgãos ocos, provocando o avanço de seu conteúdo; movimento peristáltico, peristalse.
6 Mucosa: Tipo de membrana, umidificada por secreções glandulares, que recobre cavidades orgânicas em contato direto ou indireto com o meio exterior.
7 Tecido conjuntivo: Tecido que sustenta e conecta outros tecidos. Consiste de CÉLULAS DO TECIDO CONJUNTIVO inseridas em uma grande quantidade de MATRIZ EXTRACELULAR.
8 Células: Unidades (ou subunidades) funcionais e estruturais fundamentais dos organismos vivos. São compostas de CITOPLASMA (com várias ORGANELAS) e limitadas por uma MEMBRANA CELULAR.
9 Histológicas: Relativo à histologia, ou seja, relativo à disciplina biomédica que estuda a estrutura microscópica, composição e função dos tecidos vivos.
10 Carcinoma: Tumor maligno ou câncer, derivado do tecido epitelial.
11 Adenocarcinoma: É um câncer (neoplasia maligna) que se origina em tecido glandular. O termo adenocarcinoma é derivado de “adeno”, que significa “pertencente a uma glândula” e “carcinoma”, que descreve um câncer que se desenvolveu em células epiteliais.
12 Distal: 1. Que se localiza longe do centro, do ponto de origem ou do ponto de união. 2. Espacialmente distante; remoto. 3. Em anatomia geral, é o mais afastado do tronco (diz-se de membro) ou do ponto de origem (diz-se de vasos ou nervos). Ou também o que é voltado para a direção oposta à cabeça. 4. Em odontologia, é o mais distante do ponto médio do arco dental.
13 Escamoso: Cheio ou coberto de escamas, ou seja, de pequenas lâminas epidérmicas que se desprendem espontaneamente da pele.
14 Metástases: Formação de tecido tumoral, localizada em um lugar distante do sítio de origem. Por exemplo, pode se formar uma metástase no cérebro originário de um câncer no pulmão. Sua gravidade depende da localização e da resposta ao tratamento instaurado.
15 Refluxo gastroesofágico: Presença de conteúdo ácido proveniente do estômago na luz esofágica. Como o dito órgão não está adaptado fisiologicamente para suportar a acidez do suco gástrico, pode ser produzida inflamação de sua mucosa (esofagite).
16 Obesidade: Condição em que há acúmulo de gorduras no organismo além do normal, mais severo que o sobrepeso. O índice de massa corporal é igual ou maior que 30.
17 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
18 Sinais: São alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde, sem o relato ou comunicação do paciente. Por exemplo, uma ferida.
19 Sintomas: Alterações da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. Os sintomas são as queixas relatadas pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
20 Azia: Pirose. Sensação de dor epigástrica semelhante a uma queimadura, geralmente acompanhada de regurgitação de suco gástrico para dentro do esôfago.
21 Disfagia: Sensação consciente da passagem dos alimentos através do esôfago. Pode estar associado a doenças motoras, inflamatórias ou tumorais deste órgão.
22 Costas:
23 Odinofagia: Deglutição com dor.
24 Sintoma: Qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não ser um indício de doença. O sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber. Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação pessoal. A variabilidade descritiva dos sintomas varia em função da cultura do indivíduo, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.
25 Sistema nervoso: O sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). O SNC é formado pelo encéfalo e pela medula espinhal e a porção periférica está constituída pelos nervos cranianos e espinhais, pelos gânglios e pelas terminações nervosas.
26 Tórax: Parte superior do tronco entre o PESCOÇO e o ABDOME; contém os principais órgãos dos sistemas circulatório e respiratório. (Tradução livre do original Sinônimos: Peito; Caixa Torácica
27 Endoscopia: Método no qual se visualiza o interior de órgãos e cavidades corporais por meio de um instrumento óptico iluminado.
28 Biópsia: 1. Retirada de material celular ou de um fragmento de tecido de um ser vivo para determinação de um diagnóstico. 2. Exame histológico e histoquímico. 3. Por metonímia, é o próprio material retirado para exame.
29 Sedação: 1. Ato ou efeito de sedar. 2. Aplicação de sedativo visando aliviar sensação física, por exemplo, de dor. 3. Diminuição de irritabilidade, de nervosismo, como efeito de sedativo. 4. Moderação de hiperatividade orgânica.
30 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.
31 Deglutir: Passar (o bolo alimentar) da boca para o esôfago e, a seguir, para o estômago.
32 Inflamações: Conjunto de processos que se desenvolvem em um tecido em resposta a uma agressão externa. Incluem fenômenos vasculares como vasodilatação, edema, desencadeamento da resposta imunológica, ativação do sistema de coagulação, etc. Quando se produz em um tecido superficial (pele, tecido celular subcutâneo) pode apresentar tumefação, aumento da temperatura local, coloração avermelhada e dor (tétrade de Celso, o cientista que primeiro descreveu as características clínicas da inflamação).
33 Esofagite: Inflamação da mucosa esofágica. Pode ser produzida pelo refluxo do conteúdo ácido estomacal (esofagite de refluxo), por ingestão acidental ou intencional de uma substância tóxica (esofagite cáustica), etc.
34 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.
35 Radioterapia: Método que utiliza diversos tipos de radiação ionizante para tratamento de doenças oncológicas.
36 Quimioterapia: Método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica.
37 Paliativo: 1. Que ou o que tem a qualidade de acalmar, de abrandar temporariamente um mal (diz-se de medicamento ou tratamento); anódino. 2. Que serve para atenuar um mal ou protelar uma crise (diz-se de meio, iniciativa etc.).
38 Efeitos colaterais: 1. Ação não esperada de um medicamento. Ou seja, significa a ação sobre alguma parte do organismo diferente daquela que precisa ser tratada pelo medicamento. 2. Possível reação que pode ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfica ou maléfica.
39 Vitamina: Compostos presentes em pequenas quantidades nos diversos alimentos e nutrientes e que são indispensáveis para o desenvolvimento dos processos biológicos normais.
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